Por dentro da GC

3 argumentos imbatíveis a favor da Norma ISO de gestão do conhecimento

Assunto principal: Assunto 1


Será que a norma ISO de Gestão do Conhecimento é realmente necessária? Há argumentos contrários e favoráveis. Quem é contra defende que:

  • GC é mais filosofia que sistema de gestão e normas para tratar de aspectos filosóficos são desnecessárias;
  • Obter certificação em GC é algo inútil. Gera apenas mais burocracia e não agrega valor a processos, produtos e serviços; e
  • GC é um campo muito amplo. É muito difícil regular por meio de norma internacional uma área tão vasta.

Há, no entanto, quem acredita que a norma de GC será útil se ajudar as pessoas a evitar erros comuns na hora da implementação. Não que a norma ISO estabelecerá uma única maneira de colocar GC em prática. Ela apenas fixará os requisitos de sistemas de GC. Os argumentos mais sólidos em defesa da Norma ISO 30.401 – Sistemas de Gestão do Conhecimento são:

1. Gestão do Conhecimento é um campo muito mal definido. A norma poderá ajudar esclarecer afinal o que é GC. A confusão é antiga. Muitos confundem GC com gestão de conteúdo, gestão da informação, gestão da inovação, gestão de dados e capacitação e desenvolvimento de pessoas. Não há conjunto único de práticas, processos e princípios de GC aceito por especialistas e profissionais da área. Em decorrência dessa situação, há centenas de definições. Por outro lado, a International Organization for Standardization (ISO) é reconhecida como autoridade internacional. A organização já publicou normas em diversas áreas, tais como: gestão de registros, gestão da informação, gestão da inovação, entre outras. A norma ISO trará, portanto, no mínimo, importante benefício: a definição por organização reconhecida internacionalmente da área de abrangência da GC. Talvez muitos discordem do escopo da GC definido na norma. No entanto, as organizações terão uma definição internacional para servir de referência.

2. A Norma ajudará a evitar erros frequentes na implementação da GC. É elevado o índice de projetos de GC que fracassam. Os motivos são diversos. Entre eles, podemos citar: • Falta foco no negócio ou na área de atuação da organização no momento da implementação; • Desconsidera-se que GC deve promover a mudança da cultura organizacional; • Apenas o componente tecnológico é levado em conta (os viabilizadores “pessoas”, “processos”, “liderança” e “estrutura de governança” são deixados de lado); • Não há apoio da alta administração; e • GC não é integrada aos processos de trabalho. A Norma ISO ajudará as organizações a desviarem de tais equívocos e armadilhas. Para atender os requisitos da norma e, assim, obter a certificação, a organização deverá: • Estabelecer relação clara entre GC e os objetivos estratégicos da organização; • Considerar todos os componentes do sistema de GC (adequando-os ao contexto e tamanho da empresa); • Contar com plano de gestão da mudança; • Receber apoio da alta administração; e • Nomear equipe capacitada para assumir a responsabilidade de implementar GC.

3. A Norma poderá ser utilizada para assegurar que as empresas terceirizadas gerenciarão o conhecimento referente a suas atividades. É comum, no mundo corporativo, a terceirização de serviços, tais como: segurança, alimentação, assistência aos clientes, serviços contábeis e desenho de sítios na Internet (website design). É de interesse da organização que as empresas terceirizadas não apenas prestem excelentes serviços, mas que também gerenciem o conhecimento necessário para executar suas atividades. No entanto, como isso poderá acontecer sem a existência de norma padrão? Com a Norma ISO, a empresa terceirizada poderá demonstrar, por meio da certificação, que conta com um sistema completo de GC e que evitou os equívocos e as armadilhas frequentemente encontrados nas organizações.