Arquivo da tag: Teletrabalho Potencial

A Distribuição dos rendimentos do trabalho remoto potencial no Brasil por características individuais

Por Geraldo Sandoval Góes, Felipe dos Santos Martins e Vinícius de Oliveira Alves

​Na perspectiva de dar continuidade ao acompanhamento das transformações recentes do mercado de trabalho, esta nota objetiva realizar uma análise da distribuição dos rendimentos do teletrabalho potencial segundo características individuais, tais como gênero, raça/cor, escolaridade e faixa etária. Para tanto, utilizam-se dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE nos recortes Brasil e macrorregiões. Os resultados indicam que cerca de 40% da massa de rendimentos nacional poderiam ser auferidos por pessoas em teletrabalho potencial (lembrando que esse contingente corresponde a 24,1% das pessoas ocupadas).​​

Ainda no recorte nacional, os dados apontam, especialmente no caso do gênero, divergências entre a distribuição do número de pessoas ocupadas em teletrabalho potencial e a da massa de rendimentos associada. De fato, no Brasil, conquanto as mulheres sejam maioria nesse regime laboral (58,3%), elas seriam responsáveis por apenas 45,9% dos rendimentos dessa modalidade de trabalho. Outro resultado que se destaca é em relação a faixa etária, notou-se um deslocamento para a direita da distribuição, afinal, apesar de pessoas nas faixas etárias de 20 a 49 anos serem majoritárias no teletrabalho potencial (71,8%), a hegemonia na massa de rendimentos pertence aos indivíduos com idades entre 30 e 59 anos (77%).​​

Quanto a distribuição macrorregional, o Sudeste se revelou, para a maioria das características individuais, como a região mais próxima da média observada para o Brasil. De certa forma, trata-se de um resultado esperado, visto que a maior parte da massa de rendimentos provém dessa localidade. Por fim, outro resultado que se destacou foi sobre nível de escolaridade, particularmente o ensino médio completo, pois a região Sul é única na qual ocupados com esse nível de educação formal seriam responsáveis por mais de 20% da massa salarial do teletrabalho potencial.

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O Teletrabalho Potencial no Brasil Revisitado: uma visão espacial

Por Geraldo Sandoval Góes, Felipe dos Santos Martins e Vinícius de Oliveira Alves

A presente Nota de Conjuntura objetiva continuar os esforços de acompanhamento das transformações no mercado de trabalho brasileiro, notadamente a partir da Covid 19 e, assim, tem como objetivos realizar: i) a estimativa do teletrabalho potencial para os recortes urbano e rural no Brasil; ii) estimar o potencial de home office para as regiões metropolitanas brasileiras; e iii) a atualização/refinamento do trabalho de Góes, Martins e Nascimento (2020), no tocante aos dados de 2021, para as características individuais e massa de rendimentos. Dessa maneira, os dados da PNAD Contínua para o primeiro trimestre de 2021 indicam que, que, no Brasil, 20,4 milhões de pessoas encontram-se em ocupações com potencial de serem realizadas de forma remota, o que representa 24,1% do total de ocupados do período, um aumento de 1,4 pontos percentuais em relação ao resultado para período um ano antes. Percebe-se ainda que o rendimento das pessoas em ocupações com potencial de serem realizadas de forma remota corresponde a cerca de 40% da massa de rendimentos total.

Quanto a distribuição urbano e rural, as estimativas apontam, como esperado, o predomínio, do teletrabalho potencial na zona urbana. Não obstante, a área rural conta com mais de 650 mil pessoas com potencial de home office, o que corresponde a 6,4% do total de ocupados nessa área. No tocante as regiões metropolitanas, quase metade do teletrabalho potencial do Brasil é realizado nesses espaços. Pode-se destacar a RM de Florianópolis, na qual 40,4% das pessoas ocupadas podem estar nesse regime laboral, embora no estado de Santa Catarina encontre-se a menor participação metropolitana no contingente potencial de home office.

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O gap entre o trabalho remoto potencial e efetivo no Brasil: Possíveis condicionantes

Por Geraldo Sandoval Góes, Felipe dos Santos Martins e José Antônio Sena Nascimento

Esta Nota de Conjuntura busca compreender, diante da limitação dos dados, possíveis razões para a ocorrência de hiato entre o trabalho remoto potencial e o efetivo. Para isso, utiliza-se de variáveis domiciliares com a finalidade de avaliar o percentual de pessoas em ocupações potencialmente realizáveis de forma remota que possuíam, de fato, os meios para trabalhar em seus domicílios. Somado a isso, o trabalho também destaca a relevância de pesquisas como a PNAD Covid-19, e evidencia que outras pesquisas recorrentes, como a PNAD Contínua, devem incorporar em seus questionários quesitos sobre o trabalho remoto. Assim, potencial de trabalho remoto foi reestimado para o país, passando de 22,7% para 16,7% – redução de 6 p.p., isto é, 3,3 p.p. acima do observado em maio de 2020 (13,3%) pela pesquisa PNAD Covid-19.

Acesse o texto completo



------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------