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Fábulas fabulosas a preço de custo...

2006. Ano 3 . Edição 19 - 7/2/2006

por Paulo Roberto de Almeida

estante1_78Fábulas Econômicas
Eliana Cardoso
Ed. Pearson Education do Brasil, 2006
306 p., R$ 55,00

As fábulas dessa obra estão mais para a dramaturgia de Shakespeare do que para contos da carochinha em linguagem keynesiana. Tragédias econômicas não faltam nesse livro de Eliana Cardoso, professora da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e colunista do jornal Valor Econômico, de onde saem os artigos. Cada uma das oito partes está dedicada a um problema fundamental.

A primeira,"Três léguas", trata do crescimento do Brasil ou, às vezes, da falta de crescimento,pelo menos nas últimas duas décadas.Nosso desempenho entre 1900 e 2000 não foi ruim,melhor em todo caso do que o da Argentina, mas inferior ao da Coréia e ao do Japão.A segunda parte,"Fome de Leão", aborda a política fiscal,onde aprendemos "com quantos paus se faz uma canoa", isto é,que os governos devem adotar instrumentos de longo prazo para a dívida pública, não indexados e de preferência na moeda do país.

A terceira,"Beijo de dragão é fogo", trata da política monetária e da inflação, hoje controlada mais pela taxa de juro do que pelos agregados monetários.Mas no meio do caminho existe a pedra da taxa cambial. A quarta parte,"Dance comigo", traz o dilema das reformas estruturais na América Latina,onde os rótulos - liberal,populista, neoliberal ou neopopulista - são altamente voláteis: "O novo político latino-americano se veste de populista na véspera das eleições e no dia seguinte troca a fantasia pela casaca neoliberal".

A quinta parte,"Parceiros e rivais",analisa o comércio mundial. Ela constata que "os políticos não aprenderam as lições econômicas que David Ricardo ensinou", daí a "mixórdia de acordos bilaterais".O Brasil e o Congresso dos EUA se unem num "chiclete com banana"para frear a liberalização das trocas.Ela acha que o Mercosul acabou em 1999,mas "continua vagando pela Terra como alma penada".

Na sexta parte,"De conversa em conversa", somos confrontados com as moratórias e as crises financeiras: risco-país e dívida externa são elementos relevantes nessa área.O Brasil libertou-se da rigidez cambial em 1999 e "ganhou maior flexibilidade tanto para enfrentar as tormentas externas quanto para gerir sua política macroeconômica".

A sétima parte,"Dois e dois são cinco", trata da pobreza e da distribuição de renda. A renda cresceu ao longo do século XX, mas as desigualdades aumentaram.Mesmo programas como o Bolsa Escola não conseguem reduzir a desigualdade.Mas a distribuição de renda melhorou no mundo, como demonstra Xavier Sala-i-Martin. Todo crescimento reduz a pobreza, mas ele pode vir combinado com um brutal aumento da desigualdade, como ocorre na China.Uma das causas da miséria dos excluídos é a falta de acesso à propriedade,como evidenciou Hernando de Soto.O ideal para o Brasil seria substituir "gastos no ensino superior por investimentos na qualidade da educação básica".

A oitava parte,"As cores do camaleão", enfoca as relações entre política e eleições. Ao ganhar a simpatia dos grupos financeiros com sua nova postura,"Mr.Lula goes to Washington"e ali promete continuar na trilha responsável. Essa é a origem da "metamorfose ambulante", ou seja, o dilema entre preservar as bases de apoio tradicional e aderir ao novo credo.A dança entre os compromissos históricos e as novas realidades do poder assume ares de Macbeth com a descoberta da corrupção em 2005.

O artigo final expõe escolhas difíceis: o pluripartidarismo e o voto proporcional garantem maior representatividade,mas é o bipartidarismo e o voto majoritário que proporcionam governabilidade.Eliana Cardoso acha que "mais importante do que qualquer reforma é que a legislação vigente seja de fato aplicada",pois "sem a confiança dos eleitores não existe política civilizada". Belo final para lições de economia aplicada, temperadas pela referência erudita à mitologia grega e à dramaturgia shakespeareana. Um duplo prazer pelo preço de um...

 
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