Edição 86 - Seção de Ciência e Inovação |
2015 . Ano 12 . Edição 86 - 28/03/2016 MEMÓRIA História da astrofísica brasileira é contada em livro
Em 22 de abril de 1980, um telescópio com 1,60 metro de diâmetro – até hoje, o maior do Brasil – entrou em atividade na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Esse é um dos relatos reunidos no livro Da Serra da Mantiqueira às Montanhas do Havaí, que conta a história do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), o primeiro laboratório brasileiro de pesquisas em astronomia. Entre os méritos do LNA está o fato de ser a primeira instituição científica brasileira sob um modelo de laboratório nacional e que formou uma geração de pesquisadores. O LNA possibilitou parcerias e consórcios internacionais e, graças a esse fato, os pesquisadores brasileiros de hoje têm acesso aos observatórios Gemini, Soar e CFHT, localizados no Chile e no Havaí. O livro possui 200 páginas com ilustrações e relatos coletados e organizados por historiadores do Museu Nacional de Astronomia e Ciências Afins (Mast). ___________________________________________________________________________________ IMPLANTAÇÃO Centro de dados é marco para a estrutura científica brasileira
Foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o Centro de Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O datacenter dará mais eficiência para a fundação com a implantação de sistemas inovadores de Tecnologia da Informação (TI). Assim, a capacidade de processar e de armazenar dados será aumentada, além de mudar o modelo de negócios em TI nas unidades da Fiocruz. Com um orçamento de R$ 52,7 milhões, o projeto ajudará a melhorar o setor de pesquisa brasileiro, em especial no que diz respeito à segurança no tráfego de dados, aumento da capacidade de armazenamento desses mesmos dados e, ainda, na visibilidade de pesquisadores brasileiros no cenário internacional como inovadores e criativos. ___________________________________________________________________________________ DESCOBERTA Arqueólogos encontram cerâmicas na região amazônica
Datadas do período entre 1610 a 930 a.C., as cerâmicas encontradas na região do baixo e médio Solimões servirão para os pesquisadores entenderem como as pessoas viviam antes da colonização do país pelos europeus. Os dados das escavações estão disponíveis na revista Proceedings B, da Real Sociedade (Inglaterra), e são um marco realizado por equipes de arqueologia do Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao Museu de Arqueologia e Etnologia da USP em sítios arqueológicos nas Reservas Mamirauá e Amanã e nos municípios de Tefé e Alvarães, no Amazonas. Os envolvidos no processo afirmam que a descoberta foi importante para saber quais os povos ancestrais dessas regiões. O próximo objetivo é entender como essas pessoas se articulavam com o ambiente. O achado possibilitou, também, relacionar os objetos a outras áreas da Amazônia, levando em consideração o tipo de cerâmica e o modo como o grupo ocupava o território. ___________________________________________________________________________________ INOVAÇÃO Ciência e desenvolvimento no Semiárido
Para fortalecer o debate e a defesa dos interesses científicos e tecnológicos do Semiárido brasileiro, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fundaram a Sociedade Científica do Semiárido Brasileiro (SCSB) que atuará na área científica e no desenvolvimento educacional da região. Em um primeiro momento, as atividades realizadas terão foco na produção vegetal, com o objetivo de criar e consolidar novos grupos de pesquisa com ampla qualidade de trabalho e, ainda, gerar tecnologias para a comunidade rural. Dessa forma, os trabalhos desenvolvidos pela SCSB podem resultar em benefícios econômicos e sociais tanto para regiões semiáridas do Brasil quanto no mundo inteiro ao criar soluções para os problemas específicos dessas localidades. ___________________________________________________________________________________ COOPERAÇÃO Brasil e Alemanha produzirão energias renováveis Acordo de cooperação firmado entre o Brasil e a Alemanha resultará em pesquisas para fabricação de um novo combustível a partir da energia elétrica gerada por fontes renováveis, como a eólica e a solar, além de pequenas hidrelétricas para produzir combustíveis inovadores. A cooperação em ciência, tecnologia e inovação firmada entre os dois países, em agosto de 2015, será responsável pelo início da substituição de combustíveis fósseis tradicionais por combustíveis limpos. ___________________________________________________________________________________ HOMENAGEM Presidente da ABC recebe Medalha Abdus Salam O matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), recebeu o mais prestigiado prêmio da Academia Mundial de Ciências para o avanço do setor nos países em desenvolvimento (TWAS). A Medalha Abdus Salam tem como objetivo homenagear os grandes nomes da ciência e, em 30 anos de existência, só foi outorgada nove vezes, sendo duas para brasileiros. O primeiro homenageado foi o ex-presidente da ABC e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, José Israel Vargas. A homenagem foi feita durante a 26ª Reunião Geral da TWAS, em Viena, na Áustria. ___________________________________________________________________________________ SATÉLITE Acordo entre Brasil e China avança no controle espacial Durante 27 anos, o Brasil e a China mantiveram um acordo de cooperação que possibilitou o lançamento de quatro satélites de sensoriamento remoto e gerou a disponibilização gratuita de mais de um milhão de imagens na internet. Entre esses satélites está o CBers-4 que completa um ano em órbita e é fator primordial para o desenvolvimento da indústria aeroespacial no Brasil. O artefato produz imagens e mapas utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no monitoramento da Amazônia, de queimadas e da expansão agrícola. Das quatro câmeras que o Cbers-4 possui, duas foram produzidas no Brasil, sem contar os suprimentos de energia e instalação de painéis solares. O acordo com a China, entre outras coisas, estabelece o tempo de operação que cada país pode controlar o satélite. Desde novembro o comando está com o território brasileiro. |