Economia. Desenvolvimento Econômico

Ipea lança livro com propostas de políticas para eficiência produtiva do Brasil

Publicação em parceria com a Cepal reúne artigos com os principais desafios para o novo ciclo de governo

Helio Montferre/Ipea


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reuniu autoridades e especialistas na manhã desta quarta-feira (14) para o lançamento do livro Eficiência Produtiva – Análise e Proposições para Aumentar a Produtividade no Brasil. A publicação, estruturada em seis capítulos e assinados por 16 autores, apresenta um conteúdo propositivo e programático para políticas públicas nas áreas de tributação, inovação, crédito e infraestrutura. O livro trata dos principais desafios a serem enfrentados em cada um desses temas e discute uma agenda de reformas, que buscam sanar as deficiências da estrutura produtiva para promover o crescimento da produtividade da economia, gerando renda e reduzindo as desigualdades sociais, além de proporcionar bem-estar à sociedade brasileira.

A publicação do livro, em versão preliminar, encerra oito meses de trabalho, iniciado em abril, além de ser uma contribuição oportuna para o novo ciclo de governo no Brasil, afirmou o diretor de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset) do Ipea, João Maria de Oliveira, na abertura do evento. A iniciativa integra as ações da parceria do Ipea com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). “O ponto mais importante do debate é a produtividade de longo prazo e de forma sustentável”, disse o diretor, que participou do livro como coautor do estudo que analisou os impactos da reforma tributária no crescimento econômico, junto com o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Victor Gomes e Eric Jardim Cavalcante.

O diretor da Cepal no Brasil, Carlos Mussi, ressaltou o apoio do Ipea ao acordo com a instituição, segundo ele, “uma parceria de quase 50 anos”. Para ele, o debate sobre produtividade pressupõe “pensar no que investir e o que produzir”, além de ser tema prioritário, definido pelo novo secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs. Depois de lembrar que a definição de desenvolvimento passa pelo incremento da produtividade para aumentar os salários dos trabalhadores e o lucro das empresas, ele alertou para o fato de que a palavra produtividade ainda não foi interiorizada por trabalhadores, empresários e governo.

Em sua participação no primeiro painel, Mussi disse que os ganhos observados na economia brasileira sempre foram por manás – em analogia ao alimento que cai do céu. “O desafio da produtividade não pode depender de manás”, disse. E indagou como esses temas relacionados à produtividade serão enfocados para formulação de políticas públicas pelo novo governo e pelo Congresso Nacional, destacando a infraestrutura “envelhecida e desatualizada”.

O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac), Marco Antônio Cavalcanti, pontuou na abertura do evento, que o crescimento de longo prazo da economia brasileira depende do aumento da produtividade. Além da escolha do tema em foco no livro, Cavalcanti ressaltou sua importância por trazer proposições para o aumento da produtividade sustentada e para o novo ciclo de governo não só pelas propostas aos formuladores de políticas públicas como pela qualidade dos artigos.

Ao apresentar o projeto que culminou no lançamento do livro, o diretor-adjunto da Diset, Edison Benedito da Silva, afirmou que se trata de uma versão preliminar, e fez um rápido histórico do projeto e da produção do livro, como o seminário realizado em agosto, quando houve a definição dos pontos iniciais para o trabalho dos autores, notadamente porque a produtividade importa ao país. Para Silva, a produtividade eficiente implica produzir mais com a mesma quantidade de recursos ou com menos ainda, possibilitando ganhos de renda, lucro e bem-estar social.

O primeiro painel discutiu os temas tributação e produtividade, enfocando a reforma tributária e como esta pode facilitar o crescimento econômico, além das políticas de inovação para produtividade e o mercado de crédito, principalmente as propostas para reduzir custos e ampliar o acesso de financiamento a empresas brasileira. Participaram Oliveira, que além dividir o tema tributação com Gomes, apresentou uma síntese do artigo sobre inovação, elaborado pela coordenadora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Diset, Fernanda de Negri. O professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Brito, e o coordenador de Financiamento e Investimento da Diset, Napoleão Silva, dividiram o tema mercado de crédito, apresentando propostas para reduzir custo e ampliar o acesso de financiamento às empresas brasileiras.

No segundo painel, os temas em foco foram infraestrutura e as recomendação de políticas, a evolução e os canais de crescimento bem como o futuro da produtividade e as propostas para um projeto de desenvolvimento inclusivo de apoio às micro e pequenas empresas. Sob a mediação de Cavalcanti, o painel contou com a apresentação do diretor-adjunto da Diset, que também é coordenador-geral de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura, o coordenador do Grupo de Estudos em Internacionalização de Infraestrutura da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Frederico Araújo Turolla, e os professores de economia da Universidade de Brasília Roberto Ellery Júnior, e da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fernando Holanda Júnior, e do pesquisador do Ipea, Mauro Oddo, junto com o consultor da Cepal, Cezar Rogelio Vasquez.

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