Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos e Caio Rodrigues Gomes Leite
O déficit em transações correntes do Brasil vem aumentando rapidamente, principalmente devido ao aumento das importações. Observando-se os principais destinos das exportações brasileiras por blocos de países no período acumulado de janeiro a julho, houve aumento das exportações, em relação a 2024, para a América do Norte (+4,4%), a Europa (+6,8%) e, sobretudo, para a América do Sul (+20,6%). Em contrapartida, houve retração de 5,7% nas exportações para a Ásia, reflexo principalmente da queda de 6,8% nas vendas para a China. As exportações para os Estados Unidos, no acumulado do ano até julho, cresceram 4%, alcançando US$ 24 bilhões, e mantiveram alta em relação a 2024 em todos os meses após a implementação das tarifas em abril. A série em dólares dessazonalizada mostra tendência de queda desde o início deste ano, com acentuação a partir de abril. A observação dessas séries nos últimos três anos, entretanto, não permite tirar conclusões, por enquanto, a respeito de efeitos das tarifas.
O instituto Robert Triffin International escreveu uma resposta crítica ao texto Guia do usuário para a reestruturação do sistema global de comércio, de Stephen Miran, atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos do presidente dos Estados Unidos e recentemente indicado para ocupar uma diretoria no FED. Essa resposta é resumida no box desta seção, dando sequência à abordagem do tema, crucial para compreender a nova política econômica e geopolítica dos Estados Unidos.

