O Ipea tem desempenhado papel importante na análise e formulação de políticas de saúde no Brasil desde sua fundação. Com foco em fornecer evidências e assessoria governamental, o instituto busca conectar saúde e desenvolvimento econômico e social.
Como se poderia esperar de uma instituição de pesquisa aplicada, a contribuição do Ipea está fortemente centrada na discussão da política de saúde, especialmente de sua avaliação, em questões relacionadas aos gastos em saúde, financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), serviços de saúde e ao setor de assistência à saúde, em linha com os princípios e as diretrizes do direito à saúde no Brasil. Essa produção reflete uma preocupação constante com o financiamento insuficiente do SUS e com uma alocação eficaz e eficiente, sem se descuidar de aspectos distributivos dos recursos para garantir o acesso universal, igualitário e integral aos serviços e bens de saúde no país. Além disso, evidencia uma atenção especial com o desembolso direto das famílias para acesso a esses serviços e com as desigualdades geradas pela segmentação do sistema de saúde (SUS e saúde suplementar) e pelo gasto tributário, que favorece as operadoras de planos privados de saúde e a parcela da população com maior poder aquisitivo.
Como se pode constar no grafo abaixo, que conecta os assuntos conforme a frequência de ocorrência simultânea entre eles, muitos temas do campo da economia da saúde são tratados nos estudos do Ipea.
A maior parte das publicações é em português, facilitando sua disseminação no Brasil. Elas são formatadas, principalmente, como Textos para Discussão e Notas Técnicas, permitindo respostas rápidas às necessidades de políticas públicas.
Para saber mais sobre a produção técnico-científica do Ipea em economia da saúde, acesse as publicações do instituto neste portal.
O boletim ‘Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise’, também conhecido pela sigla BPS, é organizado na forma de capítulos que contêm informações e análises sobre a conjuntura e a implementação das políticas sociais federais. Sua primeira edição foi publicada em 2000, tendo periodicidade semestral até 2008. A partir deste ano, passou a ser publicado anualmente.
No caso do capítulo Saúde, o BPS possibilita o acompanhamento e a análise de mudanças institucionais no Ministério da Saúde, de alterações em políticas nacionais relevantes, de agendas estratégicas do governo federal nessa área, assim como do orçamento da União destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Inicialmente denominado Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada (Epea), o Ipea foi criado em 1964 com o propósito de ser uma espécie de “órgão pensante de governo que fizesse pesquisa econômica aplicada, ou seja, policy-oriented, e que ajudasse o governo a formular o planejamento, numa visão estratégica de médio e longo prazos”, conforme afirmou João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Epea e do Ipea, no período 1964 a 1968.
O primeiro relatório produzido pelo Epea, que apresenta um diagnóstico da situação de saúde no Brasil, foi publicado em 1965. Em 1968, uma área específica dedicada a questões relacionadas à saúde e a outras áreas sociais foi instituída, com a criação do Centro Nacional de Recursos Humanos (CNRH). Um documento de 1978 ilustra os trabalhos iniciais do Ipea no campo da Economia da Saúde e discute a relação entre saúde e economia.
Apresenta-se a seguir a linha do tempo que destaca as principais atividades e influências do Ipea na área de saúde, desde sua instituição até as contribuições para a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1992, durante o II Workshop sobre Economia da Saúde, surgiu a ideia de publicar um livro que reunisse artigos de autores brasileiros e portugueses. O evento, organizado pela ABrES em parceria com a Universidade de São Paulo, contou com apoio do Ipea, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com a colaboração de instituições portuguesas e espanholas. O objetivo era criar um livro luso-brasileiro que introduzisse profissionais de saúde, economistas e administradores aos fundamentos da economia da saúde, mantendo o português original dos autores.
O livro, intitulado "Economia da Saúde: Conceito e Contribuição para a Gestão da Saúde", organizado por profissionais do Ipea, foi publicado em 1995. Composto por onze capítulos, aborda temas como fundamentos da economia da saúde, financiamento de políticas, justiça social e equidade, além de estudos aplicados ao sistema de saúde português. Após sua terceira reimpressão em 2002, o arquivo eletrônico da obra foi disponibilizado no site do Ipea. Confira o conteúdo dos capítulos a seguir.
Em 2000, o Ipea desempenhou papel relevante no desenvolvimento da economia da saúde no Brasil, por meio da participação na formulação e execução do componente federal da Cooperação Técnica em Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde e o Department for International Development (DFID) do Reino Unido. Este esforço resultou na criação do projeto "Economia da Saúde: Fortalecendo Sistemas de Saúde para Reduzir Desigualdades (PES)".
O principal objetivo do PES era disseminar o conhecimento sobre economia da saúde, visando aprimorar a gestão de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ipea teve participação ativa na negociação e elaboração da proposta inicial do projeto, que buscava aumentar o uso de ferramentas de economia da saúde na formulação de políticas públicas. O projeto, com duração de cinco anos, visava, ainda, capacitar técnicos e gestores em nível federal e estadual, com o apoio de instituições acadêmicas.
Além de elaborar documentos essenciais, o Ipea articulou parcerias com secretarias estaduais de saúde e instituições acadêmicas de diversos estados, incluindo Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Durante o período de execução do projeto (2001-2005), o Ipea integrou a coordenação dessa iniciativa e participou do Comitê de Planejamento e Revisão do Projeto (CPRP), sediando também a Unidade de Gestão de Projeto (UGP).
Saiba mais, acessando os documentos a seguir.
Trata da continuidade das atividades desenvolvidas no ano I do PES, propõe o aperfeiçoamento da metodologia para alocação equitativa de recursos entre municípios e a consolidação da capacitação de técnicos da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro.
O Ipea vem contribuindo para os avanços na produção de estatísticas de saúde no Brasil desde o início dos anos 2000. Participou do Projeto Contas de Saúde do Brasil, realizado de 2004 a 2005, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a colaboração de especialistas de outras instituições, no âmbito da colaboração Brasil – Reino Unido. O projeto patrocinou análise de metodologias internacionais, como a da conta-satélite de saúde (CSS) da Organização das Nações Unidas e a das Contas Nacionais de Saúde (System of Health Accounts – SHA) da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Desde então, o Ipea tem participado ativamente da elaboração das CSS, coordenadas pelo IBGE, cuja última publicação abrange o período de 2010 a 2021. Além disso, o instituto contribuiu para o desenvolvimento das contas segundo a metodologia do SHA: contas de 2010-2014, contendo apenas dados do setor público, e contas de 2015-2019, completas, com dados dos setores público e privado.
As metodologias das CSS e do SHA se complementam, oferecendo uma visão abrangente e comparável internacionalmente do setor de saúde brasileiro. Enquanto as CSS focam nos fluxos macroeconômicos, as contas SHA detalham o financiamento do setor, auxiliando nas decisões sobre políticas de saúde. Atualmente, a produção das contas SHA está sob a responsabilidade do Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde do Ministério da Saúde.
Para saber mais, acesse o tópico correspondente no menu do lado esquerdo sobre as contas de saúde.
O Ipea tem desempenhado papel importante na análise e formulação de políticas de saúde no Brasil desde sua fundação. Com foco em fornecer evidências e assessoria governamental, o instituto busca conectar saúde e desenvolvimento econômico e social.
A produção técnico-científica do instituto é vasta, com foco no financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), gastos em saúde, desigualdades de acesso aos serviços de saúde e avaliação de políticas de saúde. Mas como se pode constar no grafo abaixo, que conecta os assuntos conforme a frequência de ocorrência simultânea entre eles, muitos temas do campo da economia da saúde são tratados nos estudos do Ipea.
A maior parte das publicações é em português, facilitando sua disseminação. Textos para Discussão e Notas Técnicas são formatos importantes, permitindo respostas rápidas às necessidades de políticas públicas.
O boletim ‘Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise’, também conhecido pela sigla BPS, é organizado na forma de capítulos que contêm informações e análises sobre a conjuntura e a implementação das políticas sociais federais. Sua primeira edição foi publicada em 2000, tendo periodicidade semestral até 2008. A partir deste ano, passou a ser publicado anualmente.
No caso do capítulo Saúde, o BPS possibilita o acompanhamento e a análise de mudanças institucionais no Ministério da Saúde, de alterações em políticas nacionais relevantes, de agendas estratégicas do governo federal nessa área, assim como do orçamento da União destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Apresenta o panorama da política de saúde na transição de governo, destacando os principais fatos que servem de pano de fundo para a compreensão da conjuntura setorial em 2022 e 2023, e examinar as mudanças decorrentes dessa transição em políticas e programas de saúde vinculados às principais áreas de atuação do SUS.
Apresenta à sociedade e aos gestores públicos uma agenda para a formulação de políticas pelo governo federal, visando à redução das desigualdades em saúde a partir de ações a serem implementadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O período analisado nesta edição coloca em evidência pelo menos dois grandes macrodesafios à manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e à efetiva consecução de seus princípios e diretrizes constitucionais. Esses desafios referem-se ao agravamento do subfinanciamento e à participação de capital estrangeiro na prestação de assistência à saúde.
Esta edição do BPS tem como tema especial o trabalho, que, neste capítulo, será tratado apontando questões e ações relacionadas a níveis de atenção, assistência farmacêutica e gestão, bem como na seção Tema em destaque. A seção Tema em destaque centra-se no Programa Mais Médicos. A parte de vigilância em saúde foge um pouco da questão de recursos humanos em saúde para discutir alguns problemas relacionados à saúde e à segurança no trabalho.
Na área da Saúde, quatro das principais questões que frequentaram a agenda da política setorial, no período de janeiro a outubro de 2001, foram: a discussão sobre a operacionalização da Emenda Constitucional nº 29; a polêmica gerada a partir da edição da Medida Provisória nº 2177-43, que trata da regulamentação dos planos e seguros privados de saúde; a pressão sistemática da indústria farmacêutica e o grau de capacidade do governo federal para formular políticas que visem resistir ao aumento de preços dos medicamentos; e, finalmente, o processo de implantação da Norma Ope de Assistência à Saúde (NOAS/01) de 2001.
Analisa, especialmente, as implicações da promulgação da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que vincula recursos para a área Saúde, um dos acontecimentos mais esperados na área do financiamento setorial.
Analisa as políticas de saúde do período, que serão distinguidas em quatro grandes linhas, a saber: (i) políticas gerais de regulação de bens e serviços que afetam as condições de saúde da população; (ii) políticas de gestão e aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS); (iii) financiamento da Saúde; e (iv) acompanhamento de programas específicos.