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Livro do ano- Demografia

2006. Ano 3 . Edição 25 - 3/8/2006

A demografia mostra que a população brasileira tem menos filhos e vive por mais tempo. Conseqüência dessas alterações: depois de absorver a mão-de-obra feminina, o mercado de trabalho precisa abrir espaço para mais pessoas, por mais tempo. Esse é o desafio para evitar um aumento ainda maior dos custos da Previdência, cujo número de contribuintes está em declínio 

Por Lia Vasconcelos de brasília 

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A população brasileira experimentou mudanças expressivas ao longo do século XX.Entre elas merece destaque a diminuição da mortalidade, acompanhada da redução do número de filhos por mulher.A queda desses dois indicadores teve reflexos no ritmo de crescimento da população,na distribuição etária e, conseqüentemente, na oferta da força de trabalho.O capítulo que trata de demografia, no livro Brasil: O Estado de uma Nação, discute as principais mudanças ocorridas com a mão-de-obra e projeta o crescimento da população em idade ativa (PIA) para 2030.

"A oferta é determinada pela população em idade de trabalhar e por sua disponibilidade em participar do mercado de trabalho", afirma Ana Amélia Camarano, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ao observar esses dois fatores,ela constatou que,entre 1980 e 2000, apesar de a esperança de vida dos homens aos 15 anos ter aumentado em 6,3 anos, eles reduziram seu tempo de atividade econômica (veja o gráfico a baixo). Parte dessa redução deveu-se ao impacto do que se chama mortalidade por causas externas, ou seja, óbitos não provocados por doenças, mas por motivos como homicídios, acidentes de trânsito e de trabalho. São problemas que atingem a população masculina com mais intensidade.Só em 2000,os homicídios foram responsáveis pela perda de 1,3 ano na sua esperança de vida ao nascer, e pela redução de 0,7 ano em sua presença no mercado de trabalho. Livres desses contratempos, os homens teriam sobrevida de mais 3,2 anos, e sua atividade econômica aumentaria 1,5 ano.

Entre as mulheres, a expectativa de vida aos 15 anos cresceu, mas não de forma tão significativa: o aumento foi de 4,8 anos e, como era de esperar, isso refletiu no tempo de trabalho (veja o gráfico abaixo). Elas têm participação maior no mercado e passam 8,1 anos a mais em atividades remuneradas.

As pesquisas de Camarano contêm outras conclusões interessantes.Aparentemente, a antiga prática que levava o camponês a migrar sozinho para a cidade e mais tarde voltar para buscar a família já não se dá com a mesma freqüência.O que se tem observado é o predomínio da mulher nos processos migratórios para o meio urbano.Resultado: o campo tem se tornado majoritariamente masculino e as cidades contam com mais mulheres na população e nos postos de trabalho.Se no passado elas partiam em busca de trabalho apenas quando não contavam com quem as sustentasse, hoje elas permanecem no mercado independentemente de seu estado civil.Assim, o maior aumento da participação feminina em atividades remuneradas se verificou entre mulheres com marido, e não entre chefes de domicílio.

Mais da metade (59%) do movimento feminino no mercado de trabalho é explicado pelo fato de que as mulheres estudam por mais tempo do que os homens e,mais bem preparadas, conseguem conquistar empregos que antes eram reservados a eles.Tudo indica que a participação feminina no mercado de trabalho deve continuar em alta.

Mas Camarano lembra que "para se pensar no futuro da população brasileira no médio prazo o componente demográfico mais importante é a fecundidade".Os últimos dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004, elaborada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a fecundidade brasileira já chegou ao nível tecnicamente chamado de reposição, ou seja, o número de crianças nascidas equivale ao número de mortos - e o tamanho da população tende a permanecer estável. A taxa de fecundidade atual,no Brasil, é de 2,1 filhos por mulher. Considerando que para todo bebê que nasce há uma mãe e um pai, a média é de dois filhos por casal, o que faz com que a população se mantenha constante.

"As evidências não sinalizam que essa taxa vá se estabilizar ou voltar a crescer no médio prazo.Ao contrário,pode-se esperar que o nível de fecundidade brasileiro em 2030 seja de 1,4 filho por mulher, equivalente ao de países do sul da Europa e ao do Japão.Por outro lado, pressupõe-se que a mortalidade continuará a cair.Projetam-se ganhos nesse indicador,nas cidades,de 6,8 anos de vida para os homens e de 8,1 anos para as mulheres, até 2030", diz a autora.

Não é difícil inferir o que virá. Com um número menor de crianças nascendo e com as pessoas vivendo cada vez mais, o envelhecimento da população é inevitável.Até 2030, a população economicamente ativa (PEA) brasileira será composta mais de mulheres e de pessoas mais velhas.

O movimento já começou. Gera uma série de alterações, entre elas um problema de difícil solução.Se a idade de aposentadoria for mantida, o sistema previdenciário será sobrecarregado.O adiamento do afastamento, por seu turno, retardará a liberação de vagas para os jovens que chegam à idade ativa e buscam espaço no mercado de trabalho.Resultado: a participação da PIA adulta (de 30 a 44 anos) deverá se manter relativamente estável,enquanto a do grupo jovem (de 15 a 30 anos) tenderá a declinar substancialmente a partir de 2010.

"O mercado de trabalho terá de se ajustar. O desenlace natural é que a idade mínima de aposentaria suba",diz Camarano.

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Fonte dos dados brutos: IBGE/Censo Demográfico 1980 e 2000. Elaboração: Ipea

 
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