Editada por Dimac/Ipea, Cepea/Esalq/USP e Conab
Esta Nota de Conjuntura traz as primeiras perspectivas de produção e preços – domésticos e internacionais – para 2022 dos principais produtos agropecuários brasileiros, além de uma análise do último trimestre de 2021 e do balanço de oferta e demanda.
No terceiro trimestre do ano, entre os grãos, houve certa estabilidade em patamares elevados dos preços domésticos frente ao trimestre anterior. Os preços da soja foram sustentados pelos baixos estoques no período e pela demanda aquecida tanto externa quanto doméstica. No caso do milho, os preços subiram em julho e agosto devido às preocupações com o desenvolvimento da safra, mas caíram de setembro em diante com o avanço da colheita. Para o trigo, a sustentação dos preços veio das preocupações com o clima, da boa demanda doméstica e da elevada paridade de importação. Já os preços internacionais – contrato com vencimento mais próximo – seguiram acima dos patamares observados no trimestre anterior, e apresentam tendência de crescimento. Dois fatores vêm contribuindo para este resultado são o movimento de recomposição dos estoques por parte de diversos países e o aquecimento da demanda por grãos, principalmente aqueles destinados para ração animal.
Entre as proteínas animais, no mercado doméstico os preços apresentaram comportamentos distintos no terceiro trimestre. A carne de frango teve alta, refletindo sobretudo a busca por proteínas mais baratas, e ovo e leite seguiram a mesma trajetória. Já a arroba bovina teve média estável frente ao trimestre anterior, mas com comportamentos bem distintos ao longo do período analisado. A baixa oferta de animais e as exportações aquecidas mantiveram os preços elevados até agosto e, em setembro, houve forte redução, diante da suspensão dos envios da carne à China. Os preços domésticos da carne suína tiveram queda diante do recuo leve das exportações e da dificuldade de escoamento do produto para o mercado doméstico. No mercado internacional, o frango seguiu estável, mas em um patamar de alta no terceiro trimestre, devido ao efeito renda nos países da Ásia e Oriente Médio, e por problemas sanitários na África do Sul e México.
Para 2022, a perspectiva é de safra recorde para a soja (3,4%), recuperação da produção de milho (34,1%), que foi prejudicada este ano principalmente pelas geadas, leve queda na produção de arroz (1,8%) e alta na produção de algodão (12,6%). Para o café, apesar da bienalidade positiva, ainda há incerteza em relação à produção. A mensuração de uma possível queda, no entanto, ainda não foi divulgada pela Conab, assim como a estimativa de produção para o trigo para 2022, já que, sendo uma cultura de inverno, ainda está sendo colhida.
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