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Livros e publicações

2007 . Ano 4 . Edição 35 - 10/9/2007

rd35sec03img01Relações internacionais do Brasil: temas e agendas
Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa (organizadores), Editora Saraiva, 2006, 2 volumes, R$ 65,00 e R$ 79,00

 

 

 

 

 

 

As relações internacionais do Brasil, versão academia

Paulo Roberto de Almeida
( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ; www.pralmeida.org)

Terreno antes ocupado pela produção estrangeira, o campo das relações internacionais vem ganhando edições importantes a cargo de pesquisadores brasileiros. Estes dois volumes constituem o mais recente exemplo de como a produção nacional avançou na última década e meia.

O primeiro está dividido em três partes: "Linhas e Forças", de cunho generalista e conceitual; "Antigas e Novas Parcerias", voltada para as relações bilaterais ou regionais: Estados Unidos, Europa, Ásia, África e mundo árabe; e "O Brasil e o seu Entorno", sobre Mercosul, América do Sul e Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O segundo aborda o multilateralismo político e econômico, os grandes temas da agenda internacional contemporânea,do ponto de vista do Brasil, e o debate sobre as opções de política internacional do Brasil (Congresso, empresariado e academia,problema federativo).

A visão de um "antes" e um "depois" na política externa do período recente comparece no primeiro texto, do professor Amado Cervo. Ele acha que "o neoliberalismo impregnou a inteligência dos dirigentes brasileiros nos anos 1990", que essa doutrina "aceitou limites para a soberania" e -encaminhou o País para o desenvolvimento associado promotor de dependências estruturais" e que os "desenvolvimentistas" conseguiram antever os "resultados do neoliberalismo que desejavam evitar". Frente a tantas certezas, nessa visão que distingue entre um mundo "associado" (necessariamente "neoliberal") e um outro "autônomo" (obviamente desenvolvimentista), fica difícil reconhecer as continuidades na frente diplomática, um universo pleno de matizes e de interesses contraditórios, mas que não costuma separar o mundo entre "gregos" e "troianos".

A segunda parte do primeiro volume, dedicada às antigas e às novas parcerias, é mais uniforme em sua metodologia,uma vez que é voltada para o exame das relações bilaterais do Brasil com grandes atores.A terceira parte é toda ela dedicada ao entorno geográfico brasileiro, com três capítulos bem delimitados,um deles sobre a finada Alca.

O segundo volume, voltado para o multilateralismo e para a agenda diplomática internacional do Brasil, constituiria, segundo o prefaciador José Flávio Saraiva, "um exemplo marcante da renovação epistemológica e metodológica que está em curso na investigação das relações internacionais do Brasil", afirmação exagerada, tendo em vista que os textos abordam questões tradicionais da agenda internacional, esforçando-se os autores por apresentar as questões da melhor forma possível, sem que se vislumbre, porém, alguma "ruptura epistemológica" com os padrões conhecidos na academia.

Os organizadores acreditam que "uma mudança extraordinária processou-se no sistema de relações internacionais do Brasil desde o final da guerra fria". Qual seria": "a descrença com que o País via as organizações internacionais se converteu em um entusiasmado engajamento, manifestado como uma fé inabalável nas virtudes do multilateralismo político e econômico". Esse "entusiasmo" pode ser novidade apenas para outsiders, uma vez que a diplomacia brasileira sempre atribuiu importância às instituições multilaterais, geralmente consideradas, junto com a defesa do direito internacional, como o recurso obrigatório daqueles que não possuem poder real.

Os quinze capítulos cobrem a Organização das Nações Unidas (ONU), o sistema interamericano, os regimes internacionais, o Gatt-OMC (a Organização Mundial do Comércio e seu antecessor, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio) e questões de comércio internacional, o G-3 e o G-20, as relações do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), os direitos humanos, a política externa ambiental,questões de segurança, as operações de paz da ONU e a participação do Brasil, as estratégias de desenvolvimento social e de combate à pobreza,o papel do Congresso e dos empresários na política externa, o federalismo nas relações exteriores e, por fim, a constatação, a partir do crescimento da produção acadêmica e da expansão da formação de quadros especializados, de que estaria havendo um "adensamento do pensamento brasileiro em relações internacionais". Trata-se de uma obra bemvinda, que passa a representar uma referência indispensável para os estudos da e na área.Um índice remissivo e uma bibliografia consolidada dos títulos mais importantes para cada seção temática seriam muito úteis numa segunda edição da obra.

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 Negócios com o Japão, Coréia do Sul e China - Economia, gestão e relações com o Brasil
Gilmar Masiero
Editora Saraiva, 2007, 356 páginas, R$ 68,00

 

 

 

 

 

 

Desvendando os negócios do outro lado do mundo

Luciana Acioly da Silva
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De autoria do professor Gilmar Masiero, o livro lançado pela editora Saraiva chega em boa hora. Frente à intensificação das relações do Brasil com os países asiáticos e diante da escassa literatura no país sobre o tema,levanta pontos importantes para aqueles que querem conhecer os países que alcançaram sucesso econômico e desejam desvendar seus caminhos e/ou fazer negócios com eles.

Trata-se de uma análise dos principais aspectos do desenvolvimento econômico do Japão, Coréia do Sul e China, a partir de uma visão abrangente desses processos, passando pela discussão das características de seus sistemas gerenciais e pelas relações diplomáticas e de comércio e investimento do Brasil com aquelas três economias.

Ao se mergulhar no texto, nota-se que, quanto ao método, ele foi organizado ?do todo para a parte?.O tema,apesar de sua complexidade, é colocado dentro de uma moldura em que a apresentação das peculiaridades não sacrifica a compreensão geral. O livro tem sua estrutura argumentativa distribuída em três partes: nos três primeiros capítulos, são traçadas as principais linhas do desenvolvimento econômico do Japão,Coréia do Sul e China, centrando em aspectos importantes da construção de seus sistemas industriais e financeiros, das reformas, das questões políticas e ideológicas e das dimensões culturais.

O autor mostra com muita propriedade que as empresas japonesas, por exemplo,têm liderado o desenvolvimento econômico no Leste Asiático e que os grandes grupos empresariais de hoje (também os coreanos) nasceram à sombra de fortes políticas governamentais. No caso da China, sua expansão econômica vem sendo permeada de uma cuidadosa política cambial e de uma reforma financeira que colocou as finanças a serviço da produção.

Já os capítulos 4, 5 e 6 descrevem as características gerais e particulares de cada um dos sistemas gerenciais das empresas dos três países, que estão longe do modelo ocidental de administração de empresas ilustrado pelo "sonho americano" de mobilidade.Naqueles sistemas produtivos, a importância do Estado, da idéia de grupo, família e cooperação só encontram amparo em sociedades não totalmente permeadas por valores individualistas e onde a "vergonha" regula a conduta social. Por fim, no capítulo 8, o professor Masiero faz a pergunta que não quer calar: "O que fazer para o Brasil voltar a crescer economicamente"?. Vale a pena conferir a lista dos itens -pró-crescimento" observada pelos países asiáticos.

O livro apresenta não apenas a economia daqueles países e a organização de suas empresas, mas também enriquece muito o tema ao colocar aspectos pouco conhecidos do "lado de cá" relacionados às dimensões políticas, sociológicas e culturais dos mesmos e que, diga-se de passagem, são essenciais para compreendermos a lógica oriental de crescer e de fazer negócios.

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Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros
Carlos Alberto Leite Barbosa
Editora Atheneu, 2007, 364 páginas, R$ 47,00

 

 

 

 

 

Jânio Quadros, diplomata

Paulo Roberto de Almeida
(
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O governo do imprevisível Jânio Quadros durou 205 dias,de janeiro a agosto de 1961, mas foi provavelmente um dos mais "empolgantes"? qualquer que seja o sentido que se dê à palavra - que a história política do Brasil conheceu.A sua diplomacia também ficou inacabada,muito embora a "política externa independente" tenha tido continuidade no governo João Goulart e depois, em pleno regime militar,com a renovação operada nas prioridades diplomáticas a partir de Geisel.

O jovem diplomata Leite Barbosa, formado em 1959,acompanhou o errático presidente enquanto espectador privilegiado, lotado no seu gabinete do começo ao fim,ou mesmo antes, pois que participou da campanha eleitoral. O livro, bem pesquisado e recuperando no "baú da memória" fatos e pessoas que a história documentada não registrou, oferece uma contribuição excepcional ao estudo da política externa do sisudo chefe de Estado,contraditório nas ações e surpreendente nas palavras. São reproduzidos alguns dos seus famosos "bilhetinhos", tão difíceis, ao Itamaraty, de cumprir quanto, na verdade, entender. Um livro de um verdadeiro insider, indispensável,doravante, aos pesquisadores do período.

 
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