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Indicadores de indústria, comércio e serviços

Por Leonardo Mello de Carvalho

No segundo trimestre de 2025, o PIB cresceu 0,4% na série dessazonalizada, confirmando a desaceleração do ritmo de expansão já antecipada pelos indicadores mensais de atividade econômica ao longo do período. O resultado refletiu uma perda de fôlego da absorção doméstica, provocada em grande medida pelos efeitos restritivos da política monetária contracionista. Em contrapartida, paralelamente a um mercado de trabalho particularmente aquecido – e ainda sem sinais de arrefecimento –, as políticas de suporte à renda (transferências e precatórios) e de estímulo ao crédito (novo consignado) têm procurado amortecer esta desaceleração. Além disso, em contraste com a maior sensibilidade dos segmentos dependentes de crédito e juros, o desempenho da economia em 2025 tem sido caraterizado por uma contribuição positiva daqueles mais exógenos ao ciclo, como é o caso da agropecuária e das indústrias extrativas. Com base no conjunto de informações disponíveis até o momento, o cenário que se avizinha para o terceiro trimestre não sugere maiores alterações neste diagnóstico, embora o fraco desempenho da atividade econômica medida por variados indicadores no mês de julho deixe um efeito de carregamento estatístico (carry-over) negativo para o período.

Nesse contexto, o índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br/BCB), um dos indicadores que buscam retratar o nível geral da atividade econômica brasileira em base mensal, servindo de prévia para o PIB, registrou, em julho de 2025, uma queda de 0,5% na comparação livre de efeitos sazonais. O resultado veio abaixo da mediana das previsões do mercado e representou a terceira retração consecutiva na margem. Já na comparação interanual, o IBC-BR voltou a registrar crescimento, embora o ritmo de expansão tenha desacelerado pelo segundo mês seguido, passando de 1,3% para 1,1%. Com o resultado de julho, o carry-over em relação ao terceiro trimestre de 2025 ficou em -1,1% na margem e em 0,7% em termos interanuais. Caso permaneça estagnado até o fim do ano, este efeito de carregamento estatístico indicaria um crescimento de 1,9% para o ano de 2025.

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Retrato dos rendimentos do trabalho: resultados da PNAD Contínua do segundo trimestre de 2025

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do segundo trimestre de 2025 apresentaram uma elevação da renda em relação ao trimestre anterior, marcando novamente o pico da série histórica iniciada em 2012. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 3,3%. No trimestre móvel terminado em julho de 2025, a renda média recuou ligeiramente para R$ 3.484,00, estando, contudo, 3,9% acima do valor registrado no mesmo trimestre do ano anterior. Com tal resultado, completam-se quase três anos com o crescimento interanual da renda acima de 3%.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2024 foram registrados no Sul, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) e com ensino médio incompleto. Piores desempenhos ocorreram entre os trabalhadores mais velhos (mais de 60 anos) e entre aqueles com ensino superior.

Na análise por tipo de vínculo, assim como no trimestre anterior, os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual da renda acima dos demais tipos de vínculo (5,6% e 6,8%, respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 2,3%, mantendo taxas de crescimento mais lento que as categorias informais desde o início de 2022.

Por setor, no segundo trimestre de 2025, a agricultura continuou uma recuperação do rendimento habitual (6,8%), após ter sido claramente o setor que obteve o menor crescimento da renda ao longo de 2024. A renda média habitual do setor de alojamento e alimentação caiu 1,9% no segundo trimestre deste ano, sendo o setor de pior desempenho, seguido do setor de educação e saúde, com queda de 0,1%. Os maiores aumentos interanuais da renda habitual foram observados em construção (6,9%), agricultura (6,8%) e serviços profissionais (5,0%).

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini tem se mantido relativamente estável desde o terceiro trimestre de 2022. No segundo trimestre de 2025, o índice de Gini da renda domiciliar subiu para 0,514. Já o índice de Gini da renda individual subiu de 0,484 para 0,486 entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2025

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do primeiro trimestre de 2025 apresentaram uma elevação da renda em relação ao trimestre anterior, marcando o pico da série histórica iniciada em 2012. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4%. Entretanto, estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real alcançou o pico em fevereiro de 2025 (R$ 3.528,00), tendo recuado em abril para R$ 3.408,00, valor 3,4% menor.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2024 foram registrados no Sul e no Nordeste, entre os trabalhadores mais jovens (entre 14 e 24 anos) e com ensino médio incompleto. Apenas trabalhadores mais velhos ou no Centro-Oeste apresentaram um fraco aumento na renda, abaixo de 2%.

Na análise por tipo de vínculo, assim como no trimestre anterior, os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual da renda acima dos demais tipos de vínculo (4,7% e 4,3%, respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 3,5%, mantendo taxas de crescimento mais lento que as categorias informais desde o início de 2022.

Por setor, no primeiro trimestre de 2025, a agricultura mostrou uma recuperação do rendimento habitual (4,8%), após ter sido claramente o setor que obteve o menor crescimento da renda ao longo de 2024. Além da agricultura, os maiores aumentos interanuais da renda habitual foram observados em construção (5,5%) e educação e saúde (4,5%). A renda média habitual do comércio cresceu apenas 1,6% no primeiro trimestre deste ano, sendo o setor de menor crescimento, seguido do setor de serviços pessoais e coletivos com 2%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No primeiro trimestre de 2025, o índice de Gini da renda domiciliar recuou para 0,515. Já o índice de Gini da renda individual caiu de 0,492 para 0,485 entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do quarto trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda iniciado no segundo semestre de 2023. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,3%. Vale notar que o rendimento médio alcançado no trimestre móvel terminado em janeiro de 2025 (R$ 3.343) é o maior valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2023 foram registrados no Sul, entre os trabalhadores adultos (entre 40 e 59 anos) e com ensino fundamental completo. O crescimento foi menor para os que habitam no Norte, entre os mais velhos (acima de 60 anos) e em regiões metropolitanas.

Na análise por tipo de vínculo, foram os trabalhadores por conta própria e os empregados sem carteira que apresentaram crescimento interanual mais elevado (5,4% e 6,5% respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 3,0%, mantendo as taxas de crescimento mais lentas que as demais categorias desde o início de 2023.

Por setor, no quarto trimestre de 2024, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de agricultura e educação e saúde, com queda interanual de 0,1%, e aumento de 1,3%, respectivamente. Já os trabalhadores do transporte mostraram crescimento dos rendimentos habituais de 8,0%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o terceiro trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No quarto trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar retornou para 0,520. Já o índice de Gini da renda individual subiu de 0,490 para 0,492 entre o terceiro e o quarto trimestres de 2024.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do terceiro trimestre de 2024 apresentaram uma estabilidade em relação ao trimestre anterior, encerrando os contínuos aumentos da renda iniciados no segundo semestre de 2023. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 3,7%. Entretanto, estimativas mensais mostram novo crescimento do rendimento habitual médio real nos últimos três meses, tendo o valor médio alcançado R$ 3.279,00 em outubro de 2024, valor 1,8% maior que o observado em julho.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2023 foram registrados no Nordeste, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) e com ensino fundamental completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental ou médio incompletos apresentaram um fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam o Centro-Oeste e Norte, entre os jovens (14 a 24 anos) e em regiões metropolitanas.

Na abertura por vínculo de ocupação, os dados revelam que, no terceiro trimestre de 2024, os trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira apresentaram crescimento interanual da renda acima de 5% (5,1% e 6,5%, respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram um crescimento de 3,6%, mantendo taxas de crescimento mais lentas que as categorias informais desde o início de 2022. Os trabalhadores do setor público mostraram uma maior desaceleração do crescimento da renda, tendo seus rendimentos crescido 2,6% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Por setor, no terceiro trimestre de 2024, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de educação e saúde, agricultura e serviços profissionais, com elevação interanual da renda habitual de 1,7%, 2,0% e 1,4%, respectivamente. Já os trabalhadores da construção se recuperaram da queda no trimestre anterior e obtiveram um crescimento da renda de 5,7%. O setor com maior crescimento da renda no terceiro trimestre de 2024 foi o de transporte, com 6,6%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022, apresentando reversão da queda da desigualdade da até o terceiro trimestre daquele ano, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No terceiro trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar recuou até 0,517. Já o índice de Gini da renda individual retornou para 0,490, mesmo valor observado no primeiro trimestre de 2024.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do segundo trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do segundo trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda iniciado no segundo semestre de 2023. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 5,8%. Entretanto, estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real alcançou o pico em abril de 2024 (R$ 3.255,00), tendo recuado até R$ 3.187,00 em julho de 2024, valor 2,1% menor.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda, na comparação com o mesmo período de 2023, foram registrados no Nordeste, entre os trabalhadores mais velhos (acima de 60 anos) e com ensino superior. Apenas trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou escolaridade inferior apresentaram fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Centro-Oeste, entre os jovens (14 a 24 anos) e em regiões metropolitanas.

Na análise por tipo de vínculo, foram os trabalhadores por conta própria, empregados sem carteira e do setor público apresentaram crescimento interanual da renda acima de 7% (7%, 7,9% e 7,4% respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira mostraram crescimento de 4,4%, mantendo taxas de crescimento mais lentas que as demais categorias desde o início de 2023.

Por setor, no segundo trimestre de 2024, os piores desempenhos da renda habitual foram nos setores de construção, agricultura e serviços profissionais, com queda interanual de 1,0%, e aumentos de 0,5% e de 2,1%, respectivamente. Já os trabalhadores da indústria e da administração pública mostraram crescimento superior a 8,0%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No segundo trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar se manteve em 0,520. Já o índice de Gini da renda individual subiu de 0,490 para 0,492 entre o primeiro e o segundo trimestres de 2024.​

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do primeiro trimestre de 2024

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do primeiro trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda no segundo semestre de 2023, após relativa estabilidade ao longo do primeiro. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,0%. Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real em abril de 2024 (R$ 3.222,00) foi 3,1% maior que o observado no mês anterior (R$ 3.124,00) e 6,8% superior ao valor de abril do ano anterior, além de 2,6% maior que o valor registrado em dezembro de 2023 (R$ 3.141,00).

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2023 foram registrados na região Norte, entre os trabalhadores adultos (40 a 59 anos) e com ensino médio completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou escolaridade inferior apresentaram fraco aumento na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Nordeste, entre os jovens (14 a 24 anos) e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, foram os trabalhadores por conta própria que apresentaram o maior crescimento interanual da renda, com aumento de 6,9%, retomando os elevados crescimentos da renda após aumento de apenas 1,0% da renda no trimestre anterior. Por sua vez, os trabalhadores do setor público mostraram crescimento de 4,9%, e os empregados sem carteira assinada, de 4,4%. Os empregados com carteira assinada apresentaram crescimento de 3,0%.

​Por setor, no primeiro trimestre de 2024, menores aumentos da renda ocorreram nos setores de agricultura, construção e serviços profissionais, com elevação interanual da renda habitual de 0,5%, 0,8% e 0,9%, respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, transporte e serviços pessoais e coletivos mostraram um crescimento superior a 6,0%.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No primeiro trimestre de 2024, o índice de Gini da renda domiciliar caiu para 0,520. Já o índice de Gini da renda individual recuou de 0,495 para 0,490 entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.​

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2023

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados dos rendimentos do trabalho do quarto trimestre de 2023 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior, consolidando o aumento da renda no segundo semestre de 2023, após uma relativa estabilidade ao longo do primeiro. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 3,1%. Estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em dezembro de 2023 (R$ 3.100,00) foi 0,7% maior que o observado no mês anterior (R$ 3.078,00) e 3,3% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,9% maior que o valor registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.985,00). Em janeiro de 2024, a estimativa mensal avançou para R$ 3.118,00. No segundo trimestre de 2023, a renda média se manteve acima da observada no mesmo trimestre de 2019 pela primeira vez desde a pandemia (0,6%). Já no quarto trimestre de 2023, a renda média superou o mesmo trimestre de 2019 em 2,1%.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período de 2022 foram registrados no Norte e no Nordeste, entre os trabalhadores adultos (entre 40 e 59 anos) e com ensino médio completo. Apenas trabalhadores com ensino fundamental completo ou escolaridade inferior apresentaram queda na renda. O crescimento foi menor para os que habitam no Sul e no Centro-Oeste, os maiores de 60 anos, homens e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, foram os empregados sem carteira assinada que apresentaram o maior crescimento interanual da renda, com um aumento de 7,2%. Após alguns trimestres com forte elevação da renda, os trabalhadores autônomos obtiveram um aumento de 1,0% da renda em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Por sua vez, os trabalhadores do setor público mostraram um crescimento de 3,8%, e os empregados com carteira assinada, de 2,7%.

Por setor, no quarto trimestre de 2023, houve queda da renda nos setores de transporte e construção, com redução interanual da renda habitual de 1,7% e 3,8% respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, comércio e administração pública mostraram crescimento superior a 4,5%. Destaca-se a recuperação da renda na agricultura, que cresceu 0,9% no quarto trimestre, após forte queda no trimestre anterior.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No quarto trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar subiu para 0,523. Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma queda maior desde o terceiro trimestre de 2022 até o segundo trimestre de 2023 e elevou-se de 0,492 para 0,495 entre o terceiro e quarto trimestres de 2023.

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2023

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os dados da PNAD Contínua mostraram que, no terceiro trimestre de 2023, a renda média voltou a crescer após relativa estabilidade ao longo do primeiro semestre. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,2%. Estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em setembro de 2023 (R$ 3.059), foi 3,8% maior que o observado no mês anterior (R$ 2.946), e 3,4% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,7% maior que o valor registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.950). No mês de outubro, a estimativa mensal recuou para R$ 3.012. No segundo trimestre de 2023, a renda média havia estado acima da observada no mesmo trimestre de 2019 pela primeira vez desde a pandemia (0,6%). E já no terceiro trimestre de 2023, a renda média superou o mesmo trimestre de 2019 em 2,2%.

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período do ano passado foram registrados no Sudeste, entre os trabalhadores jovens (entre 14 e 24 anos) e com ensino superior. Nenhum grupo demográfico de trabalhador apresentou queda na renda, mas o crescimento foi menor para os que habitam no Sul e em regiões não metropolitanas, os maiores de 60 anos, aqueles com ensino fundamental completo e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, revela-se que o menor crescimento dos rendimentos no segundo trimestre de 2023 encontra-se nos trabalhadores do setor privado com carteira, com elevação da renda habitual de 2,3%, e os trabalhadores do setor público 3,6%. Por sua vez, os trabalhadores informais foram os que tiveram o maior aumento da renda habitual, com acréscimo de 7,5% para os trabalhadores por conta própria e de 6,3% para os sem carteira.

Por setor, no terceiro trimestre de 2023, houve uma maior desaceleração do crescimento da renda nos setores de comércio e construção, com crescimento interanual da renda habitual sendo 2,5% e 1,9% respectivamente. Já os trabalhadores da indústria, serviços pessoais e coletivos e alojamento e alimentação mostraram um crescimento maior que o observado no trimestre anterior, tendo o setor de alojamento e alimentação mantendo um forte crescimento da renda há quatro trimestres consecutivos. Destaque negativo foi a queda de 4,6% da renda média interanual no terceiro trimestre de 2023 na agricultura.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No terceiro trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar subiu para 0,521.  Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma elevação de 0,488 para 0,492 no terceiro trimestre de 2023.​

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Retrato dos rendimentos do trabalho – resultados da PNAD Contínua do segundo trimestre de 2023

Por Sandro Sacchet de Carvalho

Os rendimentos habituais reais médios apresentaram aumento de 6,2% no segundo trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, apontando a desaceleração da recuperação da renda. A renda média habitual real de R$ 2.924, registrada no segundo trimestre de 2023, pela primeira vez supera os níveis observados no mesmo trimestre de 2019 (R$ 2.904), imediatamente anterior à pandemia. Estimativas mensais mostram que o rendimento habitual médio real em junho de 2023 (R$ 2.936) foi 1,8% maior que o observado no mês anterior (R$ 2.883) e 0,2% maior que o registrado em dezembro de 2022 (R$ 2.929).

Por grupos demográficos, os maiores aumentos na renda na comparação com o mesmo período do ano passado foram registrados no Centro-Oeste e no Nordeste, entre os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) e com ensino fundamental incompleto. Nenhum grupo demográfico de trabalhador apresentou queda na renda, mas o crescimento foi menor para os que habitam no Sul e em regiões não metropolitanas, os maiores de 60 anos, aqueles com ensino médio completo e os chefes de família.

Na análise por tipo de vínculo, revela-se que o menor crescimento dos rendimentos no segundo trimestre de 2023 encontra-se nos trabalhadores do setor privado com carteira, com elevação da renda habitual de 4,1%, e os trabalhadores do setor público 4%. Por sua vez, os trabalhadores informais foram os que tiveram o maior aumento da renda habitual, com acréscimo de 7,5% para os trabalhadores por conta própria e de 4,9% para os sem carteira. Isso se refletiu no comportamento da renda por setor de atividade: os setores mais informais, mais atingidos pela pandemia, são os que agora mostram crescimento da renda (agricultura, comércio, construção, e alojamento e alimentação), ao passo que setores mais formais, como administração púbica, educação e saúde, e indústria, apresentaram menor elevação da renda habitual ou efetiva. No entanto, nesse segundo trimestre de 2023 observa-se menor crescimento da renda em setores bastante informais, como serviços pessoais e coletivos e transporte.

Após o pico de desigualdade causado pela pandemia, o índice de Gini se reduziu continuamente até o primeiro trimestre de 2022. No entanto, o segundo trimestre de 2022 apresentou uma reversão da queda da desigualdade da renda observada, que continuou no terceiro trimestre, tendo o índice da renda domiciliar se mantido relativamente estável desde então. No segundo trimestre de 2023, o índice de Gini da renda domiciliar caiu ligeiramente para 0,517. Já o índice de Gini da renda individual apresentou uma queda maior desde o terceiro trimestre de 2022, reduzindo-se de 0,494 para 0,488 no segundo trimestre de 2023.​

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