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Capítulos de livros - Jovens negros: panorama da situação social no Brasil segundo indicadores selecionados entre 1992 e 2012. Ano: 2016. PDF Imprimir

APRESENTAÇÃO

As desigualdades raciais marcam profundamente a sociedade brasileira, reproduzindo-se ao longo do tempo por meio de mecanismos presentes em vários campos da vida social. São os negros os mais pobres, os menos escolarizados e os que padecem com o racismo estrutural, o que redunda, sobretudo, na ocupação de espaços mais precários no mundo do trabalho. Este ciclo vicioso perpassa diversos espaços da vida social e sua continuidade permite, além de perpetuar a exclusão dos negros, a naturalização e a invisibilidade deste fenômeno. Este mecanismo, por conseguinte, cria obstáculos para o avanço da temática racial nas agendas pública e governamental. É imprescindível interromper o ciclo perverso da exclusão social com base na raça, e, para isto, a juventude tem papel fundamental.

Nos últimos anos, o tema da juventude tem sido abordado com maior intensidade pelas políticas públicas, com base no entendimento sobre suas particularidades e sua situação de sujeito de direitos. A juventude não é homogênea e abriga diferentes especificidades, quer em razão dos segmentos etários, quer em razão das diferenças de renda, localidade, parentalidade, entre outras. Para compreender “as juventudes”, é preciso entender seus diferentes grupos e matizes. A juventude negra é a maior parcela entre os jovens, o que requer atenção específica. Ademais, no âmbito da juventude reproduzem-se – por vezes com mais intensidade – as desigualdades sociais e raciais. A população jovem também é a mais afetada pela violência, pela desproteção, pela precarização e pelo desemprego, o que se agrava quando são sobrepostos fatores de vulnerabilização, como o racismo e a condição social.

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