2016 . Ano 13 . Edição 88 - 23/11/2016

MEIO RURAL

Mulheres atuam para a diminuição da pobreza

Um dos pontos importantes para a discussão sobre a pobreza rural é a questão de gênero. Isso pelo fato de que a participação feminina nas zonas rurais tem sido, nos últimos tempos, fator determinante para uma melhor qualidade de vida para a família. De acordo com Sergei Soares, do Ipea, nas áreas urbanas, 10% das mulheres em famílias ricas chefiam a casa. Já entre as pobres, esse número sobe para 20%. Sergei ressaltou também que, entre as famílias agrícolas, a pobreza tende a ser menor nas famílias chefiadas por mulheres. Esse dado foi apresentado em seminário realizado pelo Ipea e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) no qual foram analisados os impactos de políticas públicas para a redução da pobreza rural.

Outro fator apontado como importante para a diminuição da pobreza rural é o acesso a programas sociais, como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

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PEDAGOGIA

Educação é a saída para a redução de homicídios

A relação entre qualidade das escolas brasileiras e o número de homicídios nos municípios em que se localizam foi analisada por estudo do Ipea. 

A pesquisa aponta a educação como fator determinante para a redução dos assassinatos. Um dos principais pontos da análise mostra que a cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos que frequenta a escola, a diminuição na taxa de homicídios é de 2%. Há também uma focalização desses crimes.

Nos 81 municípios estudados, a concentração de homicídios se deu em poucos bairros. O Rio de Janeiro é um exemplo disso: 50% dos homicídios aconteceram em apenas 17 bairros. “Um quarto dos homicídios no país está localizado em 470 bairros”, destacou o autor do estudo, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Daniel Cerqueira.

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PRESPECTIVAS

Brasil tem condições de voltar a crescer

Albert Fishlow, um dos maiores especialistas estrangeiros em economia brasileira e professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, participou, em junho, de uma conversa sobre a atual conjuntura econômica do Brasil com os técnicos de Planejamento e Pesquisa do Ipea e com o representante da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) no Brasil, Carlos Mussi.

Na opinião de Fishlow, o Brasil precisa ser reconstruído e isso necessitará de um forte planejamento da economia, “algo que foi perdido nos últimos anos”. Nesse sentido, o professor disse que o Ipea tem muito a contribuir, mas será preciso recuperar o prestígio e a capacidade de influenciar diretamente na elaboração dos planos econômicos, bem como na organização das políticas econômicas e fiscais. “Embora o Brasil não tenha alcançado a condição de economia desenvolvida, ainda confio que essa transformação poderá acontecer”, afirmou.

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DEBATE

Seminário discute políticas de inovação

Quais os desafios e as oportunidades para os governos, locais e estaduais, criarem políticas de negócios em ciências voltadas para a solução de desafios do desenvolvimento local e com potencial de impactar no mercado mundial?

Esse foi um dos questionamentos lançados durante a oficina de trabalho internacional Creating local prosperity through world-class science based business development, realizada pelo Ipea e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). 

As análises e os casos de sucesso em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) foram apresentados pela diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), do Ipea, Fernanda De Negri. No livro Sistemas Setoriais de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa no Brasil, recentemente editado pela Diset, um dos estudos aponta o sistema de inovação no setor aeronáutico do país como um dos exemplos de sucesso brasileiro. Essa indústria é considerada estratégica por gerar e se apoiar em uma engenharia altamente qualificada, base do processo de desenvolvimento tecnológico e de inovação.

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DESENVOLVIMENTO

Ipea debate desenvolvimento regional

A necessidade de o Brasil formular uma política nacional para o desenvolvimento regional levou o Ipea, por meio da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur), a organizar, em Brasília, no início de agosto, a Oficina de Trabalho Elementos para uma Agenda de Estudos e Políticas para o Desenvolvimento Regional Brasileiro. 

O evento reuniu diversos especialistas em uma série de apresentações que servirão de base para a formulação de uma política nacional para o setor.

Nos últimos 10 anos, o Brasil passou por intensas mudanças nas políticas públicas sociais, fortalecimento institucional, relações internacionais, expansão das receitas tributárias, conjuntamente com a capacidade de o Estado levar à frente diversas outras políticas que impactaram o território. “Identificar e propor uma agenda de temas para a compreensão do desenvolvimento regional brasileiro, bem como para a formulação de políticas de desenvolvimento territorial, é o nosso objetivo”, explicou Aristides Monteiro, técnico de Planejamento e Pesquisa e organizador da oficina.

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ACERVO

Biblioteca é reinaugurada

Após mais de um ano em reforma, a biblioteca do Ipea reabriu suas portas no início de julho. O espaço agora conta com salas coletivas, estantes deslizantes, novo mobiliário, cabines individuais, salas de estudo mais silenciosas e banheiros com acessibilidade a cadeirantes. “Conseguimos modificar toda a parte de instalação e softwares”, destacou a coordenadora, Lúcia Regina Pontes Lemos. A nova estrutura conta com 60 mil títulos disponíveis, com publicações nacionais e estrangeiras, além de software novo de gerenciamento da base de dados. “A preservação de um acervo de uma instituição de pesquisa é importante para que a gente conheça, efetivamente, o histórico do país. Temos aqui pesquisas desenvolvidas há 50 anos sobre o Brasil”, disse Elaine Coutinho Marcial, coordenadora‑geral de Planejamento, Gestão Estratégica e Orçamento. A biblioteca está aberta durante os dias de semana, das 8h30 até as 17h, tanto para os funcionários do Ipea como para o público externo.