Revelações sobre a invasão do Iraque |
2005. Ano 2 . Edição 7 - 1/2/2005
Ottoni Fernandes Jr.
Seymour Hersh é um dos mais importantes jornalistas investigativos dos Estados Unidos. Mereceu o Prêmio Pulitzer aos 31 anos pela reportagem em que trouxe à luz o massacre de 500 civis sul vietnamitas por tropas norte-americanas, em março de 1968. Voltou a incomodar as autoridades militares americanas ao revelar em detalhes as torturas praticadas contra iraquianos na prisão de Abu Graib, em Bagdá, publicadas em 2004 na New Yorker, a prestigiosa revista semanal norte-americana, em que Hersh é colaborador habitual.
O livro Cadeia de Comando mostra a maneira como os principais expoentes do governo de George W. Bush procuraram justificar a intervenção militar no Iraque, em março de 2003. Denunciaram que o Iraque havia comprado urânio de Niger para usar em seu programa de armas de destruição de massa, com base em documentos forjados, que foram acolhidos pela máquina de Inteligência do país, mas tinham sido rejeitados pela Agência Internacional de Energia Atômica.
Hersh revela, baseado em entrevista com um oficial iraquiano que serviu na Inteligência militar, que Saddam Hussein começou a preparar a resistência contra uma invasão americana em 2001, logo depois da posse de Bush, e que em janeiro de 2003 mandou sua polícia secreta destruir documentos em todos os ministérios. Com Bagdá cercada pelas forças americanas, as tropas iraquianas foram desmobilizadas por ordem de Hussein, os oficiais aconselhados a vestir roupas civis e iniciar a resistência, contando com as armas previamente armazenadas.
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