2007 . Ano 4 . Edição 35 - 10/9/2007
Pesquisa e Texto Sérgio Garschagen
Saúde Males da hipertensão A notícia foi divulgada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp): a tendência genética à hipertensão arterial está associada aos fatores que desencadeiam uma das mais freqüentes complicações crônicas do diabetes: a retinopatia diabética, lesão na retina que pode levar à cegueira. A relação foi demonstrada pela primeira vez por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O estudo foi realizado por Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). O projeto, concluído em junho, foi a base de um novo estudo sobre o tema, já em andamento. "Graças aos hábitos alimentares e ao sedentarismo, a doença está em franca expansão no mundo ocidental. Por outro lado, os diabéticos hoje vivem mais, o que torna as complicações crônicas cada vez mais comuns", disse a pesquisadora à Agência Fapesp.
Tempestades Menor quantidade, porém mais fortes Programa de computador desenvolvido pela agência espacial norteamericana Nasa indica que há uma tendência de aumento do poder de devastação das tempestades em todo o mundo, mas a quantidade de tempestades deve diminuir.
O modelo foi testado com condições climáticas atuais. Os pesquisadores verificaram, além dos episódios de tempestades violentas globalmente, a alta prevalência de raios sobre regiões tropicais, especialmente na África e na Amazônia.Também identificaram a quase ausência de raios em tempestades oceânicas.
Num cenário hipotético com o dobro dos níveis atuais de dióxido de carbono e uma temperatura superficial média 5oC maior que a atual, a análise final é de que os continentes se aquecerão mais do que os oceanos. Os efeitos combinados causarão mais tempestades continentais.
Tecnologia Capital de risco A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência do Ministério de Ciência e Tecnologia, vai investir em um novo fundo de capital de risco (venture capital) para apoiar empresas inovadoras de pequeno porte que não conseguem empréstimos no sistema bancário por falta de garantias reais. A previsão da Finep é aplicar, nos próximos quatro anos, R$ 32,5 milhões, distribuídos entre cerca de dez empresas inovadoras, principalmente dos estados do Rio e São Paulo, e que faturem entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões por ano.A Finep já concluiu a captação de recursos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de US$ 2,1 milhões e o fundo deverá começar a operar no primeiro trimestre de 2008. O aporte máximo por empreendimento será de R$ 4,8 milhões, com valor médio dos empréstimos em torno de R$ 3 milhões. O foco está em negócios que, embora ainda pequenos, apresentem um ciclo comercial completo - a Finep não vai apoiar idéias, mas empresas que já estejam no mercado, tenham produtos sendo comercializados, disponham de clientela formada, canais de distribuição estruturados e faturamento comprovado.
Corrida espacial Satélite sino-brasileiro O Cbers-2B, terceiro satélite do programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers), chegou na última semana de agosto ao centro técnico da base de Taiyuan, na China, para ser lançado pelo veículo espacial Longa Marcha 4B. O coordenador do Programa Cbers no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),Ricardo Cartaxo,acompanha na China o trabalho em conjunto dos técnicos dos dois países. Na China, o programa está sob a responsabilidade da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast).
Fármaco Choro que salva Todos os anos, morrem no Brasil, principalmente nos municípios mais carentes, cerca de 50 mil recém-nascidos por causa da síndrome da insuficiência respiratória. O clássico choro dos bebês abre os alvéolos pulmonares e permite o início do processo respiratório. Quando o nascituro não chora, ocorre a síndrome, que mata por sufocamento. A solução mais eficaz é a aplicação de uma droga produzida a partir do surfactante pulmonar de suínos, atualmente importada por R$ 400 a dose.A boa notícia é que o Instituto Butantan desenvolveu um biofármaco quatro vezes mais barato - R$ 100 por dose. O Butantan pretende iniciar a produção em novembro, com escala de 100 mil doses anuais e matéria-prima fornecida gratuitamente pela empresa agroindustrial Sadia.O Ministério da Saúde entregará o produto gratuitamente a todos os hospitais públicos ou ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS). No futuro, o remédio nacional poderá ser exportado, principalmente para países em desenvolvimento. A síndrome é responsável pela morte de 2 milhões de bebês anualmente, em todo o mundo.
Raio UV Consulte o cartão Um simples cartão permitirá a qualquer pessoa saber quando deve deixar a praia ou sair do sol. Desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da USP, o cartão mede o nível de exposição aos raios ultravioleta (UV) e informa aos usuários - de modo simples, acessível - quando a radiação passa a ser nociva.
O trabalho rendeu a conquista do prêmio NanoEurope 2006 (categoria médica), na Suíça, um dos maiores congressos de nanotecnologia da Europa. A patente está formalmente registrada, desde junho, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O cartão apresenta círculos na cor roxa. Uma vez exposto à radiação UV, e conforme passa o tempo, os círculos desbotam, se tornam lilás, e com o tempo, um lilás cada vez mais claro. E quem estivesse de posse do cartão - ele não é comercializado - poderia conferir, visualmente, se os minutos ou horas passados sob o sol representam perigo. Numa hipotética escala, o roxo indicaria, por exemplo, zero minuto. O lilás, uma hora.
Aquecimento global Entenda as conseqüências O aquecimento global e suas conseqüências no sistema solo-plantaatmosfera é o tema de uma série de palestras a serem realizadas,sempre aos sábados, no Departamento de Ciências do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em Piracicaba, coordenada pelo professor Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni, do Departamento de Ciências do Solo. O número de vagas está limitado a 70 pessoas e as inscrições podem ser feitas pelo telefone (19) 3417-6604 ou pelo site http://www.fealq.org.br/curso_evento_centro_difusao.asp
Programação: 29 de Setembro "Alterações no clima devido ao aquecimento global - Conseqüências das mudanças no clima para as plantas e solos" - professor doutor Paulo César Sentelhas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).
27 de Outubro "Efeito das mudanças climáticas nas relações patógeno-hospedeiro - Impacto das mudanças climáticas sobre doenças de plantas" - professora doutora Raquel Ghini, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
10 de Novembro "Mudanças climáticas e o agronegócio no Brasil; Alterações no zoneamento agroclimático de plantas cultivadas no Brasil - Agricultura como mitigadora do aquecimento global" - doutor Eduardo Delgado, da Embrapa.
24 de Novembro "Opções de mitigação: biomassa vegetal como fonte de energia" - prof. dr. Weber Amaral, da Esalq. "Pólo Nacional de Biocombustíveis: Emissões de gases do efeito estufa na produção e uso de etanol de cana" - dr. Isaias Macedo, da Unicamp.
Pecuária Carne com menos colesterol suplementação da ração bovina com sulfato de cobre diminuiu a deposição de colesterol no contrafilé, sem causar efeito tóxico, segundo estudos realizados na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga. Foram utilizados 28 bovinos da raça brangus, considerada uma das que produzem carne de melhor qualidade. Antes de serem abatidos, os animais permaneceram em baias individuais por 131 dias, alimentados com ração à base de silagem de milho e uma mistura mineral contendo sulfato de cobre, que é amplamente utilizado para a promoção do crescimento em animais como suínos e frangos, neste caso em doses que chegam a até 200 miligramas por quilo de ração.
Mesmo em quantidades elevadas como essa, o cobre não é transferido para a carne.
Artigo sobre o tema será publicado em revista científica nacional, para que os resultados do trabalho sejam utilizados por qualquer criador interessado. Mais informações:
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