Minas Gerais quer ser ainda mais biotecnológica |
2005. Ano 2 . Edição 8 - 1/3/2005 por Mônica Teixeira Belo Horizonte é a sede de 52 das empresas de biotecnologia existentes no país. De acordo com a Federação das Indústrias de Minas, não há maior arranjo produtivo do segmento na América Latina. Em Belo Horizonte está também o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 153 grupos de pesquisa. Um batalhão de 600 jovens pesquisadores, mestrandos e doutorandos se especializa trabalhando nas linhas de investigação. O diretor do ICB, Carlos Alberto Tavares, afirma que pelo menos 500 têm como foco a biotecnologia. Das 155 patentes da UFMG, 62 nacionais e 20 internacionais são nessa área, segundo o Centro de Tecnologia e Inovação Tecnológica da universidade. A primeira empresa brasileira de sucesso na área - a legendária Biobrás, que cresceu produzindo insulina humana - nasceu na UFMG, criada por Marcos Mares Guia na década de 70. Em 2004, um levantamento feito pela Instituto Euvaldo Lodi/CNI localizou no estado 83 empresas de biotecnologia; segundo o relatório, publicado na página da Fundação Biominas (www.biominas.org.br) em 2003, elas empregavam 3,3 mil pessoas e faturaram 550 milhões de reais - valor 30% maior que o do ano 2000. Por tudo isso, o governo de Minas Gerais e a Federação das Indústrias decidiram declarar 2005 o ano da bioindústria mineira. Na última semana de fevereiro, foram empossados os integrantes da Câmara Setorial do estado para o setor. O objetivo é criar um ambiente político e econômico favorável ao desenvolvimento da biotecnologia. Legislação, regulação, tributação e atração de investimentos serão alvos para as ações. Outra notícia que mostra o interesse de Minas por manter e ampliar sua posição de liderança é o início das obras de um parque tecnológico num terreno vizinho ao campus da UFMG. Município, estado e universidade articularam-se para criá-lo; pretendem atrair e concentrar mais indústrias do setor de biotecnologia e também de software. |