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O estilo de desenvolvimento do Mato Grosso do Sul vem reforçando desequilíbrios inter e intrarregionais e tonificando problemas relacionados com a heterogeneidade estrutural e produtiva. A conclusão está no estudo “Alcances, Limites e Avanços do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste: uma Análise Espaço-Estrutural das Regiões Imediatas do Estado de Mato Grosso do Sul”, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O texto avalia características de associações espaciais de municípios de MS por meio de algumas variáveis econômicas e verifica como o FCO e o produto interno bruto per capita (PIBpc) se comportaram em determinadas regiões com perfis distintos no período de 2002 a 2018.
“O progresso técnico não modernizou as unidades produtivas agropecuárias e industriais de forma equânime, ao contrário, as inovações tecnológicas difundiram-se pelo tecido produtivo sul-mato-grossense de modo a reforçar as conexões daquelas unidades de produção que estavam interligadas com os eixos econômicos dinâmicos, em especial com as cadeias produtivas locais, regionais, nacionais e internacionais”, afirma a pesquisa. Os autores analisaram o perfil de 12 regiões do estado: Campo Grande, Três Lagoas, Paranaíba-Chapadão do Sul-Cassilândia, Coxim, Dourados, Naviraí-Mundo Novo, Nova Andradina, Ponta Porã, Amambai, Corumbá, Jardim e Aquidauana-Anastácio.
As evidências empíricas do estudo apontam que, como efeito geral, os desembolsos do FCO reforçavam os investimentos nas regiões que apresentavam dinamismo econômico. Porém, os efeitos marginais desses desembolsos possivelmente contribuíram para o crescimento do PIB total per capita daquelas regiões periféricas que edificaram a economia sul-mato-grossense de 2002 a 2018. Desse modo, é importante ressaltar que, mesmo por meio de efeitos marginais, o uso dos recursos do FCO está contribuindo para o crescimento agropecuário e industrial daquelas regiões que se encontram à margem do processo de desenvolvimento do MS.
A pesquisa, de autoria de Murilo José de Souza Pires, Gislaine de Miranda Quaglio e Rodrigo Portugal, encerra a trilogia que discute o papel da política regional e seus instrumentos financeiros no Centro-Oeste. As duas análises iniciais trataram de Goiás e Mato Grosso. Os pesquisadores recorreram à abordagem de pesquisa quali-quantitativa, a qual permitiu construir os perfis dos agrupamentos de municípios e aferir a força que existe entre as variáveis PIBpc e os desembolsos do FCO.
O estudo também constata que os agentes econômicos do MS estreitaram relações mercantis com outros agentes interligados nas cadeias produtivas internacionais, em especial, com capital financeiro em sua forma de fundos de investimentos, que financiou atividades econômicas mais intrinsicamente relacionadas com as demandas dos mercados globalizados.
Acesse o estudo na íntegra.
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