A importância do SUS para a população brasileira
No Brasil, o Estado oferta um conjunto amplo de bens e serviços de saúde à população brasileira (benefícios não monetários). Os recursos aplicados no SUS são utilizados na compra de bens, como medicamentos, próteses, seringas e canetas injetoras de insulina, e na produção de serviços de saúde pela administração pública, ou para sua contratação junto a instituições privadas, preferencialmente sem fins lucrativos, para, ao final, beneficiarem a todos.
A cada ano o SUS realiza, de forma gratuita (inclusive em instituições privadas), uma grande quantidade de consultas, internações, exames laboratoriais e de imagem, cirurgias, entre tantos outros procedimentos ambulatoriais e hospitalares.
O SUS em nossas vidas: das ações coletivas às individuais, de antes do nascimento até depois da morte
Para esta primeira versão do Beneficiômetro da Seguridade Social, selecionaram-se, prioritariamente, indicadores de cobertura dos bens e serviços ofertados pelo SUS, a fim de evidenciar a proporção da população beneficiada por esses bens e serviços. Essa decisão foi tomada porque, uma vez que o atendimento em saúde no SUS deve ser integral, há uma oferta abrangente de tipos de bens e serviços para suprir as necessidades de saúde da população. Dessa forma, é pouco útil discriminar entre categorias de bens e serviços, sendo mais importante destacar a parcela da população beneficiada por eles. A seguir, destacam-se alguns indicadores, selecionados para o Beneficiômetro, que explicitam a importância do SUS para a população brasileira.
Consultas de pré-natal
No Brasil, em 2019, 98,2% das gestantes fizeram pelo menos uma consulta de pré-natal. Dentre essas, 66,2% foram atendidas pelo SUS.
Do total de gestantes, 85,4% fizeram seis ou mais consultas de pré-natal no país no mesmo ano, sendo que destas, 53,8% foram atendidas pelo SUS.
Partos assistidos por pessoal de saúde qualificado
Do total de mulheres que realizaram parto pelo SUS, 97% tiveram o parto assistido por pessoal de saúde qualificado (médicos e enfermeiros)
Exames de triagem neonatal
O Brasil promoveu avanços importantes entre 2013 e 2019 na cobertura de crianças com menos de 2 anos para exames que identificam várias doenças:
- Teste do Pezinho – para diagnóstico de cinquenta doenças, entre elas, fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e fibrose cística
- Teste da Orelhinha – para diagnóstico de deficiência auditiva
- Teste do Olhinho – para diagnóstico de doenças visuais como a catarata congênita
Cobertura vacinal de crianças
O SUS oferece várias vacinas para a proteção de crianças e adultos contra diversas doenças. A imunização com a aplicação das vacinas protege as crianças contra doenças como poliomielite, sarampo, rotavírus, hepatite A e B, caxumba, rubéola, varicela, difteria, tétano e coqueluche, entre outras. Diversos fatores afetaram a imunização infantil resultando em queda da cobertura vacinal entre 2014 e 2021. A boa notícia é a melhora dessa cobertura contra tuberculose, hepatite B, rotavírus, sarampo, caxumba e rubéola em 2022, como mostra o gráfico a seguir.
Atendimento médico a pessoas com hipertensão e diabetes
Em 2019, 65,6% das pessoas que referiram diagnóstico de hipertensão disseram que tiveram atendimento médico pelo SUS nos últimos três anos. Em relação às pessoas com diabetes, a cobertura desse atendimento pelo SUS foi de 66,4%.
Exames de imagem
O número de tomografias realizadas pelo SUS cresceu 137% entre 2013 e 2021, passando de 15,8 para 37,4 por mil habitantes.
No caso das ressonâncias magnéticas, o aumento foi de 78% no mesmo período (de 3,9 para 7 exames por mil habitantes).
Atendimento de urgência e emergência
Em 2019, 2,3% da população referiram ter recebido atendimento de urgência ou emergência no domicílio nos últimos 12 meses. Desse total, 76,1% disseram ter sido atendidas pelo SUS.
No mesmo ano, das que receberam esse atendimento no domicílio, 38,3% foram transportadas para um serviço de saúde, sendo que destas, 86,1% foram transportadas pelo SUS.