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Desempenho do PIB no segundo trimestre de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho e Julia de Medeiros Braga

O PIB avançou 0,9% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, já livre de efeitos sazonais, resultado que sucedeu alta de 1,8% observada no período anterior. Na comparação interanual, o resultado também foi positivo, com alta de 3,4% sobre o segundo trimestre de 2022. Com isso, o PIB acumula um crescimento de 3,2% em quatro trimestres. De um modo geral, o bom desempenho no segundo trimestre foi bastante disseminado entre os componentes do PIB e sua composição confirmou nossas expectativas. Pela ótica da despesa, as exportações tiveram forte aumento interanual (12,1%), explicando 2,4 pontos percentuais da expansão de 3,4% de aumento interanual do PIB. Contudo, essa não é toda a história, pois o mercado interno também desempenhou papel positivo e juntos o consumo da família e do governo também apresentaram contribuição elevada no PIB. Por outro lado, os investimentos produtivos, especialmente em máquinas e equipamentos, ainda apresentam quadro de estagnação, com contribuição negativa ao crescimento interanual do PIB. A variação de estoques também contribuiu negativamente para o resultado interanual do PIB, embora esse seja um fator positivo, pois está possivelmente associado ao escoamento da produção agropecuária. Quadro ainda desafiador é o da indústria da transformação, com queda na variação interanual, ainda que tenha interrompido sequência de três trimestres de queda na margem. O nível elevado dos juros pode ter papel relevante em explicar o mau desempenho da demanda por investimentos e da atividade manufatureira. Com o crescimento do PIB no segundo trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 3,2% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos dois períodos, o PIB fechará o ano com alta de 3,2%.

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Desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2023

Por Leonardo Mello de Carvalho e Julia de Medeiros Braga

O PIB avançou 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o período anterior, já livre de efeitos sazonais, e 4% na comparação interanual, de acordo com o IBGE. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,6 trilhões nos primeiros três meses do ano, sendo R$ 2,2 trilhões referentes ao valor adicionado (VA) a preços básicos e R$ 317,1 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. Na comparação acumulada em quatro trimestres, o PIB registrou expansão de 3,3%. Entre os componentes pelo lado da produção, os setores agropecuário e de serviços exerceram as maiores contribuições, sendo responsáveis por 1,4 p.p. e 1,8 p.p. da taxa de crescimento interanual. Já pela ótica da despesa, a maior contribuição veio do consumo das famílias, que adicionou 2,2 p.p. ao resultado. Enquanto a FBCF exerceu contribuição praticamente nula (0,1 p.p.) no primeiro trimestre, as exportações tiveram forte aumento interanual (7,0%), devido, em grande parte, ao petróleo e, assim, diante de um aumento das importações de 2,2%, as exportações líquidas voltaram a registrar contribuição positiva para o resultado do PIB. Com o resultado do primeiro trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 2,5% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos três trimestres, o PIB fechará o ano com alta de 2,5%.

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Desempenho do PIB no quarto trimestre de 2022

Por Leonardo Mello de Carvalho e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

O PIB recuou 0,2% no quarto trimestre de 2022, na comparação com o período anterior, já livre de efeitos sazonais, e 1,9% na comparação interanual, de acordo com o IBGE (gráfico 1). Com isso, o PIB encerrou 2022 com um crescimento acumulado de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões em valores correntes. Já o PIB per capita, por sua vez, chegou a R$ 46.155,00 em 2022, o que representou um aumento real de 2,2% sobre o resultado do ano anterior. Entre os componentes pelo lado da produção, o setor de serviços exerceu a maior contribuição positiva, sendo responsável por 2,4 p.p. do crescimento acumulado no ano. Já pela ótica da despesa, a maior contribuição veio do consumo das famílias, que adicionou 2,6 p.p. ao resultado. Em relação ao último trimestre de 2019, período imediatamente anterior ao início da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB encontra-se em patamar 4,1% superior. O recuo de 0,2% no quarto trimestre interrompeu uma sequência de cinco variações positivas na margem, e reflete a perda de fôlego observada em grande parte dos indicadores de atividade econômica ao longo dos últimos três meses de 2022. Além do fechamento no hiato das atividades mais afetadas pela crise sanitária, como o setor de serviços, provavelmente os efeitos da política monetária contracionista têm resultado em restrições na demanda interna. Com o resultado do quarto trimestre, o carry-over para 2023 ficou em 0,2% – ou seja, caso permaneça estagnado ao longo dos próximos quatro trimestres, o PIB fechará o ano com alta de 0,2%.

Gráficos 2 e 6

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Desempenho do PIB no terceiro trimestre de 2022

Por Leonardo Mello de Carvalho e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

O PIB avançou 0,4% no terceiro trimestre de 2022, na comparação com o trimestre anterior, já livre de efeitos sazonais, e 3,6% na comparação interanual, de acordo com o IBGE. Com o ajuste realizado em função da divulgação das Contas Nacionais Anuais referentes a 2020, que implicou a atualização de pesos e a incorporação de novas informações, os quatro trimestres de 2021, assim como os dois primeiros de 2022, foram reestimados. Com isso, o resultado acumulado em quatro trimestres para 2021 foi majorado de 4,6% para 5%. Em relação a 2022, na comparação com o mesmo período do ano anterior, os resultados do primeiro e segundo trimestres sofreram revisão para cima, passando de 1,7% para 2,4% e de 3,2% para 3,7%, respectivamente; o crescimento acumulado no ano no primeiro semestre passou de 2,5% para 3,1%. Nas comparações sobre o período imediatamente anterior, enquanto o primeiro trimestre aumentou de 1,1% para 1,3%, o segundo foi reduzido de 1,2% para 1%. Com isso, o carry-over para 2022 ficou em 3,1% – ou seja, caso permaneça estagnado no último trimestre, o PIB fechará o ano com alta de 3,1%. Em relação ao último trimestre de 2019, período imediatamente anterior ao início da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB encontra-se em patamar 4,5% superior.

Em relação à ótica da produção, o PIB da agropecuária voltou a apresentar o desempenho mais modesto, com recuo de 0,9% na margem e alta de 3,2% na comparação interanual. Já o setor de serviços foi o destaque positivo no terceiro trimestre. Desde a normalização dos níveis de mobilidade urbana, o setor segue mantendo forte ritmo de recuperação. Menos afetado pelo aumento das taxas de juros, o consumo de serviços pelas famílias tem sido estimulado não somente por uma demanda reprimida, mas também pela melhora nos indicadores do mercado de trabalho. Além disso, a evolução dos seus preços tem sido mais benigna, vis-à-vis os preços dos bens, gerando efeitos de substituição. O resultado registrado no terceiro trimestre, com altas de 1,1% na margem e 4,5% em termos anuais, ficou acima da nossa projeção, que era de 0,8% e 3,9%, respectivamente. Por fim, o setor industrial registrou a terceira alta consecutiva na comparação dessazonalizada. O crescimento de 0,8% na margem desacelerou em relação ao observado no segundo trimestre (1,7%), ficando um pouco acima da nossa previsão, que era de 0,5%. Embora os gargalos relacionados à oferta de insumos estejam diminuindo, a atividade do setor, por ser mais sensível aos efeitos da política monetária, tem demonstrado algum arrefecimento.

Pela ótica da despesa, o destaque positivo ficou novamente por conta da FBCF, que registrou altas de 2,8% na margem e de 5% na comparação interanual. Este resultado, que superou nossas previsões (1,4% e 3,1%, respectivamente), foi explicado pelo bom desempenho da construção civil, pelo consumo aparente de máquinas e equipamentos, particularmente a produção interna e as importações, e pela demanda por softwares. Já o consumo das famílias desacelerou na passagem entre o segundo e terceiro trimestres, afetado pela perda de fôlego no comércio de bens. Na comparação com ajuste sazonal, o avanço de 1% sucedeu uma alta de 2,1%, sendo esta a quinta variação positiva seguida. Por fim, as exportações líquidas registraram contribuição negativa para o resultado do terceiro trimestre, seja na comparação com ajuste sazonal, seja em termos interanuais, refletindo o crescimento da absorção interna acima do registrado pelo PIB – de 1,4% sobre o segundo trimestre deste ano e de 3,9% sobre o terceiro do ano passado.

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Desempenho do PIB no segundo trimestre de 2022

Por Leonardo Mello de Carvalho e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

O PIB avançou 1,2% no segundo trimestre de 2022, na comparação com o trimestre anterior, já livre de efeitos sazonais, e 3,2% na comparação interanual, de acordo com o IBGE. Na comparação com o trimestre anterior, os resultados do quarto trimestre de 2021 e primeiro de 2022 sofreram revisão para cima, ambos em 0,1 ponto percentual (p.p.), passando de 0,7% para 0,8% e de 1% para 1,1%, respectivamente. Nas comparações sobre o mesmo período do ano anterior, não houve modificações. O resultado veio acima da nossa previsão, que era de 0,6% na margem e de 2,3% na comparação interanual. Em relação ao último trimestre de 2019, período imediatamente anterior ao início da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB encontra-se em patamar 3% superior. O avanço de 1,2% no segundo trimestre representou a quarta variação positiva na margem em sequência, com o crescimento em aceleração nesse período. Com isso, o carry-over para 2022 ficou em 2,6% – ou seja, caso permaneça estagnado nos dois próximos trimestres, o PIB fechará o ano com alta de 2,6%.

 Em relação à ótica da produção, o PIB da agropecuária apresentou o desempenho mais modesto, com avanço de 0,5% na margem e queda de 2,5% na comparação interanual. O resultado, que veio abaixo da nossa projeção de 0,7% sobre o mesmo trimestre de 2021, foi impactado pelas contribuições negativas das lavouras de soja (-12%) e arroz (-8,5%) no período. Já o setor de serviços voltou a se destacar no segundo trimestre, ficando acima do projetado. Desde a forte queda ocorrida no segundo trimestre de 2020, quando a crise sanitária provocou uma retração de 10% na margem, o setor vem apresentando trajetória de recuperação. Refletindo a normalização dos níveis de mobilidade urbana, assim como a melhora nos indicadores do mercado de trabalho, o setor voltou a acelerar seu ritmo de crescimento no segundo trimestre, com altas de 1,3% na margem e 4,5% em termos anuais (nossa projeção era de 0,4% e 3,5%, respectivamente). Por fim, o setor industrial, cujos gargalos relacionados à oferta de insumos vêm diminuindo, foi o grande destaque positivo. Após a queda de 0,9% ocorrida no quarto trimestre de ano passado, o setor registrou a segunda variação positiva seguida na comparação dessazonalizada, acelerando sua taxa de crescimento de 0,6% para 2,2% na passagem entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022. Na comparação com o mesmo período de 2021, a alta de 1,9%, que interrompeu uma sequência de dois trimestres em queda, foi maior que nossa previsão (-0,3%). Em termos dessazonalizados, o bom desempenho no segundo trimestre ocorreu de modo generalizado entre os segmentos industriais, com destaque para a construção, cuja alta de 2,7% foi a oitava variação positiva em sequência.

 Pela ótica da despesa, o destaque ficou por conta da formação bruta de capital fixo (FBCF), que, recuperando-se da queda de 3,0% nos primeiros três meses do ano, em relação ao último trimestre de 2021, registrou altas de 4,8% na margem e de 1,5% na comparação interanual. Este resultado foi explicado pelo bom desempenho da construção civil e da demanda por softwares. Com isso, a taxa de investimento manteve-se em 18,7% no segundo trimestre, o que representou um aumento de 0,1 p.p. em relação ao mesmo período de 2021. Já o consumo das famílias registrou forte aceleração na passagem entre o primeiro e o segundo trimestres. Na comparação com ajuste sazonal, o avanço de 2,6% sucedeu uma alta de 0,5%, sendo esta a quarta variação positiva seguida. Na comparação interanual, o crescimento de 5,3% veio acima da nossa previsão, que era de 2,8%. Por fim, as exportações líquidas registraram contribuição negativa para o resultado do segundo trimestre, seja na comparação com ajuste sazonal, seja em termos interanuais, refletindo o crescimento da absorção interna acima do registrado pelo PIB, de 2,9% sobre o primeiro trimestre deste ano e de 3,8% sobre o segundo do ano passado.

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Desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2022

Por Leonardo Mello de Carvalho e Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

O PIB avançou 1% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior, já livre de efeitos sazonais, e 1,7% na comparação interanual – de acordo com o IBGE. O resultado veio acima da nossa previsão, divulgada em março deste ano, que era de 0,5% na margem e de 0,9% na comparação interanual. Na comparação com o último trimestre de 2019, período imediatamente anterior ao início da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB encontra-se num patamar 1,6% superior. A trajetória dessazonalizada do PIB em 2021 foi revista pelo IBGE, sem alteração do crescimento no ano e nas outras taxas trimestrais. Houve manutenção do mesmo ritmo de crescimento médio na margem ao longo do ano (0,4%), mas com aceleração de sua trajetória nos dois últimos trimestres, com as taxas passando de -0,1% e 0,5%, para 0,1% e 0,7%, respectivamente. O resultado do primeiro trimestre deixa o carry-over de 1,5% para 2022 –, ou seja, caso permaneça estagnado nos três próximos trimestres, o PIB fecharia o ano com alta de 1,5%.

Em relação à ótica da produção, o PIB da agropecuária apresentou o pior desempenho, com quedas de 0,9% na margem e 8% na comparação interanual. O resultado, que veio em linha com a nossa projeção de -9,0% sobre o mesmo trimestre de 2021, foi explicado em grande medida pela queda de 12,2% na produção da soja, item como maior peso na lavoura. Já o setor de serviços foi o destaque positivo do primeiro trimestre, ficando acima do projetado. Embora seu desempenho tenha sido afetado negativamente no início do ano, quando as estatísticas ligadas à pandemia se deterioraram em janeiro, o setor voltou a acelerar nos dois meses seguintes, encerrando o trimestre com alta de 1% na margem e 3,7% em termos anuais (a projeção era de 0,4% e 2,6%). Por fim, o setor industrial, cujos impactos negativos associados à oferta de insumos vêm perdendo força, interrompeu uma sequencia de três quedas na comparação dessazonalizada, registrando avanço de 0,1% sobre o quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o mesmo período de 2021, a queda de 1,5% foi menor do que nossa previsão (-2,3%).

Pela ótica da despesa, o destaque ficou por conta do consumo das famílias, cuja alta de 0,7% na margem representou a sexta variação positiva em sete trimestres. Na comparação interanual, o crescimento de 2,2% veio um pouco acima da nossa previsão, que era de 1,8%. Já o consumo do governo, que atingiu patamar 3,3% superior àquele verificado no mesmo período do ano passado, ficou praticamente estável na comparação com ajuste sazonal, com avanço de 0,1%, em linha com o previsto (3,3% e 0,2%). A FBCF, por sua vez, registrou quedas de 3,5% na margem e de 7,2% na comparação interanual. Este resultado foi explicado pelo fraco desempenho da demanda por máquinas e equipamentos, mais que compensando a contribuição positiva da construção civil. O resultado do primeiro trimestre levou a taxa de investimento a passar de 19,7% no primeiro trimestre de 2021 para 18,7% no primeiro deste ano. Por fim, as exportações líquidas registraram contribuição positiva para o resultado do primeiro trimestre, seja na comparação com ajuste sazonal, seja em termos interanuais, refletindo um crescimento da absorção doméstica abaixo do registrado pelo PIB.

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Desempenho do PIB no quarto trimestre de 2021

Por Leonardo Mello de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Júnior

O PIB avançou 4,6% em 2021, taxa 0,1 ponto percentual (p.p.) acima da previsão divulgada em dezembro do ano passado, na Nota de Conjuntura no 53. No quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 0,5%, na comparação com o trimestre anterior com ajuste sazonal, e 1,6% na comparação interanual – de acordo com o IBGE. O resultado veio um acima da nossa previsão divulgada em dezembro do ano passado de 1% na comparação interanual e de 0,1% na margem. Na comparação com o último trimestre de 2019, antes da crise causada pela pandemia de covid-19, o PIB apresentou uma alta de 0,5%. O resultado do quarto trimestre deixa o carry-over de 0,3% para 2022 –, ou seja, caso permaneça estagnado nos quatro trimestres de 2022, o PIB fecharia o ano com alta de 0,3%.

Em relação à ótica da produção, os resultados, na comparação com o terceiro trimestre, já descontados os efeitos sazonais, foram heterogêneos. O destaque positivo ficou por conta da agropecuária, que registrou crescimento de 5,8% na margem. Ainda assim, o setor encerrou o ano de 2021 com retração de 0,2%. O setor de serviços, embora tenha continuado a ser estimulado pela normalização dos índices de mobilidade urbana, apresentou uma desaceleração em relação ao resultado do terceiro trimestre, cujo ritmo de crescimento caiu de 1,2% para 0,5%. As atividades associadas aos serviços de informação e comunicação e outros serviços foram alguns dos destaques positivos. Após registrar uma queda de 4,3% em 2020, o setor encerrou 2021 com crescimento de 4,7%. Já o setor industrial, ainda impactado negativamente por fatores como a alta do custo de energia e os problemas relacionados à cadeia mundial de fornecimento de insumos, registrou a terceira queda trimestral consecutiva na margem, com recuo de 1,2%. O fraco desempenho no quarto trimestre foi bastante disseminado pelos segmentos industriais. Com exceção da atividade de construção, que avançou 1,5%, todos os demais segmentos registraram queda. Apesar disso, o setor industrial encerrou o ano de 2021 com alta de 4,5%.

Pela ótica da despesa, por sua vez, o destaque ficou por conta do consumo das famílias, que registrou alta de 0,7% na comparação dessazonalizada, a segunda consecutiva na margem. Com isso, acumulou crescimento de 3,6% em 2021. O consumo do governo também contribuiu positivamente no quarto trimestre, com avanço de 0,8% na margem. A FBCF, por sua vez, avançou 0,4% no quarto trimestre, encerrando o ano com uma forte alta de 17,2%. O bom desempenho reflete o crescimento de todos os seus componentes, com destaque para a demanda de máquinas e equipamentos, que apresentou alta de 23,6% em 2021. O resultado do quarto trimestre levou a taxa de investimento a passar de 18,4% para 19% na comparação interanual. Por fim, as exportações líquidas registraram contribuição ligeiramente negativa para o resultado interanual do quarto trimestre, refletindo um crescimento da absorção doméstica (2%) acima do registrado pelo PIB. No acumulado em quatro trimestres, o vazamento externo foi mais significativo, com as exportações crescendo 5,8%, enquanto as importações aumentaram 12,4%.

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Desempenho do PIB no terceiro trimestre de 2021

Por Leonardo Mello de Carvalho, José Ronaldo de C. Souza Júnior e Marco Antonio Cavalcante

O PIB recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior com ajuste sazonal, e teve alta de 4% na comparação interanual – de acordo com o IBGE. O resultado veio um pouco abaixo da previsão divulgada em setembro deste ano na nota Visão Geral da Carta de Conjuntura 52, que supunha altas de 4,6% na comparação interanual e de 0,2% na margem. O resultado do terceiro trimestre deixa o carry-over para 2021 em 4,9% – caso permaneça estagnado no último trimestre de 2021, o PIB fecharia o ano com alta de 4,9%. Já em relação a 2022, o carry-over ficou em -0,1%.

Em relação à ótica da produção, o setor de serviços foi o único a apresentar resultado positivo na comparação com o segundo trimestre, já descontados os efeitos sazonais. Refletindo o avanço da cobertura vacinal, que vem permitindo a normalização dos índices de mobilidade urbana, as atividades associadas aos serviços de transportes, comunicação e outras atividades foram alguns dos destaques positivos. A indústria de transformação, em contrapartida, permaneceu estagnada, ainda impactada negativamente pela ruptura da cadeia de fornecimento de insumos, pelo forte aumento dos custos de transporte e de energia elétrica. Nesse cenário, o único destaque positivo ficou por conta da atividade de construção, com alta de 3,9% na margem. O bom desempenho da atividade de serviços e do setor de construção civil ajuda a explicar a melhora na geração de empregos ao longo do terceiro trimestre.

Com relação às nossas previsões, revisadas em setembro último, a surpresa ficou por conta da agropecuária, que apresentou queda superior à esperada (-8% na margem, contra uma previsão de -0,1%). Essa queda é explicada por resultados negativos em segmentos importantes tanto na produção vegetal quanto na produção animal. Com base no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do segundo ao sexto produto de maior importância no valor adicionado da produção vegetal, são esperadas quedas acentuadas na produção, em ordem de importância: milho (-16,0%); cana-de-açúcar (-7,6%); café (-22,4%); algodão (-17,5%); e laranja (-13,8%). No caso da produção animal, foram observadas quedas nos dois produtos de maior importância: bovinos e leite.

Pela ótica da despesa, por sua vez, o destaque ficou por conta do consumo das famílias, que registrou alta de 0,9% na comparação dessazonalizada, recuperando-se da queda observada no primeiro trimestre. A formação bruta de capital fixo (FBCF), por sua vez, permaneceu praticamente estável no terceiro trimestre, com pequeno recuo de 0,1% na margem. Na comparação interanual, todavia, os investimentos cresceram 18,8% sobre o terceiro trimestre do ano passado, resultado explicado pelo bom desempenho de todos os seus componentes. Esse crescimento levou a taxa de investimento a passar de 16,4% para 19,4% no período. Por fim, as exportações líquidas contribuíram negativamente no resultado interanual do terceiro trimestre, refletindo um crescimento da absorção doméstica (6,2%) acima do registrado pelo PIB.

Gráfico

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Desempenho do PIB no segundo trimestre de 2021

Por Leonardo M. de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Júnior

O PIB recuou 0,1% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior com ajuste sazonal, e teve alta de 12,4% na comparação interanual – de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados vieram em linha com as previsões divulgadas em agosto deste ano na Nota de Conjuntura no 19, que eram de altas de 12,6% na comparação internual e de 0,2% na margem. O resultado do segundo trimestre manteve o carry-over para 2021 em 4,9% – caso permaneça estagnado nos próximos trimestres de 2021, o PIB fecharia o ano com alta de 4,9%.

O produto interno bruto (PIB) recuou 0,1% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior com ajuste sazonal, e teve alta de 12,6% na comparação interanual – de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interanual veio em linha com a previsão divulgada em agosto deste ano na , que era de alta de 12,6%. O resultado do segundo trimestre manteve o carry-over para 2021 em 4,9% – caso permaneça estagnado nos próximos trimestres
de 2021, o PIB fecharia o ano com alta de 4,9%.

Em relação à ótica da produção, setores como construção, comércio e outras atividades de serviços foram alguns dos destaques positivos. A possível continuidade do crescimento desses setores pode ter impacto significativo sobre a geração de empregos no segundo semestre. A indústria de transformação, em contrapartida, foi e continua sendo impactada negativamente pela escassez de insumos e pelo forte aumento dos custos de transporte internacional (devido à taxa de câmbio e à falta de contêineres) e nacional (devido ao preço dos combustíveis) e de energia elétrica. Com relação às nossas previsões, revisadas em agosto último, a principal surpresa negativa ficou por conta da agropecuária, que, por conta de fatores climáticos – regime de chuvas e geadas –, registrou produção aquém do esperado de grãos importantes no PIB, como milho, e da cana-de-açúcar.

Pela ótica da despesa, o crescimento do consumo das famílias manteve-se estável depois de crescer apenas 0,1% no primeiro trimestre – na comparação com o trimestre anterior ajustada sazonalmente. A formação bruta de capital fixo (FBCF), por sua vez, registrou recuo no segundo trimestre. Embora a demanda na construção civil tenha apresentado bom desempenho no período, o consumo aparente de máquinas e equipamentos foi afetado negativamente pela queda nas importações, explicadas, em parte, ainda pelo efeito das importações “fictas” de plataformas de petróleo de plataformas de petróleo – que elevaram a base de comparação.

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Desempenho do PIB o primeiro trimestre de 2021

Por Leonardo M. de Carvalho e José Ronaldo de C. Souza Júniorr

O PIB avançou 1,2% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior, já livre de efeitos sazonais, de acordo com o IBGE. O resultado ficou acima da previsão divulgada em março deste ano na visão geral da Carta de Conjuntura no 50 – que era de queda de 0,5% –, mas os indicadores mensais divulgados mais recentemente pelo IBGE já apontavam para um desempenho melhor no primeiro trimestre. De modo geral, o desempenho da atividade econômica no primeiro trimestre de 2021 se mostrou resiliente aos impactos do fim do auxílio emergencial e do recrudescimento da crise sanitária. O resultado do primeiro trimestre deixa um carry-over positivo em 4,9% para 2021 – caso permaneça estagnado nos próximos trimestres de 2021, o PIB fecharia o ano com alta de 4,9%.

Em relação à ótica da produção, as projeções divulgadas em março já indicavam uma alta expressiva da agricultura, mas os demais setores surpreenderam positivamente. Pela ótica da despesa, por sua vez, o forte crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF) foi o destaque positivo entre os componentes. Embora uma parte deste resultado esteja associada a importações “fictas” de plataformas de petróleo – como detalhado na nota no 20 desta Carta de Conjuntura – seu bom desempenho foi explicado também pelas altas na produção interna de máquinas e equipamentos e pelo crescimento do investimento em softwares. Como esse efeito contábil afeta negativamente as exportações líquidas, o efeito sobre a variação total do PIB é nulo. Vale destacar também a importante contribuição da variação de estoques no resultado do PIB no primeiro trimestre, que acrescentou 1,3 ponto percentual (p.p.) à sua taxa interanual – lembrando que o PIB cresceu 1% nessa base de comparação.

Nossas projeções de PIB serão revisadas no fim deste mês, na próxima Visão Geral da Conjuntura. O bom desempenho verificado no primeiro trimestre do ano, associado a um forte crescimento da economia global, com aceleração dos preços das commodities, conferem um viés de alta, tornando as perspectivas para o resultado de 2021 mais otimistas. Apesar disso, consideramos o cenário econômico brasileiro ainda sujeito a fatores de risco relevantes, mantendo os níveis de incerteza em patamares elevados.

Gráfico 3

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