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2007 . Ano 4 . Edição 34 - 10/5/2007 Pesquisa Andréa Wolffenbüttel
Saúde I Um bom exemplo da importância do patrimônio genético e da biodiversidade brasileira. Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP desde 2001 investiga os efeitos do guaraná - planta originária da Amazônia que é quase um símbolo nacional - sobre células cancerosas. Os resultados mais recentes dos testes feitos em camundongos mostram que os submetidos a tratamento têm expectativa de sobrevida ampliada em 12,5% e que o processo de desenvolvimento do câncer é 55% menos agressivo. O médico Heidge Fukumasu já identificou o efeito preventivo da planta.Sua tese de doutorado busca esclarecer como isso ocorre. “O guaraná mantém algumas células cancerosas numa espécie de estado ‘vegetativo’, impedindo sua proliferação”, explica.“Em outras, atua atrapalhando o processo de mitose.”Próximos passos:“Pretendemos descobrir em que ponto das células se dá a atuação, e quais as proteínas e vias metabólicas envolvidas”.
Novos materiais Duas pesquisadoras brasileiras, as físicas Regina Keiko Murakami e Valquiria Villas Boas, da Universidade Federal do Grande ABC (UFABC), em São Paulo, usaram a nanotecnologia e metais de baixo custo para desenvolver uma nova família de ímãs de alto desempenho, mais potentes e de cristalização mais estável do que os atuais. Explicação: são mais finos e homogêneos.“ As partículas são interligadas de forma harmônica, o que melhora o acoplamento magnético entre os cristais”, explica Murakami. As pesquisas em laboratório foram concluídas, e a novidade poderá ser utilizada em discos rígidos de computadores e em motores elétricos de alta precisão. Pesquisa A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Microsoft se associaram para criar um centro de inovação em tecnologia da informação, o Instituto Microsoft Research - Fapesp de Pesquisas em TI. Apoiará projetos que aliem avanço em conhecimento fundamental com possibilidades de aplicação para a melhoria de serviços como os de saúde e educação; e, portanto, produzam impacto social e econômico. Saúde II Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) constatou que a prática regular de exercícios físicos, além de inúmeros outros benefícios, pode resultar em economia de 36% no tratamento de hipertensão arterial. No balanço do Sistema Único de Saúde (SUS), 100 pacientes com problemas cardiovasculares que cuidam do corpo direitinho provocam corte de custos que pode chegar a 30 mil reais ao ano. Esse grupo é especialmente importante. De acordo com informações do Banco de Dados do Sistema, o DataSUS, cerca de 80% das internações hospitalares por problemas cardiovasculares no país estão relacionadas à hipertensão arterial. O trabalho, denominado “Hipertensão e exercício: custos do tratamento ambulatorial, antes e após a adoção da prática regular e orientada de condicionamento físico”, está na revista Hipertensão, da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), em: www.sbh.org.br/noticias.asp?codigo= 648. Saber O acesso a informações científicas está cada vez mais fácil. Com um telefone celular ou um palmtop conectado à internet é possível alcançar o conteúdo do portal do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).Além de quase duas mil publicações científicas, e de vídeos, o site está ligado a mais de 200 cientistas de diversos países numa rede de ensino a distância e gerenciamento de projetos. Para saber mais, visite o endereço www.cmdmc.com.br.
Agricultura Mais de 1.500 pesquisadores e técnicos em 12 estados trabalham no melhoramento do café brasileiro, dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa. No ano passado, fizeram mais de uma centena de propostas de projetos a ser financiados com recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conseguiram aprovação nas áreas de biotecnologia e genética e melhoramento do cafeeiro - 56 projetos, ao todo. E querem mais, o que é sinal de que o setor anda animado. O gráfico mostra o porquê. Mesmo com oscilação de preços, as vendas têm aumentado muito.
Aquecimento global Os Estados Unidos geram quase um terço dos gases de efeito estufa. Suas edificações consomem 65% da eletricidade, 40% das matérias- primas e 12% do abastecimento de água. Nos últimos seis anos, foram estabelecidas normas para construções menos danosas, criados certificados para empreiteiras de edifícios sustentáveis e um serviço de hipotecas cujos empréstimos são condicionados ao cumprimento de quesitos ambientais. Mesmo assim, os prédios ecológicos ainda não chegam a 10%. A pressão por um comportamento mais ambientalmente responsável tem aumentado.
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