2014 . Ano 10 . Edição 79 - 23/05/2014
Considerado uma das iniciativas mais impactantes na área federal, junto com o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida entrou, definitivamente, para a agenda das políticas públicas do país. Com nota de aprovação 8,8 entre os beneficiados, este programa social, além de reduzir o déficit habitacional e favorecer as famílias em situação de vulnerabilidade, gera emprego e renda e ajuda a movimentar a economia brasileira.
Essa análise mais aprofundada do programa é um dos atrativos desta nova edição da revista Desafios do Desenvolvimento. Nela, você também terá a oportunidade de decifrar um grande enigma de nossa realidade: se a situação do país é de pleno emprego, como explicar a existência de um grande mercado informal, o número elevado de pessoas subocupadas, os rendimentos médios baixos e a queda na participação das mulheres e dos jovens no mercado de trabalho?
Constatará, também, que a insegurança atingiu patamares incompatíveis com nosso estágio de desenvolvimento. Tornamo-nos um país tão violento que o número de homicídios registrados aqui, em três anos, superou a marca de 60 mil por ano. E o mais grave é que, em razão das falhas nas notificações dos crimes de morte, a realidade é ainda mais dramática do que revelam as estatísticas. Por ano, o Brasil deixa de registrar 8,6 mil assassinatos, o equivalente a quase cem mil homicídios em uma década.
Em entrevista exclusiva, o médico Joan Clos, diretor executivo da ONU-Habitat, órgão das Nações Unidas para o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, prega a construção de uma nova “agenda urbana” de integração entre os setores público e privado para o que chama de assentamentos humanos. Ele diz que a nova forma de fazer cidades depende dessa relação, com papéis bem definidos para cada ator.
Em outra matéria, você vai conhecer uma experiência ambiental pioneira que levou o município mineiro de Extrema, na Serra da Mantiqueira, a ganhar em 2012 o prêmio Greenvana Greenbest, da ONU, pelo bom exemplo para o mundo. Graças a um programa que mobiliza os produtores rurais para a preservação da natureza, o rio que corta a cidade ganhou um grande volume de água e hoje abastece 55% da região metropolitana de São Paulo.
E mais: neste ano do cinquentenário do Ipea, relembramos uma figura marcante de nossa história recente – o economista Albert Fishlow, norte-americano que veio ao Brasil acompanhado de um grupo de compatriotas com a missão de preparar um Plano Decenal para o Brasil e que, a partir do final dos anos 1960, contribuiu decisivamente para um crescimento acelerado que ficou conhecido como o “milagre econômico”.
Boa Leitura!
João Cláudio Garcia, diretor geral da revista Desafios do Desenvolvimento
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