Panorama Ipea discute a situação dos catadores no Brasil
Fernanda Lira Goes, do Ipea, e Gilberto Carvalho, do Conselho Nacional do Serviço Social da Industria (Sesi), foram convidados para o debate
No Brasil, existem cerca de 400 mil catadores de materiais recicláveis. Pesquisa aponta que parte desses trabalhadores está na faixa dos 40 anos, tem baixa escolaridade, recebem em média 570 reais, e em sua maioria, são pretos e pardos. Contudo, por meio de associações e cooperativas eles vêm se formalizando no mercado e deixando de serem invisíveis para a sociedade.
“Muita gente começa a catar material porque cata comida no lixo para sobreviver. Então, essa interseccionalidade entre população em situação de rua e catador de material reciclável infelizmente é uma realidade. Mas nós temos programas sociais, principalmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que ajudou a fortalecer o catador como individuo por meio de cooperativas”, afirma a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Fernanda Goes.
O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Gilberto Carvalho, destacou os desafios que ainda precisam ser alcançados. “Na questão de políticas de resíduos sólidos, nós temos que avançar mais em tudo aquilo que chamamos de logística reversa, que é responsabilizar as empresas que produzem o material que depois vai ser descartado”.
O Brasil e a cooperação internacional é tema do Panorama
Programa recebe Rodrigo Pires de Campos, da UnB, e João Brígido Bezerra Lima, do Ipea, para discutirem a participação do país no desenvolvimento internacional
O Panorama Ipea desta semana aborda a Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (COBRADI), um meio de estreitar relações diplomáticas. "O relatório COBRABI possibilita ao governo brasileiro formar uma visão das suas ações e da sua atuação internacional para o desenvolvimento," aponta João Brígido Bezerra Lima, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.
Rodrigo Pires de Campos, professor do Instituto de Relações Internacional da UnB, complementa: "Uma área que o Brasil se destaca em relação aos outros países e assume uma certa liderança em relação às agendas atuais, por exemplo, é do meio ambiente. O Brasil tem hospedado vários eventos de alto alcance global sobre o tema e tem se posicionado de maneira bastante assertiva em relação a muitos assuntos vinculados ao meio ambiente."
Violência no Brasil é tema do Panorama Ipea
Programa traz Helder Ferreira, do Ipea, e Nívio Nascimento, da UNODC/ONU, para discutir os dados do Atlas da Violência de 2016
Em 2014 houve 59.627 mortes. Isso equivale a 29 a cada 100 mil habitantes. Esses dados equivalem a 10% dos homicídios pelo globo, colocando o Brasil como o maior número absoluto de homicídios. Para Helder Ferreira, coordenador de Estudos e Políticas de Estado e Instituições do Ipea, o Brasil já tem um número alto de homicídio há muitos anos, o que nos coloca como um dos países com maior número de homicídios. "Considerando as taxas, estamos entre os 12 países com as maiores taxas de homicídios com os dados disponíveis. Esse já é um problema que já vem sendo discutido no Brasil há muito tempo", pontuou.
Segundo Nívio Nascimento, coordenador da Unidade de Estado de Direito da UNODC/ONU, quando se fala em crime, violência e homicídios é muito difícil de se estabelecer uma única causa. "São fenômenos multicausais. A gente não pode só apontar um ou outro elemento. Em primeiro lugar, eu acho que uma tendência tem sido apontar a ausência de políticas públicas especificamente direcionadas à redução e à prevenção da violência. A experiência em vários outros países mostra que nem só em desenvolvimento econômico, melhoria em alguns indicadores sociais vai garantir uma pacificação social, de fato. Nessa hora, é necessário justamente você investir em políticas públicas na questão da segurança pública e na questão da redução da violência", recomendou.
A participação do Brasil na Conferência da ONU Habitat III é tema do Panorama
Ernesto Pereira Galindo, pesquisador do Ipea, e Cláudio Trinchão, secretário- executivo do Conselho das Cidades, discutiram a agenda urbana mundial
Em outubro deste ano, será realizada, em Quito, no Equador, a III Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável – Habitat III, que tem como finalidade debater os processos de urbanização e o desenvolvimento sustentável nos últimos vinte anos, bem como construir uma “Nova Agenda Urbana”. Para tanto, os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) produziram os relatórios nacionais, que irão compor relatórios regionais, e, por fim, o relatório global, que orientará as negociações da nova agenda urbana mundial. Ao Ipea, coube a redação do relatório brasileiro para a conferência. E este foi o tema discutido no Panorama Ipea, que está no ar nesta semana no canal NBR.
Ernesto Pereira Galindo destacou os principais pontos que o Brasil deve abordar na conferência. “Há temas recentes sobre a discussão da resiliência, reforçando a questão da participação social na construção da questão urbana e tem temas que são discutidos desde o primeiro Habitat, como habitação e saneamento”.
Já Cláudio Trinchão apontou a importância dos projetos e programas que o governo vem desenvolvendo para melhorar a qualidade de vida da população. “Temos o foco de universalizar o acesso à água limpa e o saneamento. O desafio é muito grande, mas a intenção é trabalhar com o tratamento de água e esgoto, resíduos sólidos e mobilidade urbana”.
Novos bancos de desenvolvimento é tema do Panorama
Renato Coelho Baumann, pesquisador do Ipea, e Jorge Arbache, economista chefe do Ministério do Planejamento, participaram do debate
O Novo Banco de Desenvolvimento, chamado de Banco dos BRICS, e o Banco Asiático para Investimento em Infraestrutura (AIIB) foram criados para diminuir o déficit de investimento em infraestrutura nas economias em desenvolvimento que chega a US$ 2 trilhões anuais.
Jorge Arbache explicou que a diferença entre o Banco dos Brics e o Banco Asiático é a abrangência de cada um. “O Banco dos BRICS inicialmente abrange apenas os países que fazem parte do grupo, enquanto o Banco Asiático engloba um número muito maior de países, em especial, os países em desenvolvimento”.
Renato Baumann destacou que essas duas instituições são relativamente pequenas se comparadas ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano Desenvolvimento (BID): “a expectativa é que eles tenham um compromisso explícito de financiar projetos ambientalmente sustentáveis, serem pequenos e ágeis”.
Infraestrutura de laboratórios de pesquisa é tema do Panorama Ipea
Fernanda De Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, e Hernan Chaimovich, presidente do CNPq, debateram o assunto
A maior parte dos laboratórios brasileiros de pesquisa iniciou suas atividades a partir dos anos 2000. Um estudo do Ipea revelou que as regiões que mais concentram essas instituições são o Sudeste (57%) e o Sul 23%. O presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, explicou que, apesar disso, “a partir do ano 2000 aumentaram o investimento e o número de laboratórios não só na região sudeste, mas em todo o Brasil”.
A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda De Negri, completou afirmando que houve um bom investimento nesse setor nos últimos anos, mas ainda é necessário avançar. “O que queríamos mostrar nesse livro é que, apesar do investimento recente, e de ter modernizado muitos laboratórios, você tem uma estrutura que é muito fragmentada e muito pequena".
Panorama Ipea discute o futuro das bibliotecas brasileiras
Jhonatan Divino Ferreira, técnico de Desenvolvimento e Administração do Ipea, e David Vernon, professor da Universidade Federal do Cariri, foram os convidados para o debate
O Sudeste é a região com maior número de bibliotecas, com 1.958, seguida do Nordeste, com 1.847. Segundo Jhonatan Divino Ferreira, técnico de Desenvolvimento e Administração do Ipea, esse número pode ser explicado por dois fatores: “a tradição de instituições de nível superior e o investimento em cultura nessas regiões”. O professor Davi Vernon acrescentou que “o Ministério da Cultura busca sempre promover projetos voltados para as bibliotecas nessas localidades”.
Panorama Ipea - Investimento em infraestrutura é tema do Panorama
Alexandre Gomide, do Ipea, e Marcelo Bruto, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foram os convidados para o debate.
Os números do investimento em infraestrutura aumentaram consideravelmente. Passou de 1,6% para 2,5%, em dez anos. Um dos motivos que pode explicar esse aumento é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O PAC é muito interessante em termos de estratégia e monitoramento. Ele faz o papel de articular diferentes atores para conversarem e desobstruir eventuais gargalos burocráticos", analisou o chefe da assessoria técnica da Presidência do Ipea, Alexandre Gomide.
Marcelo Bruto, assessor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), explicou que "o PAC tem induzido um processo de mudança institucional significativa nos últimos anos como o aperfeiçoamento de regras do licenciamento ambiental e as licitações".
Panorama Ipea - Desigualdade de gênero no trabalho Natália de Oliveira Fontoura, do Ipea, e Rosane Silva, do Ministério do Trabalho e Previdência Social, foram as convidadas para o debate “A diferença de rendimento entre homens e mulheres é uma consequência de uma série de características da inserção das mulheres no mercado de trabalho. Apesar de mais escolarizadas, as possibilidades de inserção das mulheres são menores”, apontou Natália de Oliveira Fontoura, pesquisadora do Ipea. Rosane Silva, coordenadora do Subcomitê de Igualdade de Gênero do Ministério do Trabalho e Previdência Social, completou dizendo que as empresas acabam preferindo os homens, porque “eles têm seu tempo disponível para o trabalho. As mulheres têm que conciliar o trabalho remunerado e o doméstico, ainda uma responsabilidade única e exclusiva nossa”. Confira a íntegra do debate no vídeo ao lado Assista às outras edições do Panorama Ipea
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Panorama Ipea - Jovens no mercado de trabalho Desafios como a informalidade e o desemprego foram discutidos por Enid Rocha Andrade da Silva, do Ipea, e Ana Maria Nogales, da UnB
“É importante destacar que, no Brasil, a gente costuma dizer que a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora. 60% dos jovens brasileiros já fazem parte da população economicamente ativa, seja procurando emprego, já vivendo o desemprego, ou até mesmo trabalhando e estudando. A inserção dos jovens no mercado de trabalho tem alguns desafios, como uma alta rotatividade e informalidade, uma remuneração menor, a necessidade do jovem conciliar estudo e vida familiar”, disse Enid Rocha Andrade da Silva, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, no debate do Panorama Ipea desta semana sobre a juventude no mercado de trabalho. Para Ana Maria Nogales, demógrafa e professora da Universidade de Brasília (UnB), “o jovem tem mais dificuldade de colocar-se no mercado, justamente porque ele não tem essa experiência. Ele ainda é novo, falta-lhe esse acolhimento. Então, o que nos preocupa é que esse jovem, não entrando para o mercado de trabalho de maneira formal, vai entrar em uma informalidade. São desafios importantes que nós temos que ver pra nossa juventude.” Assista ao programa completo no vídeo.
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