2006. Ano 3 . Edição 21 - 4/4/2006
Pesquisa Andréa Wolffenbüttel Texto Nair Ribeiro
Digitalização Nas ondas do rádio Sim, tem-se falado muito sobre a escolha do padrão de televisão digital no Brasil. O burburinho é tanto que pouco se notam as discussões sobre a implantação da rádio digital. Desde setembro do ano passado, emissoras de rádio testam as alternativas disponíveis para a sua adoção. O modelo preferido, até o momento, é o norte-americano, que permite transmissão simultânea dos sinais analógico e digital com melhor qualidade, e que tem custo de implementação inferior ao dos concorrentes. O custo é a grande preocupação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por monitorar os resultados dos testes feitos pelas emissoras, cujos resultados estão disponíveis para consulta no site www.anatel.gov.br.
Duas condições foram impostas para a definição do sistema a ser adotado: uma é a possibilidade de transição lenta dos receptores, e a outra é justamente o custo, que não pode ser elevado. A Anatel estima que cerca de 95% da população brasileira tem acesso ao rádio. Ele exerce um papel fundamental em regiões interioranas e na Amazônia. A escolha de um sistema que promova a exclusão é injustificável. O que se pretende é o contrário. A nova tecnologia deve permitir a multiplicação das emissoras, ao usar o espectro de ondas de forma eficiente. Mais:o som deve ganhar nitidez. Será o fim do chiado, que não deixará saudades.
Conhecimento Flora sem fronteiras Quando dona Leopoldina se mudou para o Brasil, em 1817, para casar com dom Pedro I, trouxe na bagagem bem mais do que seu rico enxoval. Em sua comitiva estavam cientistas e artistas europeus que integravam uma Missão Austríaca. Seu objetivo era estudar e registrar a exuberância tropical verde-amarela. O médico e botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius estava entre eles. Foi o responsável por uma expedição de reconhecimento e catalogação da flora brasileira que durou três anos. Essa incursão resultou no precioso catálogo Flora Brasiliensis, com a descrição de mais de 22 mil espécies de plantas e 3.811 desenhos detalhados.
O trabalho é tão espetacular que, com mais de um século, permanece sendo uma referência para os botânicos. A boa nova é que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e outras instituições lançaram sua versão eletrônica. Dessa forma, tornaram o acervo disponível tanto ao público leigo quanto ao especializado. No site http://florabrasiliensis.cria.org.br é possível passear pela exposição virtual das imagens em alta resolução. Para os curiosos, é um prazer. Para os cientistas, a iniciativa tem grande importância. Atualmente eles têm acesso a poucas obras históricas, que em sua maioria se encontram em bibliotecas e herbários fora do Brasil.
Robótica Brasil, sil, sil, sil... Alunos de uma escola pública de São José dos Campos, no interior paulista, honraram o nome da cidade, sede da Embraer e do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica, reconhecidos por sua capacidade inovadora. Um grupo do Centro de Educação Profissional Hélio Augusto de Souza conquistou o prêmio Melhor Roockie 2006, destinado à equipe revelação da For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First), competição internacional de robótica que acontece nos Estados Unidos desde 1989. Como a proposta deste ano era de que as máquinas participassem de um torneio de futebol, os estudantes do curso técnico de Mecânica construíram o TSC1, um robô que armazena bolas e as lança para a área do gol.
Ana Karoline Santos, participante do time vencedor, conta que a experiência trouxe resultados concretos. Os que se destacaram na First têm melhores perspectivas de obter emprego. Tanto que Ana Karoline Santos já chegou até a recusar ofertas de trabalho. Em 2000, uma turma do Rio Grande do Sul foi a primeira de língua não inglesa a competir. Este ano, além dos brasileiros, havia 1.125 equipes compostas por 28 mil estudantes de Israel, Estados Unidos, Canadá, Equador, Inglaterra, México e Gana.
Pesquisa Vida no Brasil e trabalho na Europa A União Européia (UE) divulgou a liberação de 20 milhões de euros para promover a participação de cientistas de países em desenvolvimento em pesquisas do velho continente. Na concorrência pelas vagas há candidatos da África, Ásia, da América Latina, Caribe e do Leste Europeu, entre outros. O Brasil faz parte do time latinoamericano. O mais interessante da iniciativa é que os selecionados não terão de se mudar. Poderão trabalhar em seus países de origem e, de longe, colaborar com as investigações. Estudos sobre genoma e biotecnologia para saúde estão entre as sete áreas priorizadas pelo programa. Nanotecnologia, aeronáutica e desenvolvimento sustentável também aparecem na lista.
Geologia Oh, dolce Napoli... A força de um dos mais famosos vulcões do mundo, o Vesúvio, ficou registrada na histórica explosão ocorrida no ano 79 a.C., que destruiu as cidades de Pompéia e Herculano e fez aproximadamente 20 mil vítimas. Pesquisadores italianos e norte-americanos, entretanto, descobriram recentemente que aquela erupção foi relativamente suave se comparada a outra ocorrida há 3.780 anos, durante a Idade do Bronze. A desertificação provocada pelo acidente, que vem sendo chamado de Avelino, tornou a área inabitável por séculos.
Se um desastre similar ocorresse hoje, atingiria cerca de 3 milhões de pessoas num raio de 12 quilômetros ao redor do vulcão. Arrasaria a cidade de Nápoles, uma lástima que deve ser evitada, segundo os autores da pesquisa, com a alteração dos parâmetros do plano de emergência do Vesúvio. O plano ainda toma por base cálculos feitos a partir da explosão ocorrida em 79 a.C.. Mas agora se sabe que há a possibilidade de erupções mais devastadoras O estudo foi divulgado pela Academia de Ciências dos Estados Unidos e está disponível para consulta no site www.pnas.org.
1,5 minuto é o tempo necessário para identificar o tipo de cobra picou uma pessoa e que antídoto deve ser aplicado. Essa é a marca atingida por um novo método desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de Campinas. Ele tem tudo para se tornar o mais eficiente procedimento no atendimento a vítimas desse tipo de acidente. |
Informática Vamos e Spantá-los! Acontece a todo o momento. Basta acessar a Internet e abrir a caixa de e-mails para se deparar com dezenas de mensagens não solicitadas à espera de um minuto de atenção. Esses e-mails são os spams, que lotam as caixas de entrada, muitas vezes propagam conteúdos impróprios, indesejados ou danosos, e atrapalham a produtividade. Pois os menos avisados devem anotar: existe um Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI. br). E ele lançou o site www.antispam.br para ajudar os internautas a combater invasores incômodos. Ali há explicações sobre os principais tipos de spam, os problemas que eles podem causar às máquinas e aos arquivos e os meios de evitá-los, além de outras dicas.
O site também explica que procedimentos tomar para denunciar o recebimento de spams. No ano passado, 2, 4 milhões de reclamações foram contabilizadas. Os especialistas lembram que esse número representa apenas uma pequena amostra, já que a maioria das pessoas não reporta os incidentes ao CGI. br. , mas a amostra basta para indicar as principais fontes da chateação. Entre os 15 maiores emissores de spam, 11 são empresas ligadas à área de comunicação.
Serviços Banco de bolso Consultas de saldo, pagamento de contas e transferência de dinheiro pelo computador, via Internet, já são coisas corriqueiras. Fazer tudo isso pelo telefone celular é novidade. A facilidade foi lançada pelo Banco do Brasil (BB) em parceria com as principais operadoras. Foi batizada de mobile bank. Passou por um período de testes em que foram realizadas milhares de transações, e o BB garante que oferece tanta segurança quanto o sistema via computador. Para que a moda pegue no Brasil, como em outros países, o mobile banké tema de uma maciça campanha publicitária.
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