É caro ver bem de pertinho |
2004. Ano 1 . Edição 2 - 1/9/2004
por Mônica Teixeira
Quem pesquisa diz que o mercado para produtos com valor nanotecnológico agregado vai chegar a 1 trilhão de dólares dentro de dez anos.
Exagero - Já em 2002, segundo avaliação de especialistas do Deutsche Bank, o mercado movimentou, mundialmente, 116 bilhões de dólares - número apresentado ao Congresso americano para orientar decisões sobre o apoio à pesquisa.
A estimativa ganha credibilidade quando se olha mais de perto as duas empresas que fabricam os microscópios e outros instrumentos indispensáveis à miniaturização: a Fei Company, americana, e a Japan Electron Optics Laboratories (Jeol).
Ambas nasceram em 1949 para construir e vender os primeiros microscópios eletrônicos de uso comercial, que deram origem às máquinas de hoje. Em 2003, a Jeol vendeu 690 milhões de dólares. De abril a julho de 2004, a Fei vendeu outros 108 milhões de dólares.
Quer dizer, as duas já faturam em torno de 1 bilhão de dólares. As vendas são crescentes porque essas ferramentas tornaram-se rotineiras para certos setores industriais de ponta.
O Brasil está para comprar um microscópio capaz de ver a intimidade dos átomos da Jeol ou da Fei. O equipamento será usado num projeto de pesquisa já aprovado pela Fapesp e instalado no Laboratório Nacional de Luz Sincrotron, em Campinas, onde existe o maior parque desses potentes microscópios na América do Sul.
O preço? Ainda não está fechado. Mas será superior a 2 milhões de dólares.
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