Seção de Ciência e Inovação |
2011 . Ano 8 . Edição 64 - 10/02/2011 Parque tecnológico Por meio da portaria nº 877, de 20 de outubro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, criou o parque tecnológico CTI-Tec, na sede do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas, São Paulo. O objetivo é aumentar a sinergia entre empresas, instituições científicas e tecnológicas e organizações de direito privado sem fins lucrativos que atuem em setores tecnológicos de interesse do país, por meio do compartilhamento de infraestrutura, conhecimentos, tecnologias e serviços tecnológicos na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC). No parque será implantada uma incubadora de empresas para fomentar a criação de novas entidades de base tecnológica em setores emergentes da área de TIC. Nesse sentido, está prevista a realização de convênios de parceria com incubadoras da cidade de Campinas para o início dessa atividade. A estratégia a ser adotada é criar editais específicos nos programas já existentes nessas incubadoras para que sejam selecionadas empresas que possam se instalar no CTI-Tec e ao mesmo tempo usufruir de toda a experiência e os apoios por elas oferecidos.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) iniciou, em setembro, o treinamento de 20 profissionais para atuar como Agentes Locais de Inovação (ALI), no Amazonas. A capacitação foi realizada até o dia 15 de outubro, na Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica do Amazonas (Fucapi) e teve como objetivo preparar os participantes para atuar nos setores prioritários de construção civil, alimentação, comércio e vestuário e levar conhecimento sobre inovação para 400 micro e pequenas empresas de Manaus (AM). Caberá aos agentes fazer visitas previamente agendadas para explicar aos empresários como cada pequena empresa pode inovar. O acompanhamento é gratuito e ofertado por um período de até dois anos. O ALI é um projeto que teve início em 2008, com o objetivo de elevar a inovação nas empresas por meio de soluções ligadas à gestão e ao desenvolvimento de produtos, processos produtivos e serviços.
O investimento da iniciativa privada em pesquisa e desenvolvimento (P&D), por meio da Lei de Informática (8.387/1991), registrou, no último exercício, que tem por base o ano de 2009, a marca de R$ 579 milhões. O montante foi responsável pela fabricação de mais de 2,1 mil novos produtos e 335 patentes requeridas. Os dados são do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e mostram também que, atualmente, cerca de 440 empresas de todo o país são beneficiadas pelo instrumento, que concede incentivo fiscal às empresas que investem em P&D localizadas fora da Zona Franca de Manaus. Os benefícios englobam, por exemplo, o desconto no recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), referente ao produto fabricado no Brasil. Pela legislação, considerada forte instrumento de incentivo para atividades de ciência e tecnologia (C&T), a empresa precisa investir, no mínimo, 4% do faturamento que obtiver com os produtos incentivados em pesquisa e desenvolvimento. A maior fatia do volume gerado a partir desses 4%, a empresa pode aplicar como quiser em P&D, a partir de um percentual de 2,16%. Outros 1,44% são direcionados para os institutos de pesquisa ou universidades parceiras; 0,64% para institutos de pesquisa e universidades nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; e 0,40% é aplicado no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). De acordo com o último balanço, a soma dos incentivos fiscais foi de R$ 3 bilhões. O faturamento total em produtos incentivados foi da ordem de R$ 23,6 bilhões. No período, o investimento nas empresas foi de R$ 546,6 milhões e a contribuição total para o FNDCT foi de R$ 62,2 milhões. Atualmente, cerca de 170 entidades, entre instituições de ensino, centros e institutos de pesquisa e incubadoras, estão credenciadas no Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati) para receberem investimentos em P&D oriundos da contrapartida das empresas incentivadas pelo instrumento.
Materiais construídos dentro do tripé sustentável, que prevê sucesso econômico, atrelado ao compromisso social e respeito ao meio ambiente, marcam os produtos expostos no estande da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (ABIPTI) na 7ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que ocorreu em setembro, em Brasília. Confeccionadas por entidades de pesquisa associadas à ABIPTI, as invenções são diversificadas e vão desde peças de decoração fabricadas com madeira de reflorestamento a preservativos masculinos feitos com látex natural. A escolha por projetos ecologicamente corretos não foi por acaso. O tema do evento neste ano foi "Ciência para o Desenvolvimento Sustentável". Dessa forma, a Associação priorizou iniciativas com impactos sociais comprovados e que minimizam a utilização de recursos naturais, entre os projetos dos mais de 200 associados à instituição. Exemplo são os preservativos masculinos produzidos em Xapuri, no Acre, a primeira camisinha de látex oriunda de seringueiras nativas. Trata-se de um projeto do governo do Acre, gerido pela Fundação de Tecnologia do Estado (Funtac), que recebeu recursos de R$ 30 milhões. No estande da ABIPTI está exposta também um produto sustentável para o setor da construção civil. Trata-se de tijolos fabricados com cinzas de fundo de carvão. O projeto é da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) do Rio Grande do Sul. O tijolo ecológico proporciona economia, estabilidade estrutural, além de baratear o custo da obra, por eliminar o desperdício de material típico de uma obra comum.
Estudantes brasileiros poderão cursar doutorado pleno na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, com duração de até quatro anos, financiados pelo Programa Capes/COT. Em stembro, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) assinou um memorando de entendimento sobre Ensino Superior e Pesquisa com o Cambridge Overseas Trust (COT), estabelecendo o novo programa. O objetivo da iniciativa é aprofundar a cooperação entre acadêmicos e cientistas de instituições brasileiras e de Cambridge. Serão concedidas até dez bolsas de estudo no primeiro ano do acordo. A mensalidade, o auxílio instalação, o seguro-saúde e a passagem aérea ficarão a cargo da Capes.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançou, em setembro, o programa 14-BIS, que prevê investimentos de R$ 120 milhões em projetos de inovação tecnológica voltados para o setor de esportes. O objetivo é realizar a Copa do Mundo de 2014 com serviços e tecnologias de alta qualidade e alavancar empresas brasileiras no exterior. Os recursos também vão apoiar ações para as Olimpíadas de 2016. O programa beneficiará, ao todo, 11 áreas estratégicas, como medicina, bioquímica e biologia celular. Entre os empreendimentos que serão contemplados está em destaque o Laboratório Olímpico, que receberá R$ 11,5 milhões. A unidade será a principal referência em ciências do esporte da América Latina. De acordo com a Finep, a inauguração do laboratório está prevista para o início de 2011. A instituição será dotada de uma estrutura para o acompanhamento e preparação de atletas, a exemplo do que já é feito pelas potências esportivas mundiais. O objetivo é produzir e transferir conhecimento aos treinadores e equipes, gerando recursos humanos qualificados para desenvolver o esporte nacional. |