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Mecanismo ajuda a avaliar possíveis danos no uso de medicamentos no tratamento da Covid-19
Dados do Liverpool Drug Interaction Group sobre diferentes fármacos visam obter recomendações sobre possíveis interações medicamentosas
First published in 06/02/2020 - Last updated in 06/18/2020 às 8:33 pm
O Liverpool Drug Interaction Group, da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, lançou o COVID-19 Drug Interactions, um mecanismo gratuito para verificação de interações entre diferentes medicamentos usados atualmente para o tratamento da Covid-19.
Em conjunto com equipes de outras instituições, os pesquisadores coletaram dados sobre uma variedade de fármacos a fim de obter recomendações sobre possíveis interações medicamentosas.
Para isso, foram considerados dados da literatura, rótulos de medicamentos e informações fornecidos por empresas farmacêuticas, além de opiniões de especialistas com base em estudos de laboratório em animais e células humanas.
De acordo com o grupo de pesquisa, alguns dos medicamentos comumente prescritos - incluindo aqueles relacionados ao uso em tratamentos cardíacos, antifúngicos, antibacterianos, antidepressivos, contraceptivos, neurolépticos e sedativos - podem ter interações fortes e até perigosas com algumas terapias experimentais usadas no combate à Covid-19.
Entre as terapias estão a hidroxicloroquina e também o remdesivir, que recebeu recentemente a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para uso emergencial como tratamento para pacientes hospitalizados.
Quando dois ou mais medicamentos reagem acontece a chamada interação medicamentosa, quando um medicamento pode bloquear a ação ou acelerar a eliminação de outro, causando danos que podem erroneamente ser atribuídos à doença. Embora a maioria das interações medicamentosas pode ser gerenciada, ela pode dificultar a interpretação de resultados de ensaios clínicos em pacientes, incluindo os atualmente em andamento para avaliar os tratamentos da Covid-19.
O Liverpool Drug Interaction Group publica interações medicamentosas on-line desde 1999, já tendo estudado interações em fármacos usados nos tratamentos de HIV, hepatite e câncer.