Justificativa das Cátedras Ipea/Capes para o Desenvolvimento

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) tem como função básica oferecer seus produtos de estudos e pesquisas socioeconômicas sobre o Brasil ao setor público e à sociedade brasileira, proporcionando conhecimento ao crivo dos responsáveis pelas decisões políticas e informação ao debate da sociedade.

Sua atuação se dá preponderantemente por meio de pesquisa aplicada orientada, com foco na formulação do planejamento, construindo visão estratégica de médio e longo prazo. Embora tais propósitos tenham sido perseguidos com intensidades distintas ao longo da existência do Ipea, é mais evidente a realidade contemporânea imprescindível para o pensamento desenvolvimentista que contribui para o desenvolvimento nacional.

A liberação das forças criativas da sociedade para pensar a própria realidade e fazer suas opções para construir projetos de futuro não é isolada. Pelo contrário, está relacionada com a forma pela qual o desenvolvimento brasileiro é apresentado e discutido nas disciplinas dos cursos de graduação e de pós-graduação em economia e ciências sociais.

Com o objetivo de promover o debate e incentivar estudos, o Ipea entendeu ser oportuno o resgate das concepções sobre a evolução socioeconômica do Brasil e das ideias dos maiores pensadores brasileiros, e de como esse processo orientou as visões e trajetórias do desenvolvimento nacional.

Nas duas últimas décadas, a questão do desenvolvimento brasileiro ficou subordinada às chamadas exigências da globalização que acarretavam imposições da reestruturação produtiva, à dominância da financeirização das economias capitalistas contemporâneas e à revisão da concepção do papel do Estado na sociedade.

Dessa forma, se justifica a criação dessas Cátedras para o Desenvolvimento, obedecendo aos eixos temáticos estratégicos do Ipea e auxiliando na missão do Instituto, que é “produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro”.