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Visão geral da conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Marco A. F. H. Cavalcanti, Paulo Mansur Levy e Leonardo M. de Carvalho

A economia brasileira manteve, ao longo do terceiro trimestre, a trajetória de recuperação após o choque da pandemia da Covid-19 de março-abril. Além da gradual flexibilização das restrições à mobilidade de pessoas, a extensão do auxílio emergencial, a ampliação do crédito a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) com garantia do Tesouro e a política monetária expansionista ajudam a explicar a retomada observada a partir de maio. Os dados de atividade econômica divulgados desde junho têm basicamente confirmado o cenário discutido anteriormente nesta Carta de Conjuntura, segundo o qual, com a continuidade do processo de flexibilização das restrições à mobilidade e ao funcionamento das atividades econômicas iniciado em junho, a economia voltaria a crescer no terceiro e quarto trimestres de 2020, recuperando parte das perdas do segundo trimestre e encerrando o ano com uma queda de 6%. Contudo, o desempenho observado de parte dos indicadores de atividade econômica nos primeiros meses do terceiro trimestre permite uma expectativa mais otimista acerca do ritmo de recuperação ao longo do restante do ano. Com isso, a queda projetada para o PIB no ano foi revisada de 6% para 5%, enquanto, para 2021, o crescimento projetado foi mantido em 3,6%.

No curto prazo, a intensidade da recuperação ainda depende da evolução da pandemia, em especial da continuidade da trajetória de redução do número de novos casos e mortes. O efetivo controle da disseminação da Covid-19 é particularmente importante para o setor de serviços, que vem apresentando desempenho inferior aos demais devido às restrições ainda em vigor e ao comportamento cauteloso por parte de consumidores.

As perspectivas para a economia dependem também, ou principalmente, da redução das incertezas quanto à política fiscal diante do forte aumento do deficit e da dívida pública resultante das medidas de combate aos efeitos da pandemia, bem como das pressões que vêm se acumulando pelo aumento de gastos. Embora a deterioração fiscal de 2020 seja predominantemente transitória, e seu impacto sobre a dívida pública venha sendo em parte compensado pelas baixas taxas de juros vigentes, aumentou-se a necessidade de implementar medidas estruturais que garantam uma trajetória sustentável para a relação dívida/PIB.

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Indicador Ipea de Hiato do Produto – 2º trim./2020 Grau de ociosidade da economia brasileira está em 13,9%

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior

Com a queda do PIB no segundo trimestre deste ano, nossa estimativa de hiato indica que o grau de ociosidade aumentou de 4,2% no primeiro trimestre deste ano para inéditos (na nossa série histórica) 13,9%.

A análise completa do indicador está na Visão Geral da Conjuntura.

CC48_VisaoGeral_GráficosAcesse a série histórica completa do Indicador Ipea de Hiato do Produto



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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos  e Leonardo Mello de Carvalho

A economia brasileira acelerou o crescimento no terceiro trimestre, surpreendendo a maioria das previsões, inclusive as da Dimac/Ipea. O consumo das famílias foi o principal determinante dessa aceleração, enquanto o investimento manteve ritmo firme de expansão. Os dados mais recentes da atividade econômica, de outubro, indicam continuidade do crescimento no último trimestre do ano, embora estimativas para novembro mostrem algum recuo na indústria – muito influenciada pela queda na produção do setor automobilístico. A previsão da Dimac/Ipea é de que o crescimento no 4º trimestre seja de 0,4% ante o trimestre anterior e de 1,5% ante o 4º trimestre de 2018. Com isso, o crescimento do PIB neste ano será de 1,1%.

As projeções da Dimac/Ipea para 2020 indicam aceleração do crescimento do PIB, para 2,3%. Pelo lado da oferta, todos os setores terão aumento em sua taxa de crescimento, com destaque para a agropecuária, que deve crescer 3,8%. Pelo lado da demanda, prevê-se forte aceleração do investimento e do consumo das famílias, enquanto as exportações líquidas novamente absorverão esse aumento da demanda doméstica, a exemplo do aconteceu em 2019. A inflação prevista para 2019 é 3,7% e a de 2020, 3,8%. O choque do preço das carnes tende a se dissipar, e a inflação de alimentos cairia de 4,2% em 2019 para 3,1% em 2020. Nos dois anos, a variação de preços monitorados será superior à média: 5,7% em 2019 e 5,5% em 2020. A inflação dentro da meta reflete, entre outros fatores, a existência de recursos ociosos na economia, permitindo uma aceleração do crescimento sem pressões inflacionárias. A estimativa para o hiato do produto é de que ele termine 2019 em 2,8%, caindo para 2,0% ao final de 2020 – o que indica que ainda haveria ociosidade mesmo com a aceleração do crescimento.

Esta Visão Geral da Conjuntura está dividida da seguinte forma: na primeira parte, é feita uma análise do desempenho recente da economia brasileira, com dados gerais da  conjuntura; a segunda parte é dedicada à questão fiscal, com destaque para as perspectivas para o período 2020-2023 em relação ao espaço fiscal para despesas discricionárias limitadas pelo teto dos gastos; na terceira e última parte, analisam-se as previsões de crescimento e inflação para 2019 e 2020.

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Indicador Ipea de Hiato do Produto – 3º Trim./2019 Grau de ociosidade da economia brasileira está em 2,7%

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior

O Indicador Ipea de Hiato do Produto, calculado com base na metodologia da função de produção descrita em Nota Técnica da Carta de Conjuntura nº 36, estima que o PIB está 2,7% abaixo de seu potencial. Com o crescimento projetado na Visão Geral da Conjuntura, essa ociosidade tende a cair para cerca de 2,0% no final de 2020.

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Acesse aqui a série completa do Indicador Ipea de Hiato do Produto até o terceiro trimestre de 2019



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Indicador Ipea de Hiato do Produto – 2º Trim./2019 Grau de ociosidade da economia brasileira está em 3,0%

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior

O Indicador Ipea de Hiato do Produto, calculado com base na metodologia da função de produção descrita em Nota Técnica da Carta de Conjuntura nº 36, estima que o PIB está 3,0% abaixo de seu potencial.

Grafico Hiato

Acesse aqui a série completa do Indicador Ipea de Hiato do Produto



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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho

Esta seção faz uma síntese da conjuntura econômica brasileira e apresenta previsões macroeconômicas para 2019 e 2020.

Em relação às previsões, os dados mais recentes de atividade, divulgados entre junho e setembro de 2019, apontam para uma variação dessazonalizada de 0,2% no terceiro trimestre, menor do que a variação de 0,4% observada no trimestre anterior. Com relação à revisão das previsões anuais, a taxa de crescimento do PIB esperada para 2019 foi mantida em 0,8%, mesma previsão na Carta de Conjuntura nº 43. Espera-se, por um lado, efeitos positivos advindos principalmente da política de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, em menor grau, do ciclo de redução dos juros. Por outro lado, os efeitos negativos do cenário externo mais desafiador reforçam as evidências de uma recuperação em ritmo ainda lento. Para 2020, a previsão é de aceleração do crescimento, para 2,1%. Projetamos um ritmo mais acelerado de redução de taxa de juros, de forma que a taxa de juros real ex-post deve ficar estável em cerca de 1% ao ano (a.a.) no ano que vem. Tal interpretação está em linha com as últimas comunicações do Banco Central do Brasil (BCB), que indicam a continuidade do ciclo de redução de juros.

Essa flexibilização da política monetária é compatível com o significativo grau de ociosidade da economia brasileira. O Indicador Ipea de Hiato do Produto está estimado em 3,0% atualmente e, caso nosso cenário macroeconômico se concretize, ele deve fechar 2020 em 2,0%. Temos, portanto, as duas condições mais fundamentais para a validação do ciclo de redução de taxa de juros: inflação esperada inferior à meta e hiato do produto negativo. Nesse contexto, é importante ressaltar que a redução na meta de inflação nos próximos anos reduz a folga na inflação esperada, o que explicaria uma eventual reversão no atual ciclo de expansão monetária no fim de 2020.

Tabela 2

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Visão Geral da Conjuntura

Por José Ronaldo de C. Souza Júnior, Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de L. A. Santos e Leonardo Mello de Carvalho

Esta seção analisa as seguintes questões: o desempenho recente da economia brasileira; algumas razões para o baixo crescimento; simulações de espaço fiscal com o teto dos gastos públicos (com destaque para os gastos com saúde e educação e para os efeitos da Reforma da Previdência); e projeções macroeconômicas 2019/2020 (com destaque para as estimativas de hiato do produto).

Quando se diz que a demanda está fraca, normalmente pensa-se no consumo em primeiro lugar: esse, de fato, desacelerou-se em relação às taxas de crescimento observadas em meados de 2017, quando a recuperação ganhava corpo, mas o crescimento recente tem se mantido positivo, e pode mesmo acelerar com a perspectiva de redução dos preços de alimentos – cuja alta nos primeiros meses de 2019 pode ter “roubado espaço” dos demais bens e serviços nos orçamentos das famílias, especialmente as de renda mais baixa. Argumenta-se também que o consumo está fraco devido ao elevado desemprego, o que é verdade, mas não ajuda muito a compreender a dinâmica da economia na medida em que a taxa de desemprego, assim como o consumo, são variáveis endógenas. Medidas localizadas, como a liberação parcial dos saldos de contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), podem estimular o consumo – e tiveram papel no segundo trimestre de 2017 nesse sentido –, mas o choque que pode tirar a economia do ciclo vicioso em que se encontra deve vir das expectativas, isto é, do aumento da confiança, começando pelo equacionamento do problema fiscal.

Nesse contexto, o aumento da confiança é justamente a base de nossos modelos de previsão, que apontam para uma aceleração do crescimento, em 2020, para 2,5%. Além disso, assumimos que a taxa de juros básica será reduzida a partir do segundo semestre de 2019 e que, em conjunto com a melhora nos índices de confiança, contribuirá para um ambiente econômico que induza mais investimentos e consumo. Segundo os mesmos modelos, o crescimento em 2019 será de 0,8%. Para o segundo trimestre de 2019, estimamos um crescimento de 0,5% em relação ao trimestre anterior.

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Indicador Ipea de Hiato do Produto Grau de ociosidade da economia brasileira está em 3,2%

Por José Ronaldo de C. Souza Jr.

O Indicador Ipea de Hiato do Produto, calculado com base na metodologia da função de produção descrita em Nota Técnica da Carta de Conjuntura nº 36, aponta que o PIB estava 3,2% abaixo de seu potencial no primeiro trimestre de 2019.

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Acesse aqui a série completa do Indicador Ipea de Hiato do Produto



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Indicador Ipea de Hiato do Produto

Por José Ronaldo de Castro Souza Júnior

De acordo com o Indicador Ipea de Produto Potencial, estima-se que o hiato tenha fechado o ano de 2018 em -3,2%, o que ainda reflete um elevado nível de ociosidade da economia brasileira. Além do nível atual, outra questão relevante é estimar a velocidade de fechamento do hiato do produto caso a aceleração prevista da economia neste ano e no ano que vem se concretize. Considerando o crescimento esperado para 2019 e 2020 – mostrado na seção Visão Geral da Conjuntura –, as projeções exibidas nos gráficos apontam que haveria uma redução (em termos absolutos) do hiato para -1,5% no final do ano que vem.

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Acesse aqui a série completa do Indicador Ipea de Hiato do Produto



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Indicador Ipea de Hiato do Produto

Por José Ronaldo de Castro Souza Júnior

De acordo com o Indicador Ipea de Produto Potencial, estima-se que o hiato tenha fechado o terceiro trimestre de 2018 em 3,4%, o que ainda reflete um elevado nível de ociosidade da economia brasileira. Além do nível atual, outra questão relevante é estimar a velocidade de fechamento do hiato do produto caso a aceleração prevista da economia no ano que vem se concretize. Considerando o crescimento esperado para 2018 e 2019 – mostrado na subseção anterior –, as projeções exibidas nos gráficos apontam que haveria uma redução (em termos absolutos) do hiato para 1,3% no final do ano que vem.
Embora seja uma redução significativa, ainda restaria uma folga de capacidade para evitar pressões inflacionárias por excesso de demanda no próximo ano. É bom lembrar que a estimativa de produto potencial já apresenta imprecisões no período atual por ser uma variável não observável – quando se utilizam projeções para esta variável e para o PIB efetivo simultaneamente, o grau de incerteza relacionado à estimativa do hiato fica ainda maior e sujeito a revisões.
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