Por Leonardo Mello de Carvalho
No segundo trimestre de 2025, o PIB cresceu 0,4% na série dessazonalizada, confirmando a desaceleração do ritmo de expansão já antecipada pelos indicadores mensais de atividade econômica ao longo do período. O resultado refletiu uma perda de fôlego da absorção doméstica, provocada em grande medida pelos efeitos restritivos da política monetária contracionista. Em contrapartida, paralelamente a um mercado de trabalho particularmente aquecido – e ainda sem sinais de arrefecimento –, as políticas de suporte à renda (transferências e precatórios) e de estímulo ao crédito (novo consignado) têm procurado amortecer esta desaceleração. Além disso, em contraste com a maior sensibilidade dos segmentos dependentes de crédito e juros, o desempenho da economia em 2025 tem sido caraterizado por uma contribuição positiva daqueles mais exógenos ao ciclo, como é o caso da agropecuária e das indústrias extrativas. Com base no conjunto de informações disponíveis até o momento, o cenário que se avizinha para o terceiro trimestre não sugere maiores alterações neste diagnóstico, embora o fraco desempenho da atividade econômica medida por variados indicadores no mês de julho deixe um efeito de carregamento estatístico (carry-over) negativo para o período.
Nesse contexto, o índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br/BCB), um dos indicadores que buscam retratar o nível geral da atividade econômica brasileira em base mensal, servindo de prévia para o PIB, registrou, em julho de 2025, uma queda de 0,5% na comparação livre de efeitos sazonais. O resultado veio abaixo da mediana das previsões do mercado e representou a terceira retração consecutiva na margem. Já na comparação interanual, o IBC-BR voltou a registrar crescimento, embora o ritmo de expansão tenha desacelerado pelo segundo mês seguido, passando de 1,3% para 1,1%. Com o resultado de julho, o carry-over em relação ao terceiro trimestre de 2025 ficou em -1,1% na margem e em 0,7% em termos interanuais. Caso permaneça estagnado até o fim do ano, este efeito de carregamento estatístico indicaria um crescimento de 1,9% para o ano de 2025.








