Tecnologia sofisticada para mercado em expansão |
2005. Ano 2 . Edição 8 - 1/3/2005 por Mônica Teixeira
A Compuletra, empresa gaúcha de software, multiplicou por 6 seu faturamento em 24 meses, segundo seu presidente e criador, o economista Jaime Bergmann - que, no entanto, não apresenta números de jeito nenhum. Ele voltou a empresa para as necessidades criadas pelo sentimento nacional de insegurança. O negócio da Compuletra é interpretar padrões de imagens; e seu produto-líder, responsável pelo salto no faturamento, é capaz de reconhecer o padrão "placa" em um carro em movimento, recortá-lo e transformar em dados o que está na imagem recortada. Confrontada com bancos de dados, a informação pode detectar um carro roubado e localizá-lo. O conjunto de softwares desenvolvidos pela Compuletra lê 95% das placas brasileiras. O Ministério das Cidades testou a tecnologia e vai aplicá-la em 50 rotas mais usadas para levar carros e caminhões roubados para o exterior. No momento, o departamento de pesquisa e desenvolvimento (24 funcionários) trabalha para agregar ao sistema a possibilidade de reconhecer forma e cor. Outra linha de produtos usa as estratégias de reconhecimento de padrões de imagem para identificar pessoas por dados biométricos - íris, impressões digitais, DNA. O terceiro foco é o gerenciamento eletrônico de documentos. De 15% a 20% do faturamento é investido na inovação - sempre segundo Bergmann. Além do P&D próprio, a Compuletra se apóia nas universidades do Sul, privadas e públicas. Desde 1989, quando nasceu, o suporte governamental recebido se resumiu a oito bolsas para pesquisadores em empresas e um financiamento de 150 mil reais. Jaime acha pouco. Mas a Compuletra vai bem, obrigada. O segredo? Persistência e inovação, afirma o economista. |