Por Maria Andreia Parente Lameiras
Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em setembro, embora na comparação com o mês imediatamente anterior tenha ocorrido uma aceleração da inflação para todas as classes pesquisadas, esta foi mais significativa para as faixas de rendas mais baixas. No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação avançou de -0,19% em agosto para 0,58% em setembro, refletindo, sobretudo, as altas dos alimentos no domicílio e das tarifas de energia elétrica. Já para as famílias de renda alta, mesmo diante de uma pressão advinda dos reajustes das passagens aéreas, a aceleração da inflação entre agosto e setembro foi um pouco menos intensa, passando de 0,13% para 0,33%, tendo em vista que a contribuição dos aumentos dos alimentos e da energia foi proporcionalmente menor que a observada nas primeiras faixas de renda.
Com a incorporação do resultado de setembro, no acumulado do ano, a faixa de renda baixa é a que registra a maior alta inflacionária (3,43%), enquanto o segmento de renda alta aponta a taxa menos elevada (2,92%). Já no acumulado em doze meses, as famílias de renda média-baixa apresentam a menor taxa de inflação (4,28%), ao passo que a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (4,72%).