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Uma "senhora" pesquisa

2007 . Ano 4 . Edição 37 - 10/11/2007

Fernando Gaiger Silveira

Já estão programados,com base em debates junto aos usuários, aperfeiçoamentos de grande profundidade para as próximas edições da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2007 completa 40 anos. Resumidamente, a Pnad é um sistema de pesquisas por amostra de domicílios, de abrangência nacional, que levanta informações sobre demografia, saúde,migração, fecundidade, condições de habitação e equipamentos domésticos, educação e cultura, trabalho, nível econômico do domicílio, entre outros.

No momento, o IBGE está reformulando seu modelo de produção das pesquisas domiciliares por amostragem,integrando as diversas pesquisas - a Pnad, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e outras menos corriqueiras. Esse projeto, denominado Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares por Amostragem (SIPD), tem como objetivo expandir o leque de temas investigados, aumentar a freqüência das pesquisas, permitir um corte longitudinal às pesquisas e ampliar a abrangência geográfica dos resultados. Uma das conseqüências desse novo modelo será a unificação da Pnad e da PME em uma pesquisa de emprego, renda, trabalho e indicadores sociais de abrangência nacional realizada de modo contínuo.

Permitirá também a realização anual de pesquisas de orçamentos familiares simplificadas e versões completas a cada qüinqüênio. A primeira pesquisa nesse formato, a Pnad-Contínua, terá como núcleo central a questão do trabalho e dos rendimentos, associada a outros temas fixos como educação, migração, fecundidade e habitação. Permanecerá, ademais, em campo ao longo de todo o ano, possibilitando resultados trimestrais ou anuais e de abrangência nacional. Entre outras coisas, mostrará variações trimestrais do emprego e da renda no país e nos principais domínios demográficos: regiões metropolitanas e os meios urbano e rural das unidades da federação.

Não resta a menor dúvida de que essa senhora chamada Pnad é disputada por pesquisadores, professores, gestores públicos, mídia, movimentos sociais e sindicais que buscam boas novas, furos de reportagem,novas abordagens e temas de pesquisa. Tem enorme destaque em todos os jornais, revistas semanais, sites e emissoras de rádio e televisão e, nos meses seguintes, pesquisadores e estudiosos se esforçam em atualizar suas análises e prospecções. Por vezes, até parece que a pesquisa tem mais importância do que realmente encerra, pois seus números e indicadores devem ser substrato para idéias, e não o contrário, como alguns crêem.

Assim, ela é uma senhora pesquisa que tem mostrado a cada nova edição as mazelas de nossa sociedade, apontando boas e más notícias. Não podemos esquecer que ela diz que o 1% mais rico apropria-se de metade de toda a renda pessoal. Diz também o quanto essas desigualdades têm facetas regionais, de gênero, de raça, de local de moradia, ou seja, ainda que alguns digam que não, discriminamos pretos, nordestinos, rurais, mulheres...

Ela é base de trabalhos seminais acerca de nossa desigualdade de renda e de características de nosso mercado de trabalho com base nas mais diversas escolas de pensamento. Mostrou, ademais, as enormes transformações demográficas por que passamos, quais sejam: o boom populacional dos anos 1970 e 1980 com êxodo rural e inchaço das grandes cidades e metrópoles; a acelerada transição demográfica dos anos 1990, com a queda da fecundidade e da natalidade; e os importantes avanços na escolaridade, na alfabetização e na esperança de vida. É verdade que o quadro é ainda bastante desolador.

A Pnad é uma conquista da sociedade brasileira, pois a cada novo ano mostra que nosso subdesenvolvimento tem fortes mecanismos que o reafirmam, e ainda merece estudos e pesquisas que respondam que operadores são esses, como funcionam e como vencê-los. A Pnad não cansa de nos alertar: há muito a mudar, muita cidadania a se construir!

 
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