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Inflação e nível de atividade na economia global

Por Estêvão K. X. Bastos

A recuperação do nível de atividade no mundo depois da forte queda no início da pandemia foi marcada por rupturas nas cadeias produtivas, deslocamento da demanda de serviços para bens e por desequilíbrios no mercado de trabalho. Esses fatores e a pressão inflacionária decorrente têm persistido, levando as autoridades monetárias de diversos países a apertarem suas políticas, com impacto nas expectativas de crescimento, também reduzidas pelos efeitos do surto da nova variante do vírus da Covid-19, que fez diminuir a atividade, principalmente no setor de serviços. O FMI reviu a previsão de crescimento do PIB global em 2022 de 4,9% para 4,4%, e o Banco Mundial, de 4,3% para 4,1%.

A elevação da inflação em 2021 foi um fenômeno bem disseminado: Estados Unidos, Zona do Euro, países da América Latina e do Leste Europeu são alguns exemplos. Os preços das commodities, que subiram bastante em 2020 e 2021, continuaram, de maneira geral, em trajetória de alta no começo de 2022.

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Boletim de expectativas – Economia mundial

Por Estêvão Kopschitz Xavier Bastos

Este Boletim apresenta uma compilação de expectativas para variáveis econômicas mundiais, coletadas de diferentes fontes. São apresentadas previsões para o PIB e a inflação ao consumidor para diversos países e regiões e também para a evolução dos preços das commodities de energia, agrícolas e metálicas. As previsões de crescimento do PIB mundial e das economias avançadas para 2021 sofreram, da parte FMI, pequenas revisões para baixo; porém, as taxas esperadas para este ano e para 2022 continuam significativamente acima das observadas antes da pandemia, inclusive considerando médias de períodos mais longos. Uma das características da economia global no momento é a maior inflação, causada por descasamentos entre demanda e oferta decorrentes da pandemia e pela alta dos preços das commodities. Esses preços, embora com variações, têm, na maior parte, previsão de queda a partir de 2022, porém mantendo-se acima dos níveis prevalecentes antes da Covid-19.

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Conjuntura recente e perspectivas para a economia internacional

Por Paulo M. Levy e Caio Leite

A economia mundial vem retomando rapidamente a atividade econômica, especialmente no setor industrial: as previsões de crescimento global deste ano e do próximo foram significativamente revistas para cima desde o primeiro trimestre. Os indicadores de sentimento dos empresários registram melhora consistente e atingiram níveis elevados, inclusive nos serviços, nos quais a demanda e a produção caíram mais fortemente em consequência da pandemia. Os Estados Unidos são o país mais avançado no processo de recuperação, cujo alcance, em termos setoriais e entre países, se amplia à medida que avança a vacinação e as medidas de isolamento social vão sendo relaxadas, permitindo inclusive a retomada das atividades no setor serviços. Nos países avançados, a taxa de desemprego declinou, e seu crescimento impulsiona os países emergentes por meio da retomada do comércio internacional e do forte aumento do preço das commodities.

Entretanto, a falta de sincronia no ritmo de fechamento e abertura da produção ao longo das cadeias produtivas, em especial daquelas mais integradas globalmente, tem provocado escassez de matérias-primas, partes e componentes, pressionando os preços. Aliada à demanda aquecida por bens, resultado da substituição do consumo de serviços devido ao isolamento social, a escassez vem contribuindo para o aumento generalizado da inflação entre países.

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Economia Mundial

Carta de Conjuntura Nº 37

Por Paulo Mansur Levy

Esta seção da Carta de Conjuntura mostra que a economia mundial manteve, no terceiro trimestre de 2017, as condições favoráveis registradas desde o início do ano. O crescimento das economias mais desenvolvidas consolidou-se, ao mesmo tempo que ganhou corpo nos países emergentes. Receios de que a China pudesse passar por forte desaceleração de seu crescimento têm se revelado exagerados até o momento, embora continuem presentes em muitas análises. Assim, configura-se uma situação de expansão sincronizada no mundo que não era vista desde antes da crise financeira internacional de 2007/2008. Esse movimento tem se refletido na expansão do comércio internacional, a qual ganhou velocidade nos últimos meses, e em preços favoráveis para as commodities.

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Economia Mundial

Carta de Conjuntura Nº 34

Por Paulo Mansur Levy

A economia mundial encontra-se em um momento paradoxal: por um lado, os sinais de crescimento da atividade econômica e de aceleração da inflação tornaram-se mais fortes; por outro, a chegada de Donald Trump à presidência nos Estados Unidos da América (EUA), associada ao Brexit e à realização de eleições em países-chave da Área do Euro (AE) ao longo de 2017, colocou novos elementos de incerteza no cenário mundial. No caso de Trump, o risco se refere às políticas econômicas e à postura da nova administração em relação ao comércio internacional e à imigração; no caso dos países europeus, o risco relaciona-se à própria sobrevivência do euro como moeda em caso de vitória de partidos que defendem a saída de seus países da AE.

Em relação às perspectivas de crescimento da economia mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou em janeiro a atualização de suas projeções, mantendo-as nos mesmos níveis das de outubro do ano passado. Isso não acontecia desde 2014. Nesse período, as atualizações em relação às projeções anteriores sempre foram para baixo. Como se pode ver pelo Gráfico 1, a aceleração do crescimento da economia mundial – de 3,1% em 2016 para 3,4% em 2017 e 3,6% em 2018 – refletiria principalmente a recuperação do crescimento em economias emergentes – de 4,1% em 2016 para 4,5% em 2017 e 4,8% em 2018 -, enquanto o movimento de alta nos países avançados seria mais modesto, de 1,6% em 2016 para 1,9% em 2017 e 2,0% em 2018.

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Economia Mundial

Carta de Conjuntura Nº 33

Por Paulo Mansur Levy

A economia mundial nos últimos meses combinou alguma melhoria dos indicadores de desempenho com o aumento do grau de incertezas, associado ao comportamento dos mercados financeiros e às expectativas no campo das políticas econômicas nacionais e a questões geopolíticas. O desempenho, medido pelo PIB do terceiro trimestre, revelou aceleração do crescimento nos Estados Unidos e no Japão e estabilidade na Europa. Na China, o crescimento manteve-se estável em 6,5%. Mais recentemente, os indicadores de gerentes de compras (Purchasing Managers’ Indexes – PMI) em outubro e novembro corroboraram essa tendência, tanto na indústria quanto nos serviços. Os mercados de trabalho vêm se recuperando – mais rapidamente nos EUA, mais lentamente na Europa – e a inflação tem acelerado, ainda que lentamente, uma vez absorvidos os efeitos da forte queda do preço de commodities, especialmente energia, ocorrida ao longo de 2015 e início de 2016.

Nessa perspectiva, as políticas monetárias mantiveram-se expansionistas na Área do Euro e no Japão e passaram a uma postura um pouco menos acomodativa nos EUA, onde a taxa básica de juros aumentou em dezembro. Talvez um elemento novo no quadro da política econômica seja a postura um pouco menos rígida da política fiscal nesses países ou regiões. Parece ter se formado um consenso de que a política monetária teria atingido seu limite, em termos do uso de instrumentos quantitativos, e que caberia à política fiscal agora aumentar sua contribuição para sustentar uma recuperação ainda percebida como frágil.

Não obstante a evolução relativamente favorável da economia mundial, choques de natureza política têm impactado de forma negativa os mercados financeiros e os fluxos internacionais de capital. Especificamente, a eleição de Donald Trump nos EUA trouxe incertezas do ponto de vista da política econômica interna, assim como pelas implicações geopolíticas das posições assumidas pelo candidato durante as eleições. As taxas de juros de longo prazo aumentaram significativamente após as eleições, refletindo a expectativa de um aumento do déficit fiscal num contexto em que a economia americana já se encontra próxima do pleno emprego. Na Europa, a derrota do governo no referendo na Itália parece ter reforçado a posição dos “eurocéticos”, após o Brexit do final de junho. A consequência tem sido a valorização do dólar no mercado internacional, especialmente contra o Euro.

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