Especialistas da ONU pedem fim da criminalização do aborto em todo o mundo
Países devem “agir agora” para descriminalizar o aborto, cobraram nesta semana especialistas de direitos humanosdas Nações Unidas. Relatores alertaram que abortos inseguros matam 47 mil mulheres por ano em todo o mundo. Quando não resulta em morte, a prática causa sequelas severas — 5 milhões de mulheres têm alguma forma de deficiência permanente ou temporária provocada por tentativas de interromper a gravidez. Para analistas, mulheres têm que ter direito a tomar suas próprias decisões sobre gravidez.
“Estima-se que 225 milhões de mulheres em todo o mundo estão privadas do acesso à contracepção moderna, o que leva frequentemente a gestações não planejadas. Para as meninas, complicações (de saúde) associadas à gravidez e ao nascimento da criança estão entre algumas das causas mais comuns de morte nos países em desenvolvimento, com as jovens com menos de 15 anos correndo riscos cinco vezes mais altos”, afirmaram os especialistas em comunicado para o Dia Internacional do Aborto Seguro, lembrado nesta sexta-feira (28).
Na avaliação dos analistas, “a mortalidade materna viola os direitos à vida, saúde, igualdade e liberdade de discriminação”.
“Problemas envolvendo o acesso ao aborto seguro e legal estão no âmago do direito fundamental da mulher à igualdade, à privacidade e à saúde mental e física, e essas são pré-condições para a realização de outros direitos e liberdades. Esperamos que passos importantes dados em alguns países para recuperar os direitos reprodutivos da mulheres por meio de referendos, ação legislativa e judicial, possam ser acompanhados por outros (países)”, afirmaram os especialistas.
ONU