Nota Técnica - 2020- Abril - Número 17 - Dinte

28/04/2020 10:50

Nota Técnica - 2020- Abril - Número 17 - Dinte

Cenários para o Comércio Exterior Brasileiro (2020-2021): Estimativas dos Impactos da Crise da COVID-19

Autores: Fernando Ribeiro, Marcelo José Braga Nonnenberg, Flavio Lyrio Carneiro, Marco Aurélio Alves de Mendonça, Mateus de Azevedo Araújo e Gerlane Gonçalves de Andrade

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A pandemia da Covid-19 trouxe consigo a maior crise a atingir a economia mundial desde a Grande Depressão de 1930. As características da doença fizeram com que a única forma efetiva de conseguir alguma redução da velocidade de disseminação fosse o distanciamento social e, eventualmente, quarentenas e lockdowns. Isso trouxe, como consequência, redução da oferta de mão de obra, rupturas de cadeias globais de valor e uma crise sem precedentes no comércio e na logística internacionais. Em seguida, os mercados financeiros e de commodities foram duramente atingidos, alterando profundamente os fundamentos da economia mundial.

Como resultado, já se observa uma queda abrupta da produção, do emprego e da renda em quase todos os países. Isso tudo aponta para uma redução sem precedentes no comércio mundial. A velocidade de propagação da doença, o desconhecimento sobre a sua etiologia e tratamentos e o desconhecimento sobre como a pandemia irá se alastrar, principalmente sua intensidade e duração, tornam todo o quadro extremamente incerto.

Esta nota se dedica a apresentar previsões para a evolução das exportações neste e no próximo ano, levando em conta os efeitos da pandemia da Covid-19. As previsões são feitas por meio de duas abordagens: uma econométrica, utilizando um modelo gravitacional com dados em painel, tradicionalmente utilizado em estudos na área de comércio internacional; e uma baseada na hipótese de market-share constante do Brasil nas importações de seus principais parceiros comerciais. Tendo em vista a grande incerteza em relação ao comportamento da economia mundial neste período, optou-se por considerar três cenários alternativos, a partir de previsões recentemente divulgadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Ressalte-se que, enquanto a OMC construiu dois cenários, um otimista e um pessimista, o FMI divulgou apenas um, de referência. E ambos são bem distantes um do outro. Nesse momento, o interesse em examinar esses dados está em estabelecer limites mínimos e máximos para o comportamento dessas variáveis, dado o conhecimento atual. À medida que o tempo passar, as incertezas deverão diminuir e será possível definir limites mais estreitos para as previsões.