Visão Geral da Conjuntura

Por Claudio Hamilton Matos dos Santos, Claudio Roberto Amitrano e Mônica Mora Y Araujo

Conforme previsto na última visão geral da Conjuntura (Nota Técnica no 26, Carta de Conjuntura, no 67, de junho de 2025), o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro diminuiu consideravelmente ao longo do segundo trimestre. Com efeito, o PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 na série dessa zonalizada, ritmo bem inferior ao avanço de 1,4% apresentado nos primeiros três meses do ano. Já na comparação com o mesmo período de 2024, a economia expandiu 2,2%.

Já no terceiro trimestre de 2024 era possível diferencial antever que “(…) a perspectiva de crescente de juros praticados no Brasil e nos Estados Unidos (…)” – derivada das políticas opostas anunciadas pelo Banco Central brasileiro e pelo Federal Reserve na “superquarta” de 16/09/2024 – tenderia a ganhar “(…) o mercado de câmbio, aliviando com isso pressão inflacionária (…)” e contribuindo para desaquecer a economia, “(…) para o patamar de 2,4% de crescimento anual ao longo de 2025” (Nota Técnica no 21, Carta de Conjuntura, no 64, de setembro de 2024). É fato que a rápida subida do dólar no quarto trimestre de 2024 – opinião global que se manifestou de modo particularmente intenso no Brasil – lançou dúvidas em um primeiro momento sobre esse diagnóstico, relembrando a todos que reações exageradas (overshootings) são comuns nos mercados cambiais. Mas embora a dinâmica precisa, trimestre a trimestre, a taxa de câmbio seja classicamente de prever – inclusive porque afetada, em grande medida, pela política macroeconômica e pela dinâmica financeira dos países centrais – ao longo de vários trimestres a chance de os modelos difíceis errarem muito é significativamente menor.

Nem tudo pode ser previsto, entretanto, e é justo considerar que o Grupo de Conjuntura do Ipea foi questionado com o anúncio, por parte do governo dos EUA, de tarifas punitivas à importação de centenas de produtos brasileiros no último dia 9 de julho – tarifas essas colocadas na prática no último dia primeiro de agosto e que estão entre as maiores implicações pelo governo dos EUA para quaisquer países do mundo.

Neste contexto, estamos reduzindo a nossa projeção de PIB para 2025 de 2,4% para 2,2%) assim como o crescimento esperado para 2026, que passa de 1,8% para 1,6%. Não apenas por conta da questão tarifária dos EUA, registre-se, mas também porque a taxa de juros reais vai mais alta do que se defendeu anteriormente – por conta da redução da expectativa de inflação medida pelo IPCA no ano 2025 em um contexto de estabilidade esperada para a Selic nominal.

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