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Ecoeficiência em escala industrial - Eficiência em escala industrial Empresa petroquímica Amanco gera riqueza, cresce e promove preservação ambiental

2007 . Ano 4 . Edição 34 - 10/5/2007

Empresa do setor petroquímico, plantada num dos cartões-postais de Pernambuco, a Amanco mostra que produção, geração de riqueza e crescimento não são incompatíveis com preservação ambiental. Ao contrário: melhoram resultados em todos os aspectos

Por Goretti Soares, de Suape, PE

melhorespraticas54_1Tratamento e reutilização de água geram economia correspondente ao consumo mensal de 187 residências com média de quatro habitantes em cada uma

Esta reportagem trata do braço brasileiro de uma potência de origem suíça atualmente sob controle do grupo mexicano químico e petroquímico Mexichem: o Grupo Amanco, que atua em 29 países e emprega mais de 7 mil pessoas. Está no Brasil desde 1991, quando adquiriu a Fortilit. Em 1999, ao comprar a maioria das ações da Akros, ganhou massa muscular. Tornou-se ainda maior com a incorporação da Carborundum, especializada em equipamentos de irrigação por gotejamento e microaspersão.Hoje, é uma das maiores companhias de sua área no país. Tem crescido 16% ao ano. Em 2006, pela quinta vez consecutiva, foi considerada uma das melhores empresas para trabalhar na pesquisa realizada pelas revistas Exame e Você S/A. Produz mais de 2 mil itens - tubos,conexões e outros materiais de construção feitos de plásticos - e tem 1,6 mil funcionários em sua sede,na capital paulista, e em quatro fábricas localizadas nas cidades de Sumaré, no interior de São Paulo; Joinville, em Santa Catarina; e no distrito industrial de Suape, no município de Cabo de Santo Agostinho, nas cercanias de Recife, Pernambuco.É esta última planta que nos interessa.A fábrica é um caso de aplicação de boas práticas ambientais que merece nota.

Cabo de Santo Agostinho é um paraíso natural, espécie de mirante de onde se podem observar as águas verdes e cristalinas das praias pernambucanas.Ali foi implantado, quase trinta anos atrás,um porto com um distrito industrial,o Complexo Industrial e Portuário de Suape onde se edificou a segunda maior fábrica de tubos da Amanco no Brasil. Foi de Suape que saiu a novidade que a Amanco lançou em março, durante a 15ª Feira Internacional da Indústria da Construção, realizada em São Paulo: tubulações hidráulicas com isolamento acústico que proporcionam silêncio providencial em hospitais e bibliotecas, por exemplo.Outros produtos oferecem aos consumidores a possibilidade de poupar recursos naturais. Especialmente água. É o caso do sistema de equipamentos para irrigação agrícola por microaspersão e gotejamento.“Também fabricamos calhas que podem ser usadas para coletar chuva e tanques de armazenamento. Fomos os primeiros a lançar a caixa de descarga sanitária de baixo consumo de água, e por isso ganhamos um prêmio de casa sustentável da revista Casa Claudia em 2002”, exemplifica Regina Zimmermann, gerente de engenharia de materiais, meio ambiente, saúde, segurança e qualidade da companhia.

Mais que pesquisa e inovação, importa aqui o comportamento da empresa no âmbito da preservação ambiental,um de seus pontos fortes - o que é especialmente importante em se tratando de uma fabricante de produtos feitos de derivados de petróleo, cujo consumo indiscriminado tem agravado as alterações climáticas que afetam o planeta. Entre os funcionários da Amanco, fala-se em ecoeficiência, um neologismo bastante interessante. Conhecer um pouco sobre a operação da Amanco em Suape ajuda a compreendê-lo.

Ecoinovação Tudo começou há dois anos, quando a unidade de Suape substituiu uma antiga fábrica da Amanco localizada em Jaboatão dos Guararapes, também em Pernambuco. “Com essa planta conseguimos ecoinovar,dar um salto em termos de desenvolvimento sustentável, unir de forma harmônica, no dia-a-dia, os conceitos de responsabilidade social,ambiental e econômica”,diz Zimmermann.“Ecoeficiência é a utilização de recursos naturais com o máximo de aproveitamento e o mínimo de desperdício, valores contemplados na concepção da fábrica de Suape.”

Teoria? Não apenas.O caso é de teoria levada à prática, à rotina da operação industrial, da arquitetura do prédio à linha de produção,embarque e descarte.Vai aqui uma amostra do que se vê na fábrica de Pernambuco.

melhorespraticas54_2Linha de produção de tubos de PVC: circuito fechado impede a liberação de poeira no ambiente

Logo à entrada, é impossível ignorar.O piso é lisinho, sem irregularidades, desníveis, rugosidades.A meta da Amanco é marcar o ano de 2007 com registro zero de acidentes e, para isso, até o piso deve proporcionar conforto aos trabalhadores e, assim, evitar ocorrências inesperadas. Adiante, há fatos menos evidentes. Toda matéria-prima é processada em circuito fechado.Sem manipulação, não há poeira na fábrica, e o desperdício é zero.Ganham empregados e empresa. Como o resfriamento da matéria-prima (o PVC,plástico duro usado em embalagens e outras utilidades) também ocorre em circuito fechado, o processo de produção de 1 tonelada de tubos consome apenas 40 litros de água, enquanto pelo método tradicional são necessários 800 litros.A redução de 95% ganha relevo quando se considera que a fábrica de Suape produz 1,4 mil toneladas de tubos por mês.

Nesse capítulo há mais.Uma estação de tratamento de efluentes permite o reaproveitamento da água utilizada fora da área industrial em sanitários, irrigação de jardins e limpeza de pisos.Na parte externa da fábrica existem torneiras com coloração em destaque, informação acerca da qualidade e orientação sobre consumo.“A água é tratada, mas não é potável. Por isso, além de informar, temos um dispositivo que impede a abertura da torneira por descuido”, esclarece Alexandre Kusanov, gerente de produção da empresa.A reutilização gera economia de 1,5 mil metros cúbicos de água por mês, o que corresponde ao consumo de 187 residências commédia de quatro habitantes em cada uma.Em parte do terreno da indústria estão sendo plantadas mudas de árvores originárias da mata Atlântica - regadas por gotejamento. “É uma contribuição simbólica. Essa área já foi muito devastada”, diz Kusanov. O próximo passo, já planejado, é aprimorar o tratamento da água para que ela possa ser reutilizada em todas as circunstâncias.

melhorespraticas54_3A Amanco é a única empresa do setor com três certif icações internacionais: de saúde e segurança no trabalho, de gestão ambiental e de gestão de qualidade

Lixo? Há uma equipe dedicada a cuidar dele.A cada quinze dias,58% dos resíduos gerados no processo produtivo são repassados a empresas de reciclagem credenciadas.“ Apenas o lixo comum é destinado a aterro sanitário”,garante Zimmermann. E já que estamos tratando de poluição, seguem outras informações.A energia consumida na fábrica é gerada com biomassa de bagaço da cana-de-açúcar,o que faz bem ao meio ambiente (a biomassa é uma fonte que emite baixos níveis de gases causadores do efeito estufa) e também à contabilidade da empresa.Em 2006, a redução da despesa,nesse quesito, foi da ordem de 32%.Cerca de 30% da produção segue para os estados do Nordeste e do Norte por via marítima - o que baixa os custos e é menos danoso ao ambiente do que o transporte rodoviário.

Educação O exemplo da operação industrial já é uma boa forma de educar funcionários para que ajam de maneira responsável em relação aos recursos naturais, mas a Amanco vai além.Mantém um programa de orientação para que os empregados transmitam, a suas famílias e à comunidade, os conceitos que aprendem na rotina do trabalho. E os estimula a obter qualificação profissional.Antônio Monte, de 39 anos, trabalha na companhia desde que ela se instalou em Pernambuco.Concluiu o Ensino Médio e freqüenta um curso técnico de eletromecânica.“Me sinto valorizado. Quando me formar, vou poder concorrer a um cargo de manutenção de máquinas ou de monitor. São desafios para construir um futuro melhor para mim e minha família”, diz. E é com orgulho que Alexandre Kusanov fala dos resultados da iniciativa.“A motivação é visível.O funcionário tem confiança na empresa, o relacionamento no ambiente de trabalho melhora e tudo resulta em aumento de produção.”

melhorespraticas54_4melhorespraticas54_5Na planta de Suape, reflorestamento, reaproveitamento da água e utilização preferencial do porto para o transporte de produtos estimulam o comportamento responsável dos funcionários

Projetos Neste momento, a Amanco é detentora de um recorde.Trata-se da única empresa do setor a conquistar três certificações internacionais:OHSAS 18001, de saúde e segurança no trabalho; ISO 14001,de gestão ambiental; e ISO 9001,de gestão de qualidade. Pelas ações desenvolvidas em 2006 também recebeu o 1º prêmio Top Plastivida de responsabilidade ambiental,concedido pelo Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos,entidade que atua na divulgação da importância dos plásticos para a vida moderna e da necessidade de sua utilização de maneira correta.

Projetos não faltam.Um deles é a expansão internacional da The Plycem Company, divisão do grupo dedicada a sistemas construtivos em fibrocimento (cimento aditivado com polímeros,mais resistente e moldável do que o tradicional). “Queremos ser reconhecidos como um grupo líder na América Latina, formado por empresas que geram valor econômico de forma ética, ecoeficiente e com responsabilidade social, de maneira a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”,diz Regina Zimmermann. Santo Agostinho,brasileiros em geral, turistas que visitam as praias pernambucanas e o planeta Terra agradecem.

Localize-se
Complexo Industrial Portuário de Suape

Implantado no litoral sul do estado de Pernambuco, entre Cabo de Santo Agostinho e Pontal do Cupe, o porto de Suape fica 40 quilômetros ao sul de Recife. Foi idealizado para desafogar o movimento na capital pernambucana nas transações internacionais com combustíveis e cereais a granel, e também para atender às demandas do distrito industrial que ocupa seu entorno. Isso se deu nos anos 1980. O primeiro terminal foi inaugurado em 1982. Desde então Suape e os investimentos na região são crescentes.

Alguns exemplos contidos num relatório divulgado em abril pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado são impressionantes. Está em construção, ali, o Estaleiro Atlântico Sul, o maior do hemisfério sul, cujo balanço contabilizava a encomenda de dez navios no momento do lançamento da pedra fundamental da obra. Empregará cerca de 20 mil trabalhadores. Outro projeto em andamento é um moinho com capacidade de produção de 825 mil toneladas de farinha de trigo e prémisturas - o maior da América do Sul. Gerará 220 empregos diretos além de 1 mil indiretos. No Pólo Petroquímico, que já tem empresas em operação, outras tantas estão sendo erguidas. A Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, da Petrobras, teve seu cronograma acelerado e deverá estar produzindo até o final de 2010. Efeito desse movimento: a matériaprima proveniente do Pólo Petroquímico tem sido responsável pelo renascimento do Pólo Têxtil pernambucano. E há mais sete empresas, de diversos setores, em instalação ou ampliação na área do Complexo. Estas, e diversas outras, irão se somar às setenta que já trabalham no distrito.

Assim, o que nasceu como um apêndice do porto de Recife, com um leque restrito de mercadorias a transacionar, transformou-se no segundo maior terminal portuário, em termos de capacidade, e num dos mais avançados, do ponto de vista tecnológico, do país.Além de receber e embarcar mercadorias para o circuito internacional de comércio, atua com navegação de cabotagem, de transporte de produtos para o mercado interno e é terminal de passageiros - brasileiros e estrangeiros.A riqueza gerada em Suape corresponde a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco. Mas o Complexo não está livre de problemas. Situado numa região belíssima, de meio ambiente privilegiado para a exploração turística, produz impactos que precisam ser mitigados. E há providências em andamento. Em maio será desativado o lixão do município do Cabo de Santo Agostinho, na localidade conhecida como Pista Preta. Um projeto prevê obras de recuperação da área em doze meses e a construção de um aterro sanitário para receber e tratar as cerca de 400 toneladas diárias de lixo antes empilhadas a céu aberto. Preservação ambiental está na pauta das prioridades de governos, empresas e organizações nãogovernamentais que atuam na região.

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