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Pesquisa da Unifesp aponta eliminação do HIV de paciente soropositivo

Superterapia desenvolvida em São Paulo pode ser a chave para eliminar vírus causador da AIDS

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relataram ter conseguido eliminar o vírus da imunodeficiência humana (HIV) do organismo de um paciente, que seria o primeiro soropositivo no mundo a entrar em remissão de longo prazo após ser tratado com um coquetel intensificado de vários remédios sem a necessidade de transplante. 

Segundo relato dos pesquisadores, o paciente recebeu uma série de medicamentos contra AIDS durante 48 semanas, em um tratamento baseado numa terapia antirretroviral reforçada com outras substâncias antirretrovirais, além do medicamento nicotinamida, conhecido por ser a forma ativa da vitamina B3. O tratamento foi interrompido e o paciente monitorado com exames regulares por 57 semanas, nas quais ficou sem receber o coquetel. Nos exames realizados, o HIV nas células do paciente continuou negativo, incluindo anticorpos do vírus, que não mais foi detectado no organismo.

Participaram dessa pesquisa 30 voluntários com carga viral indetectável, sob tratamento padrão, conforme o que é atualmente preconizado: a combinação de três tipos de antirretrovirais, mais conhecida como “coquetel”. Os voluntários foram divididos em seis subgrupos, recebendo – cada um deles – diferentes combinações de remédios, além do próprio “coquetel”.

De acordo com o estudo, a terapia antirretroviral reforçada combinada com a forma ativa da vitamina B3 permite afirmar que o paciente pode ser considerado livre do vírus, embora outros pacientes que integram a pesquisa ainda não apresentem o mesmo resultado.

Informações divulgadas pela Unifesp afirmam ser este o primeiro estudo em escala global a testar um supertratamento em indivíduos cronicamente infectados pelo vírus HIV. Os resultados do estudo fora apresentados na 23ª Conferência Internacional da Aids, realizada online em decorrência da pandemia do novo coronavirus.