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Monopólio do saber?

2006. Ano 3 . Edição 19 - 7/2/2006

por Paulo Roberto de Almeida

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A Tendência Concentradora da Produção de Conhecimento no Mundo Contemporâneo
Fernando Antonio Ferreira de Barros
Editora Paralelo 15 - Abipti, 2005
307 p., R$ 35,00

 

O longo título já revela o conteúdo desse livro, que resulta de uma tese doutoral na UNB.O autor acredita, como muitos outros colegas, que a produção de conhecimento, tanto científico quanto prático (isto é, tecnológico), tende a concentrar-se cada vez mais num pequeno grupo de países. Isso é verdade, como também o que já se chamou de "grande divergência", ou seja, a distância cada vez maior de renda per capita entre os países mais avançados e os mais pobres (China e Índia não obstante).

Isso não invalida o fato,porém,de que a maior parte do estoque de conhecimento científico acumulado pela humanidade esteja livremente disponível a quem tiver acesso às redes eletrônicas de dados.Nesse sentido, o mundo nunca foi tão "igualitário" como agora,mas a tendência concentradora é um fato, ainda que isso possa não ser uma perversidade dos "produtores de ciência", e sim o resultado da incapacidade dos mais pobres de acompanhar o ritmo de pesquisa e desenvolvimento para fins produtivos.Dotado de metodologias testadas, o autor mapeia esse distanciamento na produção de ciência e tecnologia nos mais diversos países, dedica um capítulo aos países emergentes, em especial ao Brasil, identifica as razões das desigualdades e faz recomendações na linha do que já propôs o Interacademy Council para reforçar a ciência e tecnologia em todos os países.

Certa visão conspiratória transparece de sua adesão às teses de Ha-joon Chang, diretor-assistente da Faculdade de Economia da Universidade de Cambridge da Inglaterra, (Chutando a Escada), que acha que os países desenvolvidos querem impedir os menos avançados de alcançá-los e por isso recomendam receitas neoliberais que eles mesmos não seguiram em seu processo de industrialização.Os fundamentos metodológicos e empíricos desse tipo de raciocínio já foram contestados, o que não impede sua boa recepção nos meios acadêmicos opostos às correntes econômicas dominantes.

As teses desenvolvimentistas já receberam muitas ressalvas, mas suas bases continuam intactas, como revelado no movimento antiglobalizador.O autor não diz, exatamente, que "outro mundo científico é possível", mas ele talvez gostasse que isso ocorresse segundo as vias tradicionais do investimento estatal e da coordenação das agências públicas com o capital privado.Talvez falte um pouco de confiança na capacidade de a própria sociedade se organizar para produzir o saber científico,mas isso começa pela impulsão da educação de base,não necessariamente pelo pródigo apoio à superestrutura algo elitista da comunidade científica. Em todo caso, vale a pena conferir os dados do problema.

 
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