Por Leonardo Mello de Carvalho
A maioria dos indicadores de atividade setoriais registrou crescimento no acumulado do ano até o mês de outubro. Todavia, o desempenho ao longo dos últimos meses, na comparação em médias móveis trimestrais, indica uma desaceleração nas taxas de crescimento na margem. Entre os principais setores, o destaque negativo continua sendo a produção industrial, que, segundo a PIM-PF, encerrou o mês de outubro com crescimento nulo no acumulado no ano. Ao longo desse período, sua produção manteve um ritmo anêmico de crescimento, evidenciado por uma trajetória próxima à estagnação. O resultado em outubro deixa um carry-over ligeiramente positivo para o quarto trimestre (0,2%). Já o comércio varejista (conceito ampliado), de acordo com a PMC, registrou um desempenho mais positivo, acumulando, em termos anuais, um crescimento de 2,4% nos primeiros dez meses de 2023. Porém, na comparação dessazonalizada, sua trajetória em médias móveis exibiu comportamento negativo ao longo do terceiro trimestre, com alguma recuperação em outubro. Com isso, o carry-over para o quarto trimestre ficou em -0,2%. Vale destacar o bom desempenho do varejo no conceito restrito no mesmo período. Composto por segmentos menos dependentes de crédito, a trajetória ao longo do terceiro trimestre mostrou aceleração na margem, resultado mais próximo do crescimento exibido pelo consumo das famílias no PIB. Por fim, segundo a PMS, a receita real de serviços apresentou um crescimento de 3,1% no acumulado do ano, quando comparado ao mesmo período de 2022. Assim como os demais setores produtivos, sua trajetória em médias móveis na margem aponta para uma desaceleração. Com a queda de 1,3% na margem registrada em outubro, a terceira consecutiva nessa base de comparação, o setor inicia o quarto trimestre com um carry-over de -1,3%.