Emprego. Trabalho

20,5 milhões de trabalhadores estão em ocupações com potencial de trabalho remoto no Brasil

Mulheres brancas, com nível superior completo e no setor formal compõem o perfil para o qual o teletrabalho é mais factível

CNI

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traz uma análise dos condicionantes do trabalho remoto no Brasil. Os dados mostram que cerca de 20,5 milhões de pessoas estão em ocupações com potencial de serem realizadas de forma remota, o que representa 22,6% do total de ocupados. As mulheres são a maioria dos trabalhadores em teletrabalho potencial (cerca de 58%), mas os homens são responsáveis por mais da metade (54,5%) da massa salarial desse regime laboral.

A pesquisa, intitulada “Os Condicionantes do Teletrabalho Potencial no Brasil”, evidencia que o trabalho remoto é mais factível entre indivíduos altamente instruídos: metade dos alocados nessas ocupações tem, pelo menos, ensino superior completo (58,2%). A faixa etária mais passível de atuar remotamente é de 20 a 49 anos, com mais de 70% do total. Em particular, a maioria desse grupo populacional (29,1%) tem entre 30 e 39 anos.

“Os resultados sugerem um perfil específico do trabalhador para o qual o teletrabalho seria mais factível. Pessoas brancas, mulheres, com nível superior completo, atuantes no setor formal e no setor público são os ocupados com a maior chance estimada de estarem nesse regime laboral”, explica o pesquisador do Ipea Geraldo Góes, um dos autores do texto.

O setor informal é minoritário no teletrabalho potencial, representando cerca de 30% desse contingente. A análise por categoria de atividade econômica revela uma concentração no setor de serviços: do total de alocados em ocupações potencialmente remotas, 53,1% atuam nessa área. Em seguida, aparece o setor público, com 26,5%, a indústria (11,2%) e o comércio (8,8%).

Os pesquisadores constataram que indivíduos pretos ou pardos são a maioria dos ocupados em trabalhos remotos potenciais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No Sul e no Sudeste, os brancos são maioria. Os dois extremos são justamente as regiões Norte e Sul: na primeira, 73,8% das pessoas em teletrabalho potencial são pretas ou pardas, enquanto na segunda 88% são brancas.

O recorte por região mostrou que mais da metade da população passível de trabalhar remotamente encontra-se na região Sudeste (10,8 milhões), seguida pelas regiões Sul (3,4 milhões), Nordeste (3,8 milhões) e Centro-Oeste (1,7 milhão). A região Norte apresentou a menor população em termos de possibilidade de teletrabalho, com 800 mil pessoas.

O levantamento inclui também dados mensais sobre gênero, raça/cor, escolaridade, idade, setor de atividade, além do percentual da massa de rendimentos por atividade econômica para o Brasil durante o primeiro trimestre de 2022. Foram utilizados números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos recortes Brasil e macrorregiões.

Acesse a íntegra do estudo

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