2009 . Ano 6 . Edição 49 - 06/04/2009

Trabalho: Quarto trimestre inverte tendência do emprego

Mesmo com o fechamento de postos de trabalhos em novembro e dezembro, 2008 ainda foi um ano bom para o emprego. A taxa média de desemprego ficou em 6,8% no ano, o menor patamar desde a implantação da metodologia atual da Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e 1,4 ponto percentual abaixo da média de 2007. O Boletim de Mercado de Trabalho, divulgado pelo Ipea em fevereiro, destaca que a taxa de desemprego aberto, pela Pesquisa de Emprego e Desemprego, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), tambémfoi o menor dos últimos anos -9,6% na média. A queda do desemprego, pela pesquisa do IBGE, foi maior na faixa de 15 a 24 anos.

Entretanto, o Boletim pondera que a taxa de desemprego no ano passado caiu num ritmo menos acentuado do que nos anos anteriores, principalmente a partir do segundo semestre. Os indicadores de nível de atividade mostram que os resultados do quarto trimestre de 2008 diferem do restante do ano. Até o terceiro trimestre, os indicadores do Produto Interno Bruto (PIB), de produção industrial, de vendas no varejo e de exportações registraram aumentos expressivos em relação a 2007. A tendência se inverteu no último trimestre de 2008 em consequência da crise mundial, que continua prejudicando o mercado de trabalho e a economia neste início de ano.

O impacto foi sentido primeiro na indústria e no setor financeiro, enquanto o setor de serviços e o comércio mantiveram-se aquecidos até o final de 2008, pelos dados do IBGE. Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados registrou em dezembro queda geral de emprego em todos os setores. O documento do Ipea chama a atenção para a maior queda no emprego no setor informal, que fechou o ano com 1,4% menos postos de trabalho. O mercado informal foi o primeiro a registrar mudança de tendência, depois de grande período de expansão.