Por Maria Andréia P. Lameiras
Após a desaceleração registrada em janeiro, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda voltou a apresentar, em fevereiro, alta nas taxas de inflação em todas as classes de renda pesquisadas. Em termos absolutos, os maiores incrementos inflacionários ocorreram nas três faixas de renda mais alta, cujas taxas de inflação aceleraram de 0,26%, 0,27% e 0,29% para 0,98%, 0,97% e 0,98%, respectivamente.
Na desagregação da inflação por grupos, observa-se que, em fevereiro, a maior contribuição inflacionária, em todos os segmentos de renda, veio do grupo transportes, impactado pela alta de 7,1% dos combustíveis. No caso das famílias de renda mais baixa, além dos combustíveis, os reajustes de 0,33% do ônibus urbano e de 0,56% do trem explicam a pressão exercida por esse grupo. Em contrapartida, para as famílias de renda mais alta, a queda de 3,0% nos preços das passagens aéreas ajudou a atenuar o aumento dos combustíveis.
Em relação aos demais grupos, nota-se que a segunda maior contribuição à alta da inflação das famílias mais pobres veio da habitação, repercutindo os aumentos de 0,66% dos aluguéis, de 1,0% da taxa de água e esgoto e de 3,0% do botijão de gás. Já para o segmento mais rico da população, o reajuste de 3,1% das mensalidades escolares explica a pressão exercida pelo grupo educação. Deve-se ressaltar, ainda, que, assim como ocorrido em janeiro, a desaceleração dos alimentos evitou um aumento ainda maior das taxas de inflação em fevereiro.