2007 . Ano 4 . Edição 38 - 10/12/2007

Pesquisa e texto Sérgio Garschagen

Comunicações
Internet com alta velocidade até 2010
Todos os municípios brasileiros deverão usufruir da internet de alta velocidade até 2010. Promessa do Ministério das Comunicações. Nas próximas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciar investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões em infra-estrutura para o cumprimento do objetivo. O ministro Hélio Costa, das Comunicações, explica que os recursos vão permitir o acesso à internet de alta velocidade no país, principalmente em escolas e no serviço público. Que isso ajude o país a reduzir a burocracia.

Ensino
Brasil no ranking das melhores universidades
A Universidade de São Paulo (USP) subiu de um modesto 284º lugar entre as melhores universidades do mundo no ano passado para a 175ª posição este ano, empatada com a Universidade de Massachusetts em Amherst, nos Estados Unidos. Outra boa notícia é que a Universidade de Campinas (Unicamp) ficou em 177º lugar, após ter sido ranqueada na 448ª posição no ano passado. O ranking anual é feito pelo Higher Education Supplement, do jornal The Times. As melhores universidades do mundo estão nos países de língua inglesa, ainda que das 200 principais instituições estejam presentes representantes de 28 países.

Plano
Aumenta o investimento em ciência e tecnologia
O novo Plano de Ciência,Tecnologia e Inovação do governo federal prevê investimentos de R$ 41 bilhões até 2010, favorecendo a interação universidade-empresa, de modo a agregar valor aos produtos fornecidos e aos serviços prestados. Em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, esses investimentos saltarão dos atuais 1,02% para 1,5%. O orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), que foi de R$ 1,8 bilhão em 2002, subiu para R$ 4,1 bilhões neste ano e chegará a 2010 com R$ 6 bilhões.

Saúde
Importação sem burocracia para atividade em pesquisa
O Brasil poderá criar uma categoria especial de importação destinada exclusivamente à pesquisa. Proposta neste sentido foi elaborada por um grupo de trabalho formado por pesquisadores e profissionais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se aceita a proposta, poderá se tornar menos burocrático para a comunidade científica já a partir de 2008 obter insumos para pesquisa em saúde. O coordenador de Vigilância Sanitária da Anvisa, Oacyr Toledo, acha a idéia viável. "Até agora só havia normas específicas para categorias de produtos.

Pela primeira vez, a Anvisa terá uma norma voltada para uma categoria de profissionais. A idéia é separar o pesquisador do importador voltado para finalidade comercial. Acreditamos que isso facilitará muito o processo," afirma.

Para Mayana Zatz, pró-reitora de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da universidade - um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a expectativa é que a Anvisa facilite a importação de pequenas quantidades de insumos. "Muitas vezes uma pesquisa é emperrada porque precisa de um reagente de apenas US$ 200, por exemplo, e não se consegue importálo com rapidez", diz a pró-reitora da USP.

Desenvolvimento
País alcança IDH alto, mas ainda aquém dos vizinhos
Pela primeira vez em sua história, o Brasil entra no grupo de países classificados na categoria alto desenvolvimento humano. O país atinge a marca simbólica de 0,8 no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ainda está distante do patamar alcançado por alguns vizinhos, como Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba e México. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, comemorou o fato de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter reconhecido bons resultados da sociedade brasileira como ter melhorado a expectativa de vida média dos cidadãos, elevado a renda per capita e democratizado o acesso à escola, fatores que ajudaram a melhorar a posição do Brasil. A melhora nacional é significativa, mas o Brasil tem hoje o IDH que a Argentina tinha em 1980

Medicina
Doença do mundo desenvolvido
Em 2008 e 2009 o Brasil deverá apresentar cerca de 470 mil novos casos de câncer. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apresentada durante congresso internacional realizado no Rio de Janeiro. A doença já é a principal causa de morte nos países desenvolvidos. No Brasil, é a segunda maior causa, depois das cardiovasculares. O que chama a atenção nas estimativas, no entanto, são as diferenças regionais: o mapa da incidência geral da doença (incluindo todas as neoplasias) mostra que as regiões Sul e Sudeste concentrarão o maior número de casos. A incidência na região Norte é a menor do país, o que indicaria que o câncer tende a ocorrer com mais freqüência em regiões de maior desenvolvimento econômico. Alguns fatores podem explicar essa situação. O câncer aumenta à medida que as doenças infecciosas diminuem, porque a população passa a viver mais e adoece de outras doenças.

Amazônia
Abelhas ajudam reflorestamento
Trabalho executado por pesquisadores ligados à Coordenação de Ciências Agronômicas (CPCA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) conseguiu descrever o terceiro caso cientificamente comprovado, no mundo, de dispersão de sementes de plantas por abelhas. De acordo com o biólogo Alexandre Coletto, tudo começou quando os pesquisadores perceberam a presença de sementes na porta das colméias. Durante o manejo, foi observada a presença de sementes dentro das colméias e isso intrigou pesquisadores até comprovarem que as abelhas levavam as sementes para lá. O primeiro passo foi instalar uma câmera na frente da colméia e conseguir imagens de abelhas carregando semente. Em seguida, o grupo decidiu colocar sementes para germinar, a fim de poder saber qual árvore nasceria dali. Descobriram que as abelhas coletavam sementes de angelim rajado, espécie de alto valor comercial para a indústria madeireira. Foi confirmada também a presença de inúmeras mudas nas proximidades das colméias.

Prevenção
Vitamina A garante pele mais saudável
Estudos científicos confirmam a eficácia de produtos de beleza que contêm vitamina A em sua composição para a saúde da pele. A conclusão é de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Hidratantes corporais com vitamina A ajudam a reduzir consideravelmente os sinais de envelhecimento precoce, como manchas e linhas de expressão. De acordo com os especialistas, produtos que continham retinol (forma pura da vitamina A) amenizaram as rugas da maioria dos voluntários e, melhor ainda, aumentaram os níveis de substâncias químicas importantes na regeneração da pele.