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Guido Mantega - Presidente do BNDES acredita que o PIB brasileiro pode crescer 5% em 2006

2006. Ano 3 . Edição 20 - 9/3/2006

O Brasil pode crescer até 5% em 2006

Por Andréa Wolffenbüttel , do Rio de Janeiro

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Ao completar 15 meses à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega comemora um balanço que apresenta o maior lucro da história da instituição aliado a um volume recorde de concessão de empréstimos. O presidente de um dos principais bancos de fomento do mundo - tem mais recursos do que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - acredita que os fundamentos econômicos nunca estiveram tão sólidos no país e que o governo Lula está conseguindo cumprir seu programa de governo, ainda que por caminhos tortuosos.

Desafios - O desempenho do BNDES em 2005 bateu recorde em concessão de financiamentos e em geração de lucros. A que o senhor atribui esse sucesso?
Mantega - O Brasil está na rota do desenvolvimento há pelo menos dois anos e isso implica uma movimentação econômica de todo o país. Depois de um longo e tenebroso inverno de 20 e tantos anos, as forças produtivas do país estão se movimentando sob todos os pontos de vista. A produção está em efervescência, assim como o setor financeiro e os financiamentos. É natural que, nesse contexto, ocorra aumento de capitalização das empresas, crescimento do faturamento e do lucro, e também do BNDES. O banco participa das atividades das empresas, seja como financiador, seja como sócio, já que ele tem participação acionária nas empresas. Por um lado, ajuda a viabilizar os empreendimentos e depois colhe os bons resultados dessa participação. Também nos beneficiamos porque o nível da atividade econômica está bem e os empréstimos estão sendo honrados. Isso explica nosso nível de lucratividade de 3, 2 bilhões reais.

Desafios - Além do contexto externo, não houve influência das campanhas de divulgação que o banco realizou no ano passado?
Mantega - Ao longo do tempo o banco mudou sua atuação para acompanhar as necessidades da economia. Em determinado momento, ele atendeu fundamentalmente empresas estatais. Hoje procura dar suporte às privadas. Em determinada época, ele só olhava para as grandes empresas, hoje olha para as pequenas e médias como um setor prioritário. Por isso procuramos divulgar nossas linhas de crédito, que eram pouco conhecidas, principalmente pelos segmentos dos pequenos e médios empresários.

Desafios - Por falar em pequenas empresas, muitos criticam o BNDES por socorrer grandes empresas, que poderiam recorrer aos bancos comerciais. Como o senhor vê essas críticas?
Mantega - Um dos problemas do Brasil é a falta de crédito. Comparativamente a outros países, a relação crédito versus PIB aqui é baixa. Como o banco não tem escassez de recursos, não precisamos racioná-los. Essas críticas seriam válidas se houvesse uma escolha a ser feita. Se dispuséssemos de 10 milhões de reais para uma demanda de 30 milhões. Nesse caso, teríamos de dar o dinheiro às pequenas e médias empresas, porque as grandes conseguem de outras fontes. Mas temos sobra de recursos e podemos financiar todas as necessidades que surgem. Eu acho importante emprestar para uma grande empresa do setor de energia, por exemplo, porque ela presta um serviço que beneficia todo o país;ou financiar uma grande siderúrgica que vai exportar produtos e melhorar a balança comercial diminuindo a vulnerabilidade externa. Assim como também nos interessa financiar uma padaria, um profissional liberal. Podemos financiar tudo, desde o turismo até bens de capital.

  "O Banco tem procurado dar mais agilidade às suas liberações. Mesmo nos casos mais complexos temos reduzido o tempo de tramitação. No ano de 2005, diminuímos o prazo para concessão de empréstimos em 40%, em média"

Desafios - Pode financiar a economia informal?
Mantega - Veja, o banco não tem como dar suporte às pessoas que estão na informalidade. Quando você vai liberar um crédito para uma empresa, você analisa as suas condições econômicofinanceiras. Tem de apresentar um balanço auditado, portanto real, que expresse uma condição favorável. Quando uma empresa é informal, não apresenta uma situação boa porque ela esconde o lucro, esconde o faturamento. Isso quer dizer que, quando uma empresa procura o BNDES, ela tem de se formalizar. Eu diria que o BNDES tem contribuído para a formalização das empresas porque para obter o crédito especial que o BNDES fornece elas abrem mão de outro benefício, que é o não-pagamento de tributos.

Sem papas na língua 
Logo após o pleito de 2002, Guido Mantega, então um dos principais assessores econômicos do presidente eleito, afirmou que "no governo Lula o dólar vai cair, a inflação ficará sob controle, haverá redução do desemprego, aumento do salário mínimo e crescimento econômico. Mas não será fácil". Talvez tenha sido mais difícil do que imaginava, mas ele acertou. Esse é bem o estilo de Mantega, o genovês, nascido em 1949, que veio para o Brasil com 2 anos de idade, formou- se em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e tornou-se, sem muito espalhafato, um dos principais quadros do Partido dos Trabalhadores (PT). Direto em suas declarações, ele não teme entrar em choque com companheiros, nem mesmo quando ambos estão no governo. Suas críticas à alta taxa de juro são públicas e já irritaram, mais de uma vez, o presidente do Banco Central e o Secretário do Tesouro Nacional. Desde novembro de 2004, Mantega está no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ocupando, numa sucessão conturbada, o lugar que era de Carlos Lessa. Antes disso, foi o titular da pasta do Planejamento e, muito antes ainda, em 1982, foi diretor de Orçamento e Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina. Atualmente Mantega vive na ponte-aérea entre o Rio de Janeiro, sede do BNDES, e São Paulo, onde mora com a família no boêmio bairro da Vila Madalena. É doutor em Sociologia pela USP, com especialização no Institute of Development Countries (IDS), da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Foi professor de Economia na Fundação Getulio Vargas de São Paulo e professor, também de Economia, no curso de mestrado e doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mas deixou a carreira acadêmica no final dos anos 80 para dedicar-se exclusivamente ao PT. Principal lazer? Fazer caminhadas com seu filho de 5 anos.

Desafios - Muitos empresários fazem elogios ao BNDES, mas sempre acompanhados de reclamações em relação à burocracia e à demora para conseguir o financiamento. Está sendo feito algo para a redução desse prazo?
Mantega -
É estranho, porque, dependendo da linha de financiamento, a liberação se dá em cinco dias. Uma empresa já cadastrada no banco que queira adquirir máquinas por meio do Finame, uma linha especial para esse fim, recebe o dinheiro em cinco dias. Às vezes, a demora não é nossa. O BNDES opera também por meio de outros agentes financeiros, que podem levar mais tempo para aprovar o empréstimo. Mas, em geral, não passa de 60 dias. Claro que existem programas do BNDES que são mais estruturais, como o financiamento de uma nova siderúrgica, um financiamento de mais de 1 bilhão de reais, que vai consumir mais tempo. É diferente de financiar uma máquina, uma geladeira ou uma televisão, que basta ver se o sujeito é bom pagador, ver a ficha de crédito dele e em cinco minutos liberar o dinheiro. É natural que o financiamento ao investimento seja mais demorado que o financiamento ao consumo e ao capital de giro. Mesmo assim, no Exim, que é a linha de crédito do BNDES para a exportação, às vezes vários milhões de reais são liberados em dez, quinze dias.

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Desafios - O senhor tem idéia do prazo médio para concessão dos financiamentos?
Mantega - Um financiamento mais complexo, ao setor privado, pode demorar até seis meses. Já para o setor público é mais demorado porque é preciso checar se a prefeitura ou o estado têm capacidade fiscal, passar pela Secretaria do Tesouro Nacional, muitas vezes o prefeito muda de idéia, um novo prefeito modifica o projeto, então pode demorar até mais de um ano. Mas o banco tem procurado dar mais agilidade às suas liberações. Mesmo nos casos mais complexos nós temos reduzido o tempo de tramitação. No ano de 2005, diminuímos o prazo em 40%, em média. Nós criamos modalidades mais rápidas de liberação de crédito, como o chamado Limite de Crédito, para empresas que já têm mais de cinco anos de relacionamento com o banco e que rotineiramente tomam empréstimos.

Desafios - O BNDES acaba de autorizar o financiamento a empresas estrangeiras interessadas em investir em turismo no Brasil. Essa é a primeira vez que o BNDES libera crédito para empresas estrangeiras?
Mantega - Não. O BNDES pode emprestar para empresas estrangeiras, mas em condições diferentes do financiamento às empresas nacionais. As condições só são semelhantes quando as estrangeiras vão investir em algum setor considerado prioritário para o país. Agora o turismo passou a integrar esse grupo de interesse. Nós já financiávamos a produção e a exportação de caminhões, de máquinas agrícolas, bens de capital de modo geral. Não financiávamos veículos leves, mas veio uma demanda para o setor e criamos uma linha de crédito para exportação de veículos leves. Por quê? Porque achamos que era importante que o Brasil se consolidasse como uma plataforma de exportação de veículos. A indústria automobilística ainda tem um papel muito relevante na economia brasileira, tem um efeito multiplicador grande, gera muito emprego, movimenta muitos setores da economia, autopeças, vidro, estofamentos, plástico. E hoje existe uma competição internacional para sediar a produção. Fabricação de carros é o filet mignon, é bom exportar soja, mas é melhor ainda exportar automóveis. Não importa se a empresa é estrangeira ou nacional, até porque não existe nenhuma nacional no setor automobilístico. Ao contrário do que acontecia no passado, quando as fábricas no Brasil produziam carros já superados, de segunda linha, o país hoje está lançando carros novos no mercado, com projetos desenvolvidos aqui, com tecnologia nossa. São engenheiros brasileiros que estão projetando os carros avançados da linha internacional.

O Banco não tem escassez de recursos, não precisamos raci oná-los e podem os financiar todas as necessidades que surgem

Desafios - Ao dizer que é bom exportar soja, mas que é melhor ainda exportar carro, o senhor está reconhecendo a importância de aumentar a intensidade tecnológica de nossa produção. Qual é o tratamento dado às atividades de inovação no novo pacote de políticas operacionais lançado pelo BNDES?
Mantega - A linha de maior prioridade do pacote é a da tecnologia. Atualmente, a renovação tecnológica se dá numa velocidade muito maior do que se dava no passado. As empresas competem por produtos cada vez mais novos, mais aperfeiçoados, portanto a inovação é uma condição sine qua non para o sucesso da produção brasileira. Nesse sentido diminuímos o custo do financiamento para inovação. Hoje os empréstimos para inovação têm o menor custo do BNDES, com taxa fixa de 6% ao ano, sem correção monetária, sem qualquer adicional, independentemente da taxa de juro, da Selic, seja lá do que for. Antes era de 12%. Para projetos em que a tecnologia já foi desenvolvida e será aplicada à produção, ou seja, quando alguém vai fabricar um bem que já incorpora a inovação, o custo do financiamento é só a taxa de juros de longo prazo (TJLP), sem nenhum adicional, sem spread bancário nem taxa de risco. A mudança em relação ao que havia antes é que era TJLP mais 2, 5% e agora é TJLP pura, caíram os 2, 5%. Ainda mais: nós vamos lançar, em breve, fundos para financiamento de inovações tecnológicas também dentro dessas condições. Fundos bancados integralmente com recursos do banco, sem falar nos fundos de venture capital e de equity, que nós já apoiamos.

 

Desafios - Entre as prioridades na nova política operacional do banco está o estímulo ao mercado de capitais. Que tipo de estímulo?
Mantega - Essa é uma área que a nossa gestão procurou desenvolver, porque o BNDES vinha apresentando um desempenho aquém das suas possibilidades. Nós queremos ajudar as mais: nós vamos lançar, em breve, fundos para financiamento de inovações tecnológicas também dentro dessas condições. Fundos bancados integralmente com recursos do banco, sem falar nos fundos de venture capital e de equity, que nós já apoiamos.

Desafios - Entre as prioridades na nova política operacional do banco está o estímulo ao mercado de capitais. Que tipo de estímulo?
Mantega - Essa é uma área que a nossa gestão procurou desenvolver, porque o BNDES vinha apresentando um desempenho aquém das suas possibilidades. Nós queremos ajudar as empreempresas a abrir o capital, subscrever debêntures, ter uma participação acionária nas empresas, ou seja, não apoiar somente com financiamento, mas também comprando ações. Outra meta é movimentar e ajudar a dar mais equilíbrio ao mercado de capitais. O BNDES tem uma grande carteira de ações. Temos, entre ações e debêntures, ativos de 46 bilhões de reais. Então procuramos dar mais liquidez ao mercado lançando, em 2005, a oferta pública de cotas dos Papéis Índice Brasil Bovespa - 50, o Pibb, que foi muito bem-aceito. O Pibb, na verdade, é um fundo de ações formado pelas 50 ações mais negociadas. Colocamos um pedacinho das ações que temos da Petrobras, da Vale do Rio Doce, de todas as líderes que formam essas 50 ações e oferecemos ao mercado. Mais de 120 mil investidores, pessoas físicas, participaram. Isso se chama popularização do investimento em mercado de capitais. Foi a maior colocação que já houve no país. A gente ia colocar 1 bilhão, aí choveu uma demanda e chegamos a 2, 3 bilhões. E aqueles que entraram estão muito felizes porque compraram cotas a 40 reais que, dois meses depois, estavam valendo 55 reais.

Desafios - O banco tem a intenção de repetir essa operação?
Mantega - Bem, a gente não pode falar, mas não há planos no momento. Ainda estamos colhendo os louros do Pibb.

Desafios - O pacote de novas políticas operacionais prevê um Programa de Dinamização Regional. O que contempla esse programa?
Mantega - Entre as prioridades do BNDES está estimular as regiões menos desenvolvidas do país, apoiando projetos estruturantes que tenham um efeito multiplicador importante. Para os investimentos feitos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, já há uma redução de spread automática.

 

Desafios - Sempre foi assim ou é uma novidade do pacote?
Mantega - Ao longo do tempo foi e voltou. Isso é um aperfeiçoamento. O banco é muito criativo. Em algumas épocas ele tem linhas, depois ele tira, aí ele cria de novo. Quer dizer que esses spreads são sempre redefinidos. Agora temos um novo padrão. Então, se uma siderúrgica se implantar no Rio de Janeiro, ela terá determinado custo de financiamento, mas, se for no Ceará, esse custo cairá, pelo menos, 1 ponto percentual.

"No ano passado, o BNDES liberou financiamentos da ordem de 47 bilhões de reais, 18% a mais do que em 2004, que foi um ano bom. Se nós pegarmos o segmento indústria, o financiamento cresceu 49%"

Desafios - Como alguém que acompanha de perto os investimentos produtivos, como o senhor, enxerga as perspectivas econômicas para 2006?
Mantega - A economia brasileira apresenta condições muito favoráveis para um crescimento expressivo. Eu acredito que nós possamos crescer de 4, 5% a 5% em 2006. Por um lado, os fundamentos da economia brasileira nunca estiveram tão sólidos como hoje. Desafio qualquer analista a me mostrar um período de nossa história, um momento que seja, no qual os fundamentos estivessem tão sólidos, tanto o controle da inflação e das contas públicas como, fundamentalmente, a redução da vulnerabilidade externa. Porque o Brasil sempre teve um calcanhar-deaquiles, que era sua vulnerabilidade externa, sua dependência de capitais externos para fechar suas contas. Isso mudou radicalmente. Hoje o Brasil é um protagonista do comércio internacional, ele gera moeda forte, gera divisas. Tem uns que acham que gera demais, porque nós fechamos o ano passado com um superávit comercial de quase 45 bilhões de reais mais o investimento externo que entra, o que nos deixa com um saldo de moeda forte muito favorável. E faz com que a dívida externa esteja diminuindo. O país se dá ao luxo de fazer pré-pagamentos de dívida de longo prazo. Outro fator importante é que temos uma estrutura produtiva moderna e eficiente. Somos um país que possui uma estrutura agrícola modernizada, campeã em vários produtos em termos de produtividade. E não é uma questão de manipulação de câmbio. Houve uma época em que os produtos brasileiros eram baratos por causa do câmbio. Mas agora até com uma conjuntura cambial desfavorável conseguimos sucesso no comércio internacional. Na questão da energia do etanol, o Brasil tem liderança tecnológica. A indústria brasileira se manteve e até deu um salto de qualidade, ao contrário de outras economias que, durante crises recentes, destruíram sua capacidade produtiva. Hoje temos uma estrutura produtiva preparada para enfrentar os desafios da globalização. As empresas brasileiras estão em processo de modernização, estão comprando muito equipamento e isso tem sido observado pelas nossas linhas de crédito. No ano passado, o BNDES liberou financiamentos da ordem de 47 bilhões de reais, 18% a mais do que em 2004, que foi um ano bom. O número sozinho não dá a dimensão das mudanças estruturais que estão acontecendo. Se nós pegarmos o segmento indústria, o financiamento cresceu 49%. Isso é significativo porque o BNDES financia investimento, então quando ele financia a indústria significa modernização e aumento da capacidade de produção. Para a indústria mecânica, o crescimento foi de 163%, para a metalúrgica,76%,para a química e petroquímica, 103% a mais.

Desafios - Qual é a coisa da qual o senhor mais se orgulha por ter feito à frente do BNDES?
Mantega - Eu me orgulho de conseguir dizer que o banco, hoje, é um dos protagonistas do desenvolvimento.

Desafios - Não era antes?
Mantega - Foi menos. No período da privatização, ele tinha um papel diferente, hoje tem uma presença mais marcante. Mesmo porque o desenvolvimento está voltando. Eu fico satisfeito em saber que as empresas que são apoiadas pelo banco são as que mais geram empregos no país. Temos uma pesquisa mostrando que, em todos os setores de atividades,as empresas apoiadas pelo BNDES geram mais empregos do que as semelhantes nos mesmos setores. Não estamos comparando alhos com bugalhos. O BNDES tem uma atividade que não só aumenta a produtividade e a produção como aumenta também a geração de empregos. Essa é a maior virtude que está acontecendo no país. É uma nova modalidade de crescimento com geração de emprego e distribuição de renda. E o BNDES está envolvido nisso, por exemplo, apoiando mais as micro e pequenas empresas. Está aumentando o volume de crédito para esse segmento. No ano passado, dos 47 milhões de reais emprestados pelo banco, 11,6 milhões foram para as pequenas e médias empresas.

Desafios - Que mais o senhor ainda sonha em fazer no banco?
Mantega - Que o Brasil tenha um crescimento sustentável de,pelo menos,5% do PIB ao ano. E certamente o BNDES va ter um papel importante nessa tarefa. Ele vai ter o desafio de continuar financiando infra-estrutura, eliminando os gargalos e dinamizando o mercado de capitais.

Desafios - O senhor sempre teve participação importante na elaboração dos programas de governo das campanhas presidenciais do PT. Naquela função e naquela época o senhor imaginava que a condução da política econômica do governo Lula seria a que foi?
Mantega - Bem, existe uma diferença entre a teoria e a prática. Uma coisa é você escrever um programa de governo e outra é defrontar-se com as limitações da realidade. Sempre é preciso fazer adaptações, mas eu diria que o essencial do programa de governo de 2002 está sendo cumprido. A retomada do desenvolvimento econômico com a distribuição de renda, a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, o aumento da respeitabilidade ao Brasil no contexto internacional, enfim, acho que os grandes projetos do programa estão sendo realizados. Talvez por caminhos mais tortuosos. A gente tem de fazer um superávit maior do que o que imaginávamos, por exemplo, mas estamos conseguindo atingir os objetivos.

 
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