Economia e saúde: evolução do debate no mundo
Estudos relacionando as condições demográficas, econômicas e socioambientais com as condições de saúde das populações não são recentes. Destacam-se, a seguir, alguns autores que fizeram contribuições relevantes nessa temática.
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1842Edwin Chadwick publica relatório sobre as condições sanitárias da população trabalhadora na Inglaterra, correlacionando expectativa de vida com classe social e local de residência.
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1952Durante a 5ª Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Charles Winslow e Gunnar Myrdal apresentam perspectivas diferentes sobre a relação entre saúde e economia. Winslow vê boas condições de saúde como essenciais para o desenvolvimento econômico e superação da pobreza, enquanto Myrdal discute a "armadilha" da pobreza (os indivíduos adoecem porque são pobres e permanecem pobres porque estão doentes).
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1958Selma Mushkin discute o termo "Economia da Saúde" em artigo sobre recursos financeiros e serviços de saúde, destacando a sua integração com a administração pública. A partir dos trabalhos dela, verifica-se que a economia da saúde emergiu de uma concepção mais ampla, oriunda das ciências sociais, aplicada à administração pública e, inicialmente, com maior foco no estudo de formas de pagamento e métodos de administração hospitalar.
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1962Selma Mushkin amplia a discussão sobre saúde como componente do bem-estar econômico em trabalho que assume a perspectiva da saúde como investimento.
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1963Kenneth Arrow publica "Uncertainty and the Welfare Economics of Medical Care", marco na economia da saúde, analisando peculiaridades do mercado de saúde:
a) a demanda é irregular e imprevisível, com grande probabilidade de perda ou redução da capacidade dos indivíduos de auferir renda (a doença gera custos médicos e não médicos);
b) o comportamento dos ofertantes de serviços difere dos pressupostos teóricos usuais da economia, ou seja, não é possível confiar na ausência (ou caráter secundário) do auto-interesse;
c) há assimetria de informação, com cessão da liberdade de escolha do paciente para o profissional de saúde;
d) ocorre incerteza, quanto à qualidade do produto ofertado, atingindo a parte da demanda, com dificuldades para o usuário prever as consequências do consumo de um serviço, além de serem limitadas as oportunidades de aprendizado;
e) no que concerne às condições da oferta, não há livre entrada de ofertantes (há barreiras, à entrada, como, por exemplo, a exigência de licenças e custos elevados), o que, consequentemente, gera poder de monopólio e perda de bem-estar. -
Décadas de 1970-1980Crescimento do interesse econômico na saúde. Victor Fuchs e Joseph P. Newhouse se destacam nos EUA; no Reino Unido, vale ressaltar as contribuições de Brian Abel Smith, Anthony Culyer e Alan Maynard.
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Década de 2010Crescimento do gasto nacional e global com saúde, com preocupações sobre o impacto econômico.
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AtualidadeEconomia da saúde se consolida como disciplina com periódicos e contribuições teóricas importantes.