Por Maria Andreia Parente Lameiras e Marcos Hecksher
As estimativas próprias mensais apresentadas nesta nota – feitas com base nos dados por trimestre móvel da PNAD Contínua – indicam que, em agosto, a taxa de desocupação prosseguiu em queda, atingindo 8,7% e situando-se 4,2 p.p. abaixo do nível observado no mesmo período de 2021 (12,9%). Na série livre de sazonalidade, a taxa de desocupação recuou pela 15a vez consecutiva, chegando a 8,5%, em agosto de 2022, e atingindo o menor patamar desde julho de 2015. A queda da desocupação foi explicada, nos últimos dois meses, por uma retração da taxa de participação na margem, pois a população ocupada e o nível da ocupação não apresentaram crescimento nesse período.
Por certo, embora na comparação interanual a taxa de participação tenha avançado 0,6 p.p., passando de 62,1% para 62,7%, na margem, observa-se um recuo de 63,4%, em julho, para 62,9%, em agosto. Estes movimentos da taxa de participação refletem o comportamento da força de trabalho brasileira. Se por um lado, em agosto de 2022, este contingente de 108,8 milhões de pessoas, avançou 1,9% na comparação com agosto de 2021, por outro lado, a série dessazonalizada aponta queda de 0,5% ante a registrada em julho.