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Edição 77 - Seção de Ciência e Inovação - Saúde

2013 . Ano 10 . Edição 77 - 07/10/2013

Saúde
Stent coronariano feito no Brasil

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A parceria entre um engenheiro, um médico e um físico criou um stent coronariano, com tecnologia nacional, inovação que já rendeu prêmios e conquistou mercados no exterior. Desenvolvido em conjunto com o Incor-SP, a Scitech e a Laser Tools, o stent é um pequeno cilindro de tela metálica, empregado para dilatar vasos sanguíneos e no tratamento de doenças coronarianas. Doenças que costumam ser tratadas, em geral, de duas maneiras: por meio de medicamentos ou por intermédio de procedimentos invasivos, como a cirurgia cardíaca. No segundo caso, o médico coloca a chamada ponte de safena. Mas na angioplastia coronária, a saída são os stents fabricados com ligas especiais e que impedem novo estreitamento da artéria.

“Seguimos um caminho bom de C&T, onde tudo é feito no Brasil”, diz Spero Morato, físico nuclear vinculado à USP. A inovação faz sucesso na América Latina. Chegou ao Oriente Médio, com maior fatia das vendas em Dubai. Conquista também a Europa, com destaque para Portugal, Espanha e Itália. E atrai parceiros importantes nos Estados Unidos.

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Energia solar
Material sustentável em construções

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As novas usinas de energia solar fotovoltaica estão saindo do papel. Após a Aneel ter estimulado os projetos de P&D das elétricas do setor, o barateamento da tecnologia tem aberto espaço para empresas contratarem esse tipo de energia, no mercado livre, e assim atingirem metas de redução de emissões. Os resultados deverão ser medidos até o ano que vem, com previsão de crescimento de geração de energia pelas térmicas. A partir da regulamentação da Aneel, residências e empresas poderão instalar seus próprios sistemas (solar, eólico e de biodigestores) para gerar energia. O excedente será vendido para as distribuidoras. Empresas estrangeiras já estão posicionadas para abocanhar a maior parte deste mercado.

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Aplicativo
Matemática para deficientes visuais

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Há 18 anos, durante uma viagem ao Canadá, o professor Luiz César Martini, da Faculdade de Engenharia Elétrica (FEC) da Unicamp (SP), ficou cego. Sem recursos nos computadores relacionados à Matemática, e direcionados a deficientes visuais, optou pela inovação. Como os ouvidos dos deficientes visuais funcionam como olhos, criou um aplicativo, acoplado ao editor de texto, dotado de sintetizador de voz. O que tornou a Matemática possível para deficientes visuais.

Trata-se do Matvox, desenvolvido em parceria com alunos do doutorado. Numa segunda versão do Matvox, com novas funcionalidades, acoplaram calculadora de números complexos, matrizes e equações polinomiais.

A deficiência visual, que levou o professor a descobrir o outro lado, gerou a vontade de dar a volta por cima: “Eu conheço muitos cegos que tinham interesse em estudar Física e Matemática, mas acabaram optando por outros cursos, como Letras e Direito”, disse recentemente.

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VLS
Brasil quer lançar seu primeiro satélite em 2018

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) fará, em 2014, seus primeiros testes com o Veículo Lançador de Satélites (VLS). O desafio será lançar o primeiro de seus próprios satélites entre 2018 e 2020. O diretor da AEB, José Raimundo Coelho, lembra que outro desafio do Programa Espacial Brasileiro será desenvolver toda a cadeia de produção, incluindo os lançadores, e assim tornar o programa completo. “A meta é ambiciosa”, observa José Coelho. Ele defende parcerias entre civis e militares, a formação de especialistas na área e geração de benefícios práticos para os brasileiros. O Brasil já lançou, no passado, cinco satélites. Dois deles para coleta de dados a partir dos Estados Unidos. Outros três a partir da China.

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Estímulo
Menos burocracia para incentivar a inovação

A busca incessante por ganho de competitividade levou o ministro Marco Antonio Raupp, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), a um desafio: desburocratizar o processo, reduzir prazos e o tempo de análise de mérito dos pedidos de financiamento encaminhados à Agência Brasileira de Inovação (Finep). A partir de agosto, o prazo para análise dos projetos passou de 112 para 30 dias. A iniciativa, conhecida como Finep 30 dias, vai acelerar a contratação de projetos do Plano Inova Empresas, que conta com R$ 32,9 bilhões para a área de inovação. O ministro justifica: “O papel do governo é estimular empresas, criar mecanismos, ampliar o fomento e o crédito com taxas de juros baixas.” Para as empresas que investem em inovação e buscam incentivos financeiros no governo, a estratégia é adequada. O novo projeto contará também com 86 indicadores para classificar os projetos apresentados à Finep, sistema desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que visa reestruturar as análises realizadas pelos profissionais da agência.

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Meio ambiente
Embalagens com polpa de frutas


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A Embrapa Agroindustrial Tropical pesquisa a produção de embalagens produzidas a partir da polpa de frutas, que se degradam rapidamente. Além de biodegradáveis, podem ser comestíveis. Cera de carnaúba, polpas de frutas como goiaba e acerola são a matéria-prima para a produção das embalagens. Ao contrário das embalagens plásticas que precisam de décadas para degradar, as ecológicas são decompostas em menos de duas semanas. O objetivo, além de poupar o meio ambiente, é atender um mercado em transformação, que valoriza produtos e processos que preservem a natureza.

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INPI
Mudanças na legislação sobre patentes


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O esforço do Brasil no sentido de favorecer um ambiente mais propício à inovação deverá contemplar mudanças na legislação sobre patentes. É o que defende Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “As legislações sobre patentes europeia e norte- americana mudaram ano passado”, afirma. Segundo ele, o Brasil também deverá debater o aperfeiçoamento legislativo necessário. Ávila, que acredita em mudanças significativas para a proteção dos direitos intelectuais, observa: “Quanto mais o Brasil caminha para a economia do conhecimento, mais as pessoas, profissionais e empresas precisam se proteger adequadamente e ter clareza de seus direitos”. Ele defende a formação do sistema de Propriedade Intelectual (PI), o fortalecimento do INPI e a criação de ambiente interno favorável à inovação, bases para uma economia inovadora em futuro próximo.

 
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