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Mercados e preços agropecuários

Por Ana Cecília Kreter, José Ronaldo de C. Souza Júnior, Allan Silveira dos Santos e Nicole Rennó Castro.

Esta Nota de Conjuntura traz o acompanhamento dos preços domésticos e interna­cionais até julho de 2022 e do balanço de oferta e demanda dos principais produtos agropecuários brasileiros referente à safra 2021-2022 e apresenta algumas perspecti­vas para a safra 2022-2023.

Após um primeiro trimestre marcado pela aceleração de preços domésticos e interna­cionais diante o início do conflito no Leste Europeu, o segundo trimestre de 2022 foi marcado pela reversão do ciclo de aumento de preços das commodities agrícolas – ini­ciado ainda no começo de 2020. O trigo, apesar do grande peso de Rússia e Ucrânia no seu comércio internacional, recuperou o patamar de preços praticados no fim do ano passado, após ter sofrido aumento de 80% entre meados de fevereiro e começo de março. O movimento de recuo do preço do trigo também foi verificado para os demais grãos, influenciados, entre outros fatores, pela boa safra brasileira – maior exportador mundial de soja e quarto maior exportador mundial de milho.

As proteínas, por sua vez, apresentaram certa estabilidade de preços. Contribuiu para isso a importante recuperação do rebanho suíno na China, que conseguiu controlar os surtos de Peste Suína Asiática que vinham provocando enormes perdas ao rebanho chinês nos últimos três anos. Isso ajudou a conter a demanda das demais proteínas, estabilizando os preços do boi gordo e da carne de frango, mas ainda em patamares historicamente elevados.

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Mercados e preços agropecuários

Por Ana Cecília Kreter, José Ronaldo de C. Souza Júnior, Allan Silveira dos Santos e Nicole Rennó Castro

Após quase dois anos de incerteza no mercado internacional de commodities agrícolas, decorrente da covid-19, o conflito na Ucrânia elevou novamente a insegurança sobre a oferta e a demanda globais. Consequentemente, os preços internacionais das principais commodities passaram por grandes oscilações no período recente. A Rússia não é só a maior produtora mundial de petróleo e gás: nas últimas safras, o país se tornou o maior exportador de trigo do mundo e importante fornecedor de alimentos para a Europa e Ásia. A Ucrânia, por sua vez, é uma das principais fornecedoras de milho e óleo de girassol, enquanto a Rússia tem grande relevância no mercado europeu de trigo. Além disso, os dois países têm peso relevante no mercado internacional de insumos agrícolas.

Após o início da guerra, os grãos e oleaginosas em geral, puxados pelo trigo e pelo óleo de soja, sofreram importantes altas, de forma abrupta inicialmente, mas estabelecendo-se em patamares muito acimas dos verificados antes do conflito, mesmo após terem recuado nas últimas semanas. É importante apontar que, com os problemas climáticos relacionados à safra de grãos na América do Sul, em especial no Brasil, na Argentina e no Paraguai, o balanço global se tornou ainda mais apertado, o que, por si só, já teria efeitos de alta sobre os preços. Esse choque negativo de oferta somou-se à elevação dos custos de produção – devido às altas dos insumos exportados pelos países em guerra.

Enquanto isso, as commodities soft, como açúcar, café e até mesmo a carne bovina, interromperam a sequência de altas, e apresentaram queda, devido às consequências da guerra sobre a expectativa de crescimento econômico mundial e à sua menor essencialidade em um cenário de conflitos.  No entanto, como a Rússia e a Ucrânia não têm peso relevante nos mercados dessas commodities, os preços voltaram aos patamares pré-conflito.

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