Arquivos mensais: agosto 2024

Indicador Ipea de consumo aparente de bens industriais – junho de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou crescimento de 8,1% na comparação entre junho e maio na série com ajuste sazonal. O indicador é uma proxy da demanda interna por bens industriais – definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. Esse resultado ocorreu em razão das altas de 5,4% da produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) e de 20,8% das importações de bens industriais, conforme mostra a tabela 1.

O forte avanço em junho sucedeu duas variações negativas na série dessazonalizada. Com isso, o trimestre móvel encerrado neste mês cresceu 2,6% na margem. Na comparação interanual, enquanto o indicador mensal subiu 7,0% em relação a junho de 2023, o indicador em médias móveis trimestrais aumentou 5,2%. No acumulado em doze meses, a demanda por bens industriais registrou alta de 0,7%, contrastando com a elevação de 1,5% apontada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIM-PF/IBGE), como visto no gráfico 1.

 

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Dados Xls



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Indicadores mensais do mercado de trabalho – junho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras e Marcos Hecksher

As estimativas próprias mensais apresentadas nesta Nota1 – feitas com base nos dados por trimestre móvel da PNAD Contínua – indicam que o mercado de trabalho brasileiro vem mantendo um ótimo desempenho, combinando contínuas expansões da população ocupada e dos rendimentos reais e seus efeitos positivos sobre a taxa de desocupação e a massa salarial. Em junho de 2024, a população ocupada no país somava aproximadamente 102,5 milhões de pessoas, avançando 3,4% na comparação com o mesmo período de 2023. Já em termos dessazonalizados, em junho, a PO atingiu o montante recorde de 102,7 milhões de trabalhadores, o que representa uma alta de 0,9% em relação ao observado em maio.

Nota-se, ainda, que essa aceleração da ocupação vem sendo acompanhada de um movimento similar, porém menos intenso, da força de trabalho, impedindo, assim, uma queda ainda mais significativa da taxa de desocupação. Por certo, na comparação interanual, a força de trabalho brasileira avançou 2,1%, passando de 107,7 milhões, em junho de 2023, para 109,9 milhões, em junho de 2024. Em relação a maio, registra-se um avanço de 0,6%. Ainda de acordo com os dados da PNAD Contínua, a taxa de participação no mercado de trabalho brasileiro chegou a 62,4% em junho de 2024, ou seja, 0,8 ponto percentual (p.p.) maior que a observada no mesmo período de 2023. Na comparação com maio, a taxa de participação dessazonalizada aumentou de 62,1% para 62,5%.

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PNADC



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Inflação por faixa de renda – julho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em julho, enquanto a inflação desacelerou para as duas classes de renda mais baixas, os demais segmentos de renda apresentaram uma alta inflacionária, na comparação com o mês imediatamente anterior. No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 0,29% em junho para 0,09% em julho, refletindo, sobretudo, a melhora no desempenho dos alimentos no domicílio, cuja deflação anulou, pelo menos em parte, o alto impacto vindo dos reajustes das tarifas de energia elétrica e do gás de botijão. Em contrapartida, além de se beneficiarem proporcionalmente menos da queda dos preços dos alimentos, os reajustes dos combustíveis, dos serviços pessoais e de recreação e, especialmente, das passagens aéreas explicam esta pressão inflacionária mais forte para as famílias de renda alta, cuja taxa avançou de 0,04% para 0,80%, entre junho e julho.

Em que pese este aumento mais forte da inflação em julho para a faixa de renda alta, no acumulado do ano, a taxa apurada neste segmento (2,44%) encontra-se em patamar inferior ao registrado para a classe de renda muito baixa (2,96%). No acumulado em doze meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (4,05%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (5,09%). ​

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Dados Xls



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Estimativa preliminar do resultado primário do governo central em julho de 2024

Por Sergio Ferreira e Felipe Martins

De acordo com dados da execução orçamentária, registrados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, obtidos por meio do Tesouro Gerencial, os quais fornecem boa aproximação com os dados oficiais relativos ao resultado primário que será divulgado posteriormente pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), julho de 2024 apresentou um déficit primário de R$ 8,5 bilhões nas contas do governo central. A receita líquida do governo central atingiu R$ 184,4 bilhões nesse mês, um crescimento de 10,1% em termos reais, confrontando com o apurado em julho de 2023, ao passo que a despesa totalizou R$ 192,9 bilhões, um decréscimo de 5,9% na mesma base de comparação. No acumulado no ano, o resultado primário apresenta um déficit de R$ 76,6 bilhões, a preços constantes de julho, ante o déficit de R$ 81,5 bilhões no mesmo período de 2023.

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Indicador Ipea mensal de FBCF – resultado de maio de 2024

Por Leonardo Mello de Carvalho

O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que agrega os investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e em outros ativos fixos, registrou recuo de 2,1% na comparação entre maio e abril na série com ajuste sazonal. Com isso, o trimestre móvel encerrado em abril teve expansão de 3,9% na comparação dessazonalizada. Nas comparações com os mesmos períodos de 2023, o indicador mensal apresentou altas de 1,1%, em maio, e de 4,1%, no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, por sua vez, os investimentos totais ainda sofreram retração de 1,2%.

Na comparação com ajuste sazonal, os investimentos em máquinas e equipamentos – medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações – apresentaram queda de 5,1% em maio, encerrando o trimestre móvel com crescimento de 8,3%. Quanto a seus componentes, enquanto a produção nacional recuou 2,7%, as importações registraram queda de 7,7% em maio. Já na comparação em médias móveis, tanto a produção nacional quanto as importações cresceram, com altas de 6,0% e 8,8%, respectivamente. No acumulado em doze meses, o consumo aparente (ou a demanda interna) de máquinas e equipamentos ainda teve retração de 3,6%.

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Dados Xls

 



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Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI)- junho de 2024

Por Maria Andreia Parente Lameiras

O Índice de Custo da Tecnologia da Informação (ICTI), calculado pelo Ipea, apresentou taxa de variação de 0,68% em junho de 2024, situando-se 0,09 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada no mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a variação foi 0,98 p.p. maior. Com a incorporação desse resultado, o ICTI acumula uma variação de 4,77% nos últimos doze meses.

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Dados Xls



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Comércio exterior do agronegócio: primeiro semestre de 2024

Por Diego Ferreira

O agronegócio brasileiro fechou o primeiro semestre com superávit acumulado de US$ 71,96 bilhões – queda de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior (tabela 1). As exportações do setor somaram US$ 81,40 bilhões, enquanto as importações, US$ 9,44 bilhões – valores 1,0% abaixo e 14,4% acima, respectivamente, dos observados em 2023. Considerando os produtos de todos os setores, o saldo da balança comercial no primeiro semestre também foi superavitário em US$ 42,31 bilhões – isto é, US$ 2,31 bilhões a menos em relação ao valor registrado no mesmo período do ano anterior.

Em termos de participação, as importações do agronegócio representaram 7,5% do total importado pelo Brasil no primeiro semestre de 2024, aumento de 0,69 ponto percentual (p.p.) ante igual período anterior (tabela 1). De modo similar, a participação do setor no total exportado entre janeiro e junho deste ano apresentou ligeira queda de 1,19 p.p. em comparação com igual período anterior, chegando a 48,6%.

O período de março a maio costuma ser o mais forte para o agronegócio brasileiro, e é impactado fortemente pela colheita da soja e pelo abate de bovinos antes do período de estiagem nas principais regiões produtoras. De fato, o saldo da balança comercial do setor apresentou recuperação em março e manteve-se em patamares elevados até maio (gráfico 1).

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